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sábado, 14 de janeiro de 2012

Crescei e Multiplicai...


Homem, mulher, gay, lésbica ou... pierrô?



Crescei e multiplicai

Se considerarmos a homoafetividade sob a perspectiva da procriação e como um problema, e que nos instiga a buscar uma ou mais causas, será necessário confrontar também a pílula anticoncepcional, assim como a postura celibatária, ou a decisão de muitos - em um mundo superpovoado - em não ter filhos... Se afastarmos a questão da procriação, e não tendo tempo a perder com as ladainhas do falso moralismo e da contradição bíblica – que entre outros absurdos considera a ‘contaminação por mulher um pecado’, além de amaldiçoar em diversas passagens o sexo, a gravidez, e o parto – eliminamos o caráter ‘problema’ na questão homoafetiva...

Partindo então deste ponto de vista honesto, a homoafetividade é muito mais uma resultante do que uma opção ou volição, ou decisão... E menos ainda causa, isolada, de algum tipo de problema... Em face da multiplicidade de opções da rica condição humana, genética, percepção, características, linguagem, aprendizado, etc, a homoafetividade não é nada senão um rótulo impróprio – ainda que supere em muito o estigma da homossexualidade, que causa confusão em muitos, miopia em outros, e a ira dos burros e hipócritas...

Ser ‘masculino’ ou ser ‘feminino’, não vai muito além da questão semântica e cultural... O que significa ser masculino em uma cultura pode ser feminino em outra, como o beijo na boca entre homens no mundo islâmico, e em culturas como a Rússia... De forma que, protegidos da culpabilidade, seja ela de ordem genética e/ou comportamental, a questão de opções e da individualidade, é matéria exclusiva da vida privada, e onde à intimidade deve respeitada, resguardada e garantida pelo 'Estado de Direito'...

Não temos, portanto, que ‘assumir’ ser homem, mulher, lésbica, gay, e nem nada... Nem deixar um armário inexistente... Assumir não é um grande gesto, posto ser um gesto falho e desnecessário... Assumir não é requerido... Precisamos sim, entender... E não podemos, tampouco, panfletar por um mundo gay, porque fatalmente recairíamos na mesma via do preconceito, só que ao revés... Não é necessário fazer a apologia da homoafetividade, e nem tampouco discuti-la... A atitude reacionária e da moral doentia, pode ter fustigar o revide, mas não devemos  persistir no erro... A multiplicidade de comportamento, e um parâmetro social essencial: A Liberdade...


Isso sem falar no respeito - inegociável - ao afeto... Toda maneira de amor vale a pena!!! Afinal, moralistas, amar não é o que importa?


Alguns humanos, anatomicamente 'machos', sentem identidade involuntária com comportamentos mais delicados, descartando 'a típica' brutalidade masculina - um padrão impreciso... Outros humanos, anatomicamente 'fêmeas', encontram proteção na identidade com a 'força' dos machos - um conceito igualmente impreciso... Temos características quanto ao humor, delicadeza, brutalidade, afeto, etc... E nenhuma destas características é território exclusivo de GÊNERO... A vida - para mim - é uma miríade de possibilidades... A condição humana também...

Não devemos, portanto, buscar ‘causas’ para a homoafetividade, embora já as conheçamos, a multiplicidade genética e comportamental, mas sim, encontrar na reflexão pura e elevada, sobrados motivos para respeitar essa ‘multiplicidade de comportamentos humanos’... Não somos hétero nem homo, somos muito mais do que isso, e esta condição per si, não define nada, nem ninguém... Somos humanos livres... Somos múltiplos e variados, quanto às preferências públicas e privadas e, sobretudo, em relação às preferências íntimas...

Crescei em conhecimento e ética, e multiplicai em sabedoria e bem estar... 


Adote uma criança ao invés de perder-se em preconceito... A Humanidade agradece... Duplamente...


Carlos Sherman     

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