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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Adiante









Ir adiante pode ser bem solitário - embora sereno...

Carlos Sherman 

terça-feira, 15 de julho de 2014

As 11 mais belas equações matemáticas

As 11 mais belas equações matemáticas

Equações matemáticas não são apenas úteis – também podem ter uma beleza própria. Muitos cientistas admitem ter preferência por uma ou outra fórmula não só por causa da função, mas pela sua forma, e as verdades simples e poéticas que contém.
Algumas equações, como E=mc² de Einstein, roubam as luzes dos holofotes, mas existem equações menos famosas que têm mais apelo entre cientistas. O LiveScience perguntou a físicos, astrônomos e matemáticos quais suas equações favoritas, e o resultado pode ser conferido a seguir:

11. Equação da Relatividade

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A equação acima foi formulada por Albert Einstein como parte da revolucionária Teoria Geral da Relatividade, em 1915. A teoria mudou a forma como os cientistas entendem a gravidade, ao descrever a força como sendo uma deformação no tecido do espaço-tempo.
O astrofísico Mario Livio, do Space Telescope Science Institute, que escolheu esta equação como sua favorita, aponta que toda a genialidade de Einstein está nela.
“O lado direito da equação descreve o conteúdo de energia do nosso universo, incluindo a energia escura que descreve a aceleração cósmica, e o lado esquerdo descreve a geometria do espaço-tempo. A igualdade reflete o fato que na relatividade geral de Einstein, a massa e energia determinam a geometria, e concomitantemente a curvatura, que é uma manifestação do que chamamos gravidade”, diz Livio.
Kyle Cranmer, físico da Universidade Nova Iorque (EUA), acrescenta que a equação revela a relação entre espaço-tempo, matéria e energia. “Esta equação diz como tudo está relacionado – como a presença do sol deforma o espaço-tempo de forma que a Terra se mova em torno do mesmo em uma órbita, etc. Também diz como o universo evoluiu desde o Big Bang e prediz que devem haver buracos negros nele”.

10. O modelo padrão

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Uma das teorias dominantes da física, o modelo padrão descreve a coleção de partículas fundamentais que se acredita fazerem nosso universo.
A teoria pode ser resumida em uma equação chamado modelo padrão lagrangiano (em homenagem a Joseph Louis Lagrange, um matemático e astrônomo francês do século 18), que foi escolhida pelo físico teórico Lance Dixon no Laboratório Acelerador Nacional SLAC na Califórnia (EUA) como sua equação favorita.
“Ela tem descrito com sucesso todas as partículas elementares e forças que temos observados no laboratório até hoje – exceto a gravidade, e isto inclui, é claro, o bóson de Higgs recentemente descoberto, que é o phi na fórmula. Ela é consistente com a mecânica quântica e a relatividade especial”, disse Dixon.
A teoria do modelo padrão ainda não foi unificada com a relatividade geral, e esta é a razão dela não descrever a gravidade.

9. O Cálculo

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As equações anteriores descrevem aspectos particulares do universo, mas esta pode ser aplicada a todas as situações. Trata-se do teorema fundamental do cálculo, é o fundamento do método matemático conhecido como cálculo, e une duas ideias: o conceito de integral e o conceito de derivada.
“Em termos simples, ela diz que a mudança geral de uma quantidade contínua, como a distância percorrida, sobre um determinado intervalo, é igual à integral da taxa de mudança daquela quantidade, ou seja, a integral da velocidade”, aponta Melkana Brakalova-Trevithick, chefe do departamento de matemática da Universidade Fordham (EUA), que escolheu esta equação como sua favorita. “O teorema fundamental do cálculo permite que a gente determine a alteração geral sobre um intervalo baseado na taxa de mudança sobre o intervalo inteiro”, diz.
As sementes do cálculo vêm de tempos antigos, mas a maior parte dele foi apresentado no século 17 por Isaac Newton e Gottfried Wilhelm Leibniz (independentemente). Newton usou o cálculo para descrever o movimento dos planetas em torno do sol e Leibniz criou o cálculo para descobrir a área de gráficos de funções (por exemplo, calcular a área delimitada pela linha representada pela função seno e o eixo das abscissas, ou “x”).

8. Teorema de Pitágoras

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O velho e conhecido teorema de Pitágoras, que todo estudante aprende, aponta que, para qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa (o lado maior) é igual à soma dos quadrados do comprimento dos outros dois lados.
“O primeiro fato matemático que me maravilhou foi o teorema de Pitágoras”, disse a matemática Daina Taimina, da Universidade Cornell (EUA). “Eu era uma criança e me parecia tão incrível que ele funcionava na geometria e funcionava com números!”.

7. Equação de Euler

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Esta equação simples captura um fato puro sobre a natureza das esferas. “Ela diz que, se você cortar a superfície de uma esfera em faces, arestas e vértices, e chamar de F o número de faces, E o número de arestas, e V o número de vértices, você sempre vai ter V -E + F = 2″, diz Colin Adams, um matemático no Williams College, em Massachusetts (EUA).
“Por exemplo, pegue um tetraedro, consistindo de quatro triângulos, seis arestas e quatro vértices”, explica Adams, “se você soprar com força dentro de um tetraedro com faces flexíveis, você vai curvá-lo em uma esfera, ou seja, de certa forma, uma esfera pode ser cortada em quatro faces, seis arestas, e quatro vértices. E podemos ver que V – E + F = 2. O mesmo vale para uma pirâmide com cinco faces, quatro triangulares e uma quadrada – oito arestas e cinco vértices -, e muitas outras combinações de faces, arestas e vértices”.

6. Relatividade Especial

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Einstein de novo aparece na nossa lista, desta vez com a fórmula da relatividade especial, que descreve como o tempo e o espaço não são conceitos absolutos, mas relativos, dependendo da velocidade do observador. A equação acima mostra como o tempo dilata, ou contrai, conforme uma pessoa se move mais rápido em qualquer direção.
“O ponto é que ela é realmente muito simples”, diz Bill Murray, um físico de partículas no laboratório CERN, em Genebra. “Não tem nada aí que um estudante não consiga fazer, não tem derivadas complexas, nem álgebra linear. Mas o que ela incorpora é uma forma totalmente nova de ver o mundo, uma atitude em relação à realidade e nosso relacionamento com ela. Subitamente, o cosmos rígido e imutável é varrido para longe e substituído por um mundo pessoal, relacionado com o que você observa. Você se move de uma posição de fora do universo, olhando para baixo, para ser um dos componentes dentro dele. Mas os conceitos e a matemática podem ser compreendidos por qualquer um que queira”, explica.
Murray disse que preferia as equações da relatividade especial às equações mais complicadas da outra teoria de Einstein. “Eu nunca consegui seguir a matemática da relatividade geral”, conta.

5. 1 = 0,9999999….

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Esta equação simples, que declara que a quantidade 0,999, seguida por uma sequência infinita de noves, é igual a um, é a equação favorita do matemático Steven Strogatz, da Universidade Cornell.
“Eu adoro como ela é simples – todo mundo entende o que ela diz – e como é provocativa”, diz Strogatz. “Muitas pessoas não acreditam que isto possa ser verdadeiro. É também lindamente equilibrada. O lado esquerdo representa o início da matemática, o lado direito representa os mistérios do infinito”, comenta.

4. Equações Euler-Lagrange e teorema de Noether

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Cranmer, da Universidade Nova Iorque, aponta que estas são equações bastante abstratas, mas extremamente poderosas. “O legal é que esta maneira de pensar sobre física tem sobrevivido a grandes revoluções da área, como a mecânica quântica, a relatividade, etc”.
Nesta equação, o L vem de “lagrangiana”, que é uma medida de energia em um sistema físico, como molas, alavancas ou partículas fundamentais. “Resolver esta equação te diz como o sistema vai evoluir com o tempo”, diz Cranmer.
Uma derivação da equação lagrangiana é chamada de teorema de Noether, em homenagem à matemática alemã do século 20, Emmy Noether. Segundo Cranmer, o teorema é fundamental para a física e mostra a importância da simetria. “Informalmente, o teorema diz que se o seu sistema tem uma simetria, então há uma lei de conservação correspondente. Por exemplo, a ideia que as leis fundamentais da física são todas as mesmas hoje e amanhã (simetria temporal) implica que a energia é conservada. A ideia que as leis da física são as mesmas aqui e no espaço exterior implicam que o momento é conservado. A simetria é talvez o conceito motriz da física fundamental, principalmente devido à contribuição de Noether”, conclui.

3. Equação Callan-Symanzik

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“A equação de Callan-Symanzik é uma equação vital dos primeiros princípios a partir de 1970, essencial para descrever como expectativas ingênuas falham em um mundo quântico”, explica o físico teórico Matt Strassler, da Universidade Rutgers (EUA).
É uma equação com numerosas aplicações, entre elas permitir aos físicos estimar a massa e o tamanho do próton e do nêutron, que fazem parte do núcleo dos átomos.
A físcia básica diz que a força gravitacional e a força elétrica entre dois objetos é proporcional ao inverso do quadrado da distância entre eles. Em um nível básico, o mesmo é verdadeiro para a força nuclear forte, que mantém unidos prótons e nêutrons no núcleo atômico, e mantém os quarks juntos para formar prótons e nêutrons. Entretanto, minúsculas flutuações quânticas podem alterar a dependência que a força tem da distância, o que tem consequências dramáticas com a força nuclear forte.
“Ela impede que esta força diminua em grandes distâncias, e faz com que ela prenda quarks e combine-os para formar prótons e nêutrons no nosso mundo”, aponta Strassler. “O que a equação Callan-Symanzik faz é relacionar este efeito dramático e difícil de calcular, importante quando a distância é próxima do tamanho de um próton, para efeitos mais sutis mas fáceis de calcular, que podem ser medidos quando a distância é muito menor que um próton”.

2. Equação da superfície mínima

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A equação da superfície mínima codifica as belas bolhas de sabão que formam em estruturas de arame quando você as mergulha em água com sabão, aponta o matemático Frank Morgan, do Williams College. “O fato que a equação é ‘não linear’, envolvendo potências e produtos de derivadas, é a dica codificada de forma matemática para o comportamento surpreendente das películas de sabão. Contraste esta equação com equações diferenciais parciais lineares mais familiares, como a equação do calor, a equação da onda, e a equação de Shrödinger para a física quântica”.

1. A reta de Euler

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Glen Whitney, fundador do Museu da Matemática em Nova Iorque, escolheu outro teorema geométrico, um que tem a ver com a linha de Euler, que recebeu este nome em homenagem ao matemático e físico suíço do século 18, Leonhard Euler.
“Comece com qualquer triângulo, desenhe o menor círculo que contenha o triângulo e encontre seu centro. Encontre o centro de massa do triângulo – o ponto onde o triângulo, se fosse cortado em uma folha de papel, se equilibraria sobre a ponta de um alfinete. Desenhe as três alturas do triângulo (as linhas que partem de cada canto, perpendiculares ao lado oposto), e encontre o ponto em que elas se encontram. O teorema afirma que todos os três pontos que você encontrou sempre estão sobre uma única linha reta, chamada de ‘reta de Euler‘ do triângulo”, explica Whitney.
Segundo Whitney, o teorema esconde a beleza e o poder da matemática, que geralmente revela padrões surpreendentes em formas familiares e simples.[LiveScience]

Formado em Engenharia Elétrica, é funcionário público, gosta de xadrez e fotografia. Apesar de se definir como "geek", não tem um smartphone, e usa uma câmera fotográfica com filme (além da digital).

sábado, 12 de julho de 2014

Psicoflechas



Psicoflechas
Carlos Sherman

Sigmund Freud conclamou para si - do alto de uma ambição desmedida e arrogância quase fascista, por vezes criminosa, e doentia - um lugar ao lado de Copérnico e Darwin. Não poderia haver disparate maior do que erigir um busto para este charlatão no corpus do conhecimento científico humano! Mas, antes de erguerem barricadas e juntarem as pedras, ESTUDEM... e descubram quem realmente foi o senhor Freud.

Um corolário: 
A Psicanálise nada mais é do que esoterismo e ocultismo. 
A Psicanálise, marca registrada freudiana, em nada deve à homeopatia, astrologia, numerologia, quiromancia, entre outras práticas mágicas... O freudismo só pode ser explicado pelo culto coletivo à personalidade; um bom e inescrupuloso contador de estórias, uma estória "espetaculosa", e um público "rico" e ávido.

Jung, por sua vez, rompe infantilmente com o "mestre", e cria sua própria subsidiária psicanalítica. Pois se Freud detém a marca "Psicanálise", Jung cria a sua "Psicologia Analítica"... Pouco criativo... Mas a escassez de imaginação e fantasia pararia por aí; e isso porque o pupilo faria de tudo para angariar mais atenção do que o mestre; valendo-se de devaneios menos sombrios, mas igualmente e risivelmente trágicos - desta vez, pela crença em todo o tipo de "divinização"... Se Freud, após o assassinato nietzscheano de deus, e consagrada a orfandade humana, pretende o papel messiânico de algum suposto "racionalismo gótico" - por mais absurdo e irracional que possa efetivamente ser -, Jung lança a moda do panteísmo. 

Jung sai disparando contra o mestre, e acusando-o de "não praticar Ciência"; isso enquanto, na prática, trata de afastar-se ainda mais, e ao máximo, de qualquer remota chance de prática científica. O sujo aponta o mal-lavado...

Freud, Jung, Reich etc... estrume do mesmo pântano: culto à personalidade e ambição desmedida... Mas Lacan, em um raro lampejo de honestidade sem limites, ASSUME O DELITO:
"Nossa prática é uma trapaça, blefar, fazer as pessoas pestanejarem, impressioná-las com palavras astuciosas, é de qualquer forma o que se costuma chamar de engodo. [...] Do ponto de vista ético, nossa profissão é insustentável; é, aliás, justamente por isso que eu fico doente só de pensar nela, porque eu tenho um supereu como todo mundo. [...] Trata-se de saber se Freud é ou não um acontecimento histórico. Acredito que ele fracassou no seu golpe. É como eu; em muito pouco tempo ninguém mais se importará com a psicanálise." - Jacques-Marie Émile Lacan (Conferência proferida por Lacan em Bruxelas em 26 de Fevereiro de 1977, transcrita na íntegra pela revista Le Nouvel Observator, no. 880, de Setembro de 1981, p.88)
Universidades por todo o mundo - com ênfase para a França, Argentina e Brasil - ainda lecionam o ocultismo psicanalítico - e derivativos -. formado "magos" com certificados de psicólogo... Não é por acaso que ao invés de pertencer ao corpus do conhecimento científico e, portanto, de sua estrutura acadêmica, o curso de Psicologia se encontre normalmente atachado às áreas de Letras, Filosofia e Sociologia...

Segundo Paul Bloom, na aula inaugural de Introdução à Psicologia em Yale: 
"Vocês não encontrarão Freud no curso de Psicologia desta universidade, e já faz algum tempo. Talvez encontrem Freud na Sociologia, Filosofia ou Literatura." 
Onde - agrego - residem o culto à personalidade, e espaço para a ficção e arte... 

"Sincronicidade" junguiana? Ou seria o mais completo desconhecimento sobre as Leis que regem a Probabilidade e a Estatística - sobretudo em sistemas complexos como o comportamento e a percepção humana? Vozes que vem do "inconsciente coletivo" ou o desconhecimento de síndromes psíquicas, como a Esquizofrenia, Síndrome de Capgras, Síndrome de Charles Bonnet? Mães geladeira, como na sentença psicanalítica do autismo, ou reles ignorância sobre: como a mente funciona? Ânsia de vomitar o feto por conta da rejeição do marido, no incínio da gravidez? Ou pleno desconhecimento sobre as fase gestacionais - hoje bem entendidas -, com destaque para os primeiros meses e a delicada formação neural, e onde a rejeição de alimentos que representem riscos de intoxicação é deflagrada - em doses diferentes para organismos diferentes?

Complexo de Édipo, Elektra? Fases artificiais do desenvolvimentos, arbitradas de uma escrivaninha, sem qualquer compromisso com a realidade... E uma sistema hidráulico para o cérebro, hoje completamente desacreditado e até mesmo ridicularizado!

Invocar o sobrenatural para arbitrar a realidade foi, é, e sempre será desprezível e pernicioso; afinal ainda podemos dizer que não sabemos por que ou como... E esperar para saber! E estamos descobrindo paulatinamente que a lucidez não é a regra, de forma que achar que sabemos que não basta. E outros vetores, como a ambição e o narcisismo doentio de uns, valendo-se do controle persuasivo sobre outros - efeito rebanho -, melhor explicarão o fenômeno da crença no freudismo.

Hoje sabemos que o hemisfério esquerdo pode predominar sobre a tendência a ARBITRAR E RECLAMAR AUTORIDADE SOBRE A REALIDADE, enquanto luta com o hemisfério direito que pretende a LEITURA HONESTA DESTA REALIDADE... E sim existe uma realidade objetiva. A predominância do comportamento mágico sobre a descrição direta - o Advogado versus o Cientista - tem decorrências genéticas e neurofisiológicas... Mas estas tendências poderão ainda ser estimuladas ou cerceadas pelos diversos ambientes de aprendizado - compartilhados e não compartilhados.

Segundo Michael Gazzaniga, que dirige o SAGE - um dos maiores centro de estudo da mente humana, na Universidade da Califórnica -, colaborador do laureado cientista Roger Sperry - Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1981, por pesquisas sobre a separação e identificação das funções dos hemisférios esquerdo e direito do cérebro:
"A Psicologia está Morta."
 Reclamem com Gazzaniga [sic]... Já Steven Pinker, que foi diretor da Faculdade de Psicologia de Harvard, um dos maiores nomes da História da Psicologia, diz:
"A ideia de que a maioria dos meninos querem dormir com as suas mães, é a coisa mais ridícula que já ouvi. Obviamente, a ideia não parecia assim tão ridícula para Freud; que escreveria que, quando menino, ele uma vez teve uma reação erótica ao assistir a sua mãe se vestir. Mas Freud tinha uma ama de leite, e pode não ter experimentado logo cedo o tipo de intimidade que teria levado o seu sistema perceptivo a reconhecer que Senhora Freud era sua mãe." - Steven Pinker ('Como a Mente Funciona')
Essa projeção grotesca do devaneio freudiano sobre a humanidade - fundamento de sua teoria -, não é um mero inconveniente moral, nem um "negação", mas o mais completo atentado contra a natureza... Já que o pareamento entre mães e filhos leva à eclosão de perigosos genes recessivos, devidamente escamoteados pela natureza. Assim como atentou contra a natureza, e novamente de forma ridícula, quando disse que o vômito no início da gravidez decorria da percepção de repulsa por parte do marido, e logo levando a mãe a "vomitar o feto" - repito... 

A natureza não é tão estúpida, mas quem acredita em todo este arsenal de imbecilidades, segue em uma perigosa e dogmática rota.

Freud é froida...


Carlos Sherman

Nicholas Winton (NTD de inglês)

TENTE MAIS UMA VEZ!



E QUANDO A VÓS PARECER QUE JÁ NÃO EXISTEM SAÍDAS, PODE SUBSISTIR, INCÓLUME, UMA MIRÍADE DE POSSIBILIDADES... TENTE MAIS UMA VEZ... SÓ A MORTE DETÉM O PODER OBJETIVO DE INVALIDAR TAL COROLÁRIO... - CARLOS SHERMAN

quinta-feira, 10 de julho de 2014

1 de 3 Entrevista a Onfray sobre Nietzsche

Michel Onfray, subtitulado, la risa de Demócrito

Debate Cyrulnik, Onfray, Leguil, Meyer sobre "El crepúsculo de un ídolo"

Michel Onfray La vida filosófica de Albert Camus, subtitulado

1 de 2 Michel Onfray. El choque de la semana Onfray vs. Attali

1 de 2 Michel Onfray vs. Freud Acto II en ONPC

Jared Diamond - The Evolution of Religions (usccollegecrcc)

Biblia: Uma copia de outros mitos - Legendado

Daniel Dennett lecture on "Free Will" (Edinburgh University)

Evolution, Culture and Truth

Daniel Dennett: Breaking the Spell - Religion as a Natural Phenomenon

Michael Gazzaniga - The Social Brain

Gazzaniga, Consciousness & Brain Hemispheres

Anatomy of the brain: The Cerebrospinal Fluid CSF

Brain Stem Model - Insula & Corpus Callosum

Brain Stem Model - Cerebral Nuclei

Brain Stem Model - Corpus Callosum & Hippocampus

Split brain patient born without a corpus callosum

Epilepsia Infantil Split Brain y Hemisferectomia

Roger Sperry; His Life and Works by Darden White

sperry split brain

Roger Sperry's Split Brain Experiment

Whole Brain Thinking - part 1

Recent Interview with Gazzaniga and split brain patient 'Joe'

Split brain behavioral experiments

Science in Seconds - Split Brain Syndrome

Split-Brain Patients

Gazzaniga, Consciousness & Brain Hemispheres

1 of 4 Steven Pinker - Jews, Genes and Intelligence

Steven Pinker: Human nature in 2013

Understanding Human Nature with Steven Pinker - Conversations with History

Steven Pinker: Linguistics as a Window to Understanding the Brain

Michael Gazzaniga: Brains Are Automatic, But People Are Free

Michael Gazzaniga - What We Are

Michael Gazzaniga - The Distributed Networks of Mind

Michael Gazzaniga - The Interpreter

Early Split Brain Research Gazzaniga

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A Ilha da Fantasia

29/06/2014
 às 19:00 \ Vasto Mundo

UM ESPANTO: Fidel Castro e sua inacreditável ilha particular (que não é Cuba)

PARAÍSO SECRETO — Localizada a 15 quilômetros do litoral sul de Cuba, Cayo Piedra é, desde a década de 60, o refúgio particular e preferido de Fidel Castro (Foto: Reprodução/VEJA)
PARAÍSO SECRETO — Localizada a 15 quilômetros do litoral sul de Cuba, Cayo Piedra é, desde a década de 60, o refúgio particular e preferido de Fidel Castro (Foto: Reprodução/VEJA)
A ILHA DO CARA
Revelado o segredo dos altos índices de desenvolvimento humano em Cuba.
Eles devem estar sendo medidos na ilha privativa de Fidel Castro, um paraíso nababesco
Reportagem de Leonardo Coutinho publicada em edição impressa de VEJA
Cultuado pelos partidos de esquerda do Brasil e da América Latina, Fidel Castro vende com facilidade a falsa imagem do revolucionário despojado, metido antes em farda de campanha e, agora, na decrepitude, em agasalhos esportivos Adidas que ganha de presente da marca alemã.
Inúmeros relatos de pessoas que privaram da intimidade de Fidel haviam arranhado a aura de asceta do ditador cubano. Sabia-se que ele manda fazer suas botas de couro, sob medida, na Itália; que tem um iate e um jato particulares; come do bom e do melhor – enfim, nada diferente da vida luxuosa levada, em despudorado contraste com a miséria do povo, por tantos ditadores de todos os matizes ideológicos no decorrer da história.
Mas, como manda o manual do esquerdismo latino-americano, que nunca conseguiu se afastar do culto ao caudilhismo populista, se a realidade sobre Fidel desmentir a lenda, que prevaleça a lenda. Assim, a farsa sobrevive. Assim, as novas gerações vão sendo ludibriadas.
Resta ver se a farsa vai resistir às revelações sobre a corte de Fidel que aparecem na autobiografia de um ex-guar­da-costas do ditador, Juan Reinaldo Sánchez. O livro, que está chegando às livrarias brasileiras no fim de junho com o título A Vida Secreta de Fidel (Editora Paralela), revela excentricidades que seriam aberrantes mesmo para um bilionário capitalista.
Algum rentista de Wall Street tem uma criação particular de golfinhos destinados unicamente a entreter os netos?
Fidel tem.
Os líderes das empresas mais valorizadas do mundo, Google e Apple, que valem centenas de bilhões de dólares, são donos de ilhas particulares secretas, vigiadas por guarnições militares e protegidas por baterias antiaéreas?
Com um total de 1,5 quilômetro de extensão, as duas ilhotas têm uma estrutura luxuosa e recebem exclusivamente familiares e amigos íntimos do ditador (Foto: Reprodução/VEJA)
Com um total de 1,5 quilômetro de extensão, as duas ilhotas têm uma estrutura luxuosa e recebem exclusivamente familiares e amigos íntimos do ditador (Foto: Reprodução/VEJA)
Fidel tem tudo isso em sua ilha – e não se está falando de Cuba, que, de certa forma, é também sua propriedade particular.
O que o ex-guarda-costas revela em detalhes é a existência de uma ilha ao sul de Cuba onde Fidel Castro fica boa parte do seu tempo livre desde a década de 60. Nada mais condizente com uma dinastia absolutista do que uma ilha paradisíaca de usufruto exclusivo da família real dos Castro.
Juan Reinaldo Sánchez narra a liturgia diária do séquito de provadores oficiais que experimentam cada prato de comida e cada garrafa de vinho que chegam à mesa do soberano para garantir que não estejam envenenados. “A vida inteira Fidel repetiu que não possuía nenhum patrimônio além de uma modesta cabana de pescador em algum ponto da costa”, escreve Sánchez no seu livro.
A modesta cabana de Fidel é uma imensa casa de veraneio de 300 metros quadrados plantada em Cayo Piedra, ilha situada a 15 quilômetros da Baía dos Porcos, no mar caribenho do sul de Cuba. Quando Fidel conheceu Cayo Piedra, logo depois do triunfo de sua revolução de 1959, o lugar lhe pareceu o refúgio ideal para alguém decidido a nunca mais deixar o poder.
Eram duas ilhotas desertas sobre um banco de areia com uma rica fauna marinha. Condições excelentes para a caça submarina, um dos passatempos do soberano resignatário de Cuba. Muito se especulava sobre a existência do resort de Fidel, mas sua localização só se tornou conhecida agora, depois da publicação do livro de Sánchez.
O escritor colombiano Gabriel García Márquez, falecido recentemente, frequentava esse refúgio e, claro, nunca revelou o segredinho do amigo Fidel.
As coordenadas da casa principal de Cayo Piedra são: latitude 21°57¿52.06″N e longitude 81°7¿4.09″O. Além dela, o paraíso caribenho de areias branquinhas e mar transparente foi equipado com alojamento para a guarda pessoal, casa de criados, estação de geração de energia, baterias antiaéreas, um viveiro de tartarugas (Fidel as adora numa sopa), uma casa de hóspedes de 1 000 metros quadrados, piscina semiolímpica e um delfinário – que podemos apelidar, por que não, de a “Sea World do castrismo”.
Um lazer obsceno, quando se sabe que os cubanos não têm recursos para frequentar praias, reservadas aos turistas estrangeiros e seus dólares. Quando vão à praia, é para tentar um bico como guia ou se prostituir.
Em Cayo Piedra há também um heliporto, que serve apenas para o recebimento de suprimentos e para uma eventual emergência. Segundo Sánchez, Fidel só viajava para a ilha a bordo de seu iate – pelo menos até o seu câncer no intestino se agravar, em 2006.
Aquarama II é uma versão melhorada e ampliada de uma embarcação que ele confiscou de um milionário local depois de derrubar o governo de Fulgencio Batista, em 1959. Construído nos anos 70, o iate de Fidel tem 27,5 metros de comprimento e leitos para dezesseis pessoas, as mais privilegiadas no conforto de duas suítes.
O interior é revestido de madeiras nobres de Angola e há quatro motores – presentes do então líder soviético Leonid Brejnev – capazes de desenvolver a velocidade de 78 quilômetros por hora. No salão principal estão seis poltronas de couro negro. Uma delas, a maior, era exclusiva de Fidel. Ele costumava passar os 45 minutos da viagem bebendo uísque da marca Chivas Regal, o seu preferido, com gelo.
OSTENTAÇÃO — Fidel, em 1988, com o guarda-costas Juan Reinaldo, autor do livro devastador sobre o luxuoso estilo de vida do ditador socialista, ídolo do PT (Foto: SIPA Press)
OSTENTAÇÃO — Fidel, em 1988, com o guarda-costas Juan Reinaldo, autor do livro devastador sobre o luxuoso estilo de vida do ditador socialista, ídolo do PT (Foto: SIPA Press)
Em Cuba, uma garrafa custa 45 dólares, o dobro do salário mensal de um cidadão comum. Iate, mesmo que setentão? Um luxo, sem dúvida, ainda mais num país em que até os pescadores são proibidos de ter canoas, para evitar que fujam para os Estados Unidos, a 200 quilômetros de Cuba.
A residência de Fidel em Havana é uma casa de dois pavimentos com área construída de cerca de 1 200 metros quadrados e situada no centro de uma propriedade de 30 hectares, o equivalente a 36 campos de futebol. Conhecida como Ponto Zero, a área concentra ainda um conjunto de mansões onde vivem alguns de seus filhos.
Há casas de hóspedes, academia de ginástica, piscina, lavanderia industrial e até uma sorveteria exclusiva para a família Castro. As ruas dos arredores são inacessíveis para qualquer outro morador da cidade. O sítio urbano e cercado por muralhas de Fidel também tem um pomar, uma horta orgânica, um galinheiro e um curral.
O ditador é obcecado por suas vacas. No período em que Sánchez frequentou sua casa, cada integrante da família bebia o leite de uma vaca específica. A do ditador era a de número 5, o mesmo da camisa de basquete que ele usava na juventude.
Fidel dizia que o leite de cada vaca tinha um nível de acidez e que, depois de muitos testes e cruzamentos genéticos, ele havia encontrado o sabor de leite ideal para cada um dos cinco filhos que teve com Dalia del Valle, sua segunda mulher, com quem vive até hoje. (No total, Fidel tem nove filhos, incluindo um do primeiro casamento e três de relações extraconjugais.)
A farra das vacas leiteiras de Fidel é um acinte em um país em que apenas crianças de até 7 anos têm acesso garantido ao leite, e ainda assim limitado a 1 litro por dia.
Houve um tempo, conta o seu ex-se­gurança, em que Fidel guardava suas preciosas vacas na mesma casa em que morava uma de suas amantes, a revolucionária de primeira hora Celia Sánchez, no bairro de Vedado, um dos melhorzinhos de Havana. Celia, falecida em 1980, ocupava o 4º e último andar de um dos melhores imóveis da quadra.
No 3º andar, ficavam quatro vacas, que foram alçadas ao estábulo especial por meio de guindastes. Elas tinham em seus aposentos mais espaço do que a maioria dos seres humanos da capital, onde é comum que duas ou mais famílias sejam obrigadas a dividir um apartamento no qual deveria caber apenas um casal com dois filhos.
A relação obsessiva de Fidel com as vacas limita-se, aparentemente, à produção de leite. Uma delas, que chegou a figurar no Guinness por produzir 109 litros de leite em um único dia, está exposta no Museu da Revolução. Empalhada. À mesa, o ditador preferia peixe, lagosta, presunto espanhol e ovelha, enquanto os seus súditos se consideram afortunados quando têm carne de porco e, ainda mais raramente, de frango para comer.
Frutos do mar, para os cubanos, só em restaurantes turísticos e ao custo de um salário mensal. Não é difícil encontrar em Havana adultos que nunca comeram um bife de boi ou um assado de ovelha na vida. Pelo menos eles não convivem com a paranoia de morrer envenenado, como ocorre com Fidel, que exige que cada prato feito por seus dois chefs particulares seja provado antes por um funcionário ou pelo guarda-costas. Suas roupas, depois de lavadas e passadas, são submetidas a um teste de detecção de radiação.
Com o fim dos repasses de dinheiro da União Soviética para Cuba, no início da década de 90, conta o ex-guarda-costas, Fidel organizou um esquema de venda no mercado negro de diamantes contrabandeados de áreas de conflito na África e passou a vender serviços a traficantes colombianos. “Para Fidel, o narcotráfico era uma arma de luta revolucionária antes de ser um meio de enriquecimento ilícito”, escreveu Sánchez, que trabalhou com Fidel entre 1977 e 1994.
Ele foi demitido depois que o seu irmão fugiu de balsa para os Estados Unidos. Para Fidel, era inadmissível ter ao seu lado alguém que não previu que dentro de sua família havia “traidores da revolução”. Sánchez foi preso. Depois de dois anos na cadeia, passou uma década tentando fugir do país. Conseguiu em 2008, e levou consigo alguns segredos de Fidel.

IdiotCHEs



'O Livro Negro da Psicanálise' - uma saraivada de FATOS


Freud, um mentiroso? Ou uma Fraude?



Freud, um mentiroso? Ou uma Fraude?
Por Texto de DÉCIO FREITAS * 07/12/2003 às 13:16

Décio Freitas é um historiador de esquerda que faz uma analise das bases da psicanálise pelos conhecimentos atuais do método que criou as bases falsas desta falsa terapia. Apesar de prometida ser um “cura” passou com o tempo a ser uma fraude completa.
Freud e Fliess, provável autor das idéias plagiadas pelo primeiro.

Cada época histórica costuma fazer ajustes de contas com a época pretérita - seus valores e seus ícones -, e o faz de forma cruelmente iconoclástica. Marx, pensador da utopia social, está reduzido a cacos. Freud, pensador da cultura moderna, sofre ataques que sequer poupam sua probidade científica. 

A era das suspeitas sobre a probidade científica iniciou-se com audaz livro de Frank Cioffi (1973): Foi Freud um Mentiroso? Henri Ellenberger tachou a probidade científica de Freud de "vasta lenda". Historiadores da psicanálise questionaram suas curas. Acusam-no de inculcar como casos "objetivos" fragmentos de sua auto-análise, de esconder as fontes, de atribuir aos pacientes "livres associações" por ele próprio elaboradas, de exagerar sucessos profissionais, de difamar os oponentes. Ano 
passado, saiu em alemão livro do holandês Han Israëls, Der Fall Freud: Die Geburt Der Psychoanalyse Aus Der Lüge (Mais ou menos: O Caso Freud: o Nascimento da Psicanálise, Gerada pela Mentira). Na London Review of Books de abril, Mikkel Borch-Jacobsen, da Universidade de Washington, autor de Lembrando Ana O: um Século de Mistificação, fez sobre o livro extensa e erudita resenha, base deste artigo. 

Israëls propõe-se fazer o diagnóstico da mendacidade de Freud. Com argumentação meticulosa, tenaz, devastadora, sustenta que ele confiava tanto em suas teorias que anunciava publicamente sucessos terapêuticos ainda não confirmados. Quando os sucessos não se materializavam, abstinha-se de dar a razão verdadeira - a prática de grave fraude científica. Como criança apanhada em flagrante, recorria a novas mentiras, acusando outros de lhe terem mentido. Sim, como dizia Cioffi, "Freud era um inveterado mentiroso que não hesitaria um só momento em reescrever a realidade se isso lhe permitisse sair da apertura". Fazia passar seus fracassos terapêuticos por avanços científicos. A despeito da retórica positivista, a psicanálise teria sido, desde o início, prática puramente especulativa, na qual fatos e provas tinham, na melhor das hipóteses, papel marginal. Como podia acreditar em todas aquelas bobagens que lhe contavam? Punha a culpa em outros, convertendo fracassos em vitórias: afinal, não fora ele próprio quem revelara as mentiras? Para Israëls, as mentiras começaram antes mesmo do nascimento da psicanálise. O primeiro grande fiasco foi em artigo (1884) no qual recomendava a cocaína para males tão diversos como desordens digestivas, enjôos a bordo, neurastenia, nevralgias faciais, asma e impotência, garantindo que a droga não criava dependência, como comprovara na cura de paciente (na verdade, o paciente de Freud era um amigo e o tratamento revelou-se um trágico desastre). Eminente especialista, o doutor Alnrecht Erlenmayer divulgou que testara o tratamento, sem resultado. Ao contrário, o paciente viciara-se em cocaína. Acusou Freud de adicionar à morfina e ao álcool "a terceira praga da humanidade". Réplica de Freud: o colega administrara mal a cocaína. Nunca mais voltou ao assunto, sempre ocultado por seus biógrafos. 

Freud datava o nascimento da psicanálise do dia em que seu amigo Josef Breuer teria conseguido eliminar os sintomas histéricos de sua paciente Ana O. Demonstra Israëls que ela não foi curada pelo método psicanalítico ("cura pela fala"), mas após vários períodos de internamento em clínicas. Freud jogou a culpa no amigo, que não reconhecera o papel da sexualidade na etiologia da histeria (texto de Breuer desmente isso). Israëls denuncia a fraude da "Teoria da Sedução". Em conferência de 1896, Freud sustentou que os sintomas da histeria podiam ser atribuídos a traumas sexuais da infância, proclamando que em 18 casos descobrira a conexão e tivera sucesso terapêutico. Quatro meses depois, confessou ao amigo Fliess que nenhum dos tratamentos fora concluído. Não o comunicou porém, a seus colegas. Só 17 anos depois admitiu haver errado na teoria da sedução, sem mencionar seu fiasco terapêutico e o papel deste no abandono da teoria. Haviam-no confundido os "relatos em que pacientes referiam experiências sexuais passivas nos primeiros anos da infância", até que percebeu tratar-se de fantasias oriundas da "vida sexual da criança". 

Jacobsen relativiza as denúncias de Israëls. As mentiras de Freud sobre questões clínicas não bastam para condenar a psicanálise. Só a reconstrução do contexto teórico de Freud permitirá explicar por que tão facilmente tomou suas especulações por realidade. Se a psicanálise deve ser criticada, não é por "fabricar" a evidência, mas por recusar-se a reconhecer isso e tentar encobrir o artifício. Freud não mentia cinicamente - só se convencia do próprio sucesso. Para Jacobson, à diferença das modernas ciências experimentais, a psicanálise se baseia em "observações" que, devido ao sigilo médico, não são acessíveis a outros pesquisadores, inibindo a contestação e o consenso. Como Lacan candidamente admitiu, isso é o que vincula a psicanálise a uma prática pré-moderna como a alquimia, que exigia "pureza d’alma do operador". Jacobsen: se não se pode confiar na "pureza d’alma" de Freud, o que resta da psicanálise? 

"Freud é apenas uma lenda" - Mikkel Borch-Jacobsen

Mikkel Borch-Jacobsen

"Freud é apenas uma lenda"
Filósofo e historiador, o professor da Universidade de Washington diz por que considera o pai da psicanálise uma fraude
por Natália Martino
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OMISSÃO
"Muitos pacientes de Freud cometeram suicídio e
ele nunca disse uma palavra sobre isso"
, afirma o professor 
O filósofo e historiador Mikkel Borch-Jacobsen não se esquiva de uma polêmica. A última década da sua carreira, dedicada aos estudos sobre a história da psicanálise e da psiquiatria, foi pródiga em livros e opiniões controversas que lhe renderam inimigos entre terapeutas do mundo inteiro. Começou a receber as primeiras críticas severas em 1996 com o lançamento do livro “Anna O. – Uma Mistificação Centenária”, no qual questionava as avaliações de Freud sobre uma das suas principais pacientes. Foi também um dos autores do “Livro Negro da Psicanálise”, uma das obras mais barulhentas já lançadas sobre o assunto. Agora, escreveu “Os Pacientes de Freud”, lançado recentemente no Brasil (Editora Texto e Grafia), no qual reconstrói a trajetória de 31 pacientes de Freud. Na obra, ele conta os motivos que os levaram até o analista e, principalmente, como viveram durante e depois do tratamento. A partir de documentos, como cartas trocadas entre o terapeuta e seus amigos e entrevistas confidenciais feitas com os pacientes de Freud, o autor desconstrói o mito do criador da psicanálise.
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"Os medicamentos foram excluídos das histórias que o psicanalista
contou, mas muitos pacientes eram viciados em morfina"
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"Como Anna iria se curar se seu analista era o próprio pai do qual
ela deveria se desligar? Parece óbvio, mas ele não percebeu isso"
ISTOÉ -
 O que os relatos que o sr. apresenta em seu livro revelam sobre Freud e a psicanálise?
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
As histórias dos pacientes de Freud foram a base das suas teorias. Quando percebemos que elas são falsas, como vemos ao analisar a vida dos pacientes que descrevo no livro, toda a teoria da psicanálise é abalada. O caso apresentado por Freud como sendo de Anna O., que hoje sabemos tratar-se de Bertha Pappenheim, por exemplo, é considerado um dos mais fundamentais para o desenvolvimento da psicanálise. A paciente tinha sintomas graves de histeria que, supostamente, Freud curou com o método catártico. Mas isso não é verdade. No fim do tratamento, ela já não suportava mais conviver com o problema e foi internada em uma clínica, onde continuou apresentando o mesmo quadro de histeria. Apenas seis ou oito anos depois, Bertha foi considerada curada. Não se sabe como ela se curou, mas é óbvio que não foi com a psicanálise, ninguém se cura por meio de um tratamento finalizado quase uma década antes.  
ISTOÉ -
Os resultados terapêuticos eram insuficientes?
 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Na maioria dos casos sim. Era comum que as condições dos pacientes piorassem, como no caso de Viktor von Dirsztay, que mais tarde chegou a admitir que a análise o destruiu. Muitos outros dos seus pacientes cometeram suicídio, como Margit Kremzir e Pauline Silberstein. Claro que qualquer terapeuta está sujeito ao risco de suicídio dos seus pacientes, mas a questão é que Freud nunca disse uma palavra sobre isso. 
 
ISTOÉ -
Ele escondia esses fatos?
 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Como um bom positivista, Freud sempre afirmou que suas teorias eram baseadas na observação de dados clínicos. Por um longo período, porém, tudo o que sabíamos sobre esses dados se baseava no que ele escolheu nos mostrar. Ao compararmos essas histórias com a realidade, observamos discrepâncias que automaticamente invalidam as conclusões de Freud. Os medicamentos, por exemplo, foram sistematicamente excluídos das histórias que ele contou, mas muitos dos seus pacientes eram viciados em morfina. Hoje é muito claro que a droga teve em alguns casos um papel essencial no tratamento. Freud dizia, por exemplo, que diante dos ataques histéricos de Anna von Lieben, a Cäcilie M. citada em “Estudos sobre a Histeria”, ele conduzia um tratamento hipnótico que a fazia se sentir melhor. O que ele não nos contava é que as crises dela eram causadas por abstinência de drogas e que ela se acalmava quando ele lhe dava uma injeção de morfina. A famosa cura catártica nada mais era do que cura com morfina. 
 
ISTOÉ -
Os diagnósticos dele são questionáveis?
 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Sim, os diagnósticos que Freud alegava fazer tão cuidadosamente escancaram discrepâncias entre sua prática real e suas descrições. Quando o pai da jovem Ida Bauer, que Freud eternizou como Dora, a levou até Freud devido a um episódio de asma, o analista instantaneamente diagnosticou neurose. Mas como ele poderia saber? Aquela era a primeira vez que ele a via. Há vários exemplos desse tipo e uma vez que definia seu diagnóstico, Freud o mantinha obstinadamente, mesmo que os fatos mostrassem a ele outro caminho. As consequências dessa postura frequentemente eram bem sérias, como quando Freud forçou Horace Frink a se divorciar da esposa para se casar com a milionára Angelika Bijur para combater a homossexualidade que o paciente negava vigorosamente. 
 
ISTOÉ -
Freud chegava a dar conselhos tão diretos aos pacientes?
 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Ele intervia diretamente na vida dos seus pacientes e não hesitou em instigar alguns a se casarem e terem filhos, por exemplo. Foi o que aconteceu com Max Graf e Olga Hönig, os pais do “pequeno Hans” – e o casamento foi um completo desastre. Em outros casos, Freud proibia pacientes de se masturbarem, como no caso da sua filha, Anna Freud. Sempre que essas instruções eram dadas, Freud era a voz da autoridade.  
ISTOÉ -
Ele acreditava que podia tratar a filha? 
 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Freud queria muito ajudar a filha a se desligar dele e isso fica claro em várias cartas que ele escreveu a amigos. Mas a única coisa que ele podia oferecer a ela era a psicanálise, o que, obviamente, era a coisa mais estúpida que ele poderia fazer. Como ela conseguiria se curar se sua única ajuda era de um analista que era o próprio pai do qual ela deveria se desligar? Por mais óbvio que pareça, Freud não percebeu isso. Não estou dizendo que ele abusou da filha, de jeito nenhum, ele a amava. Mas estava tão convencido de que sabia como ajudá-la que não permitiu que ela se libertasse dele. 
 
ISTOÉ -
Para Freud, a psicanálise sempre funcionava? 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Sim, claro, ele acreditava que havia descoberto a cura para as doenças mentais. Freud tinha suposições teóricas que o impediam de ver o que estava acontecendo. Ele estava tão convencido de que a terapia funcionava que, quando ela não dava certo, ele simplesmente achava que era necessário ir mais fundo no inconsciente. Só no fim da sua vida, em seus últimos artigos, ele admitiu que os métodos eram inconclusivos em alguns casos. 
 
ISTOÉ -
Mas em algum momento ele foi deliberadamente negligente ou desumano com seus pacientes?
 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Sim, a forma como ele sacrificava seus pacientes no altar das suas teorias é vergonhosa. Marie von Ferstel, por exemplo. Ela era uma mulher rica que sofria de fobias e de constipação. Freud disse a ela que, para resolver esses problemas, ela teria que aprender a se desapegar, por exemplo, do dinheiro. O que ela fez? Transferiu para ele o título de uma das suas propriedades, que ele prontamente vendeu. Eu acho isso imperdoável. Freud simplesmente não era uma pessoa admirável. 
 
ISTOÉ -
De que forma essas revelações atingem a psicanálise hoje?
 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Não vejo como salvar a psicanálise diante de tudo isso. Eu sei que muitas pessoas admiram Freud como um pensador independentemente das vicissitudes de sua prática. Também acho que ele era um gênio, tinha ideias realmente incríveis. Mas as suas teorias são contraditórias demais às suas práticas para serem levadas a sério. 
 
ISTOÉ -
O sr. aponta essas contradições em 31 casos e Freud atendeu pelo menos cinco vezes mais pacientes. Não poderia ser coincidência?
 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Uma das minhas principais fontes de pesquisa foram as entrevistas com pacientes de Freud conduzidas por Kurt Eissler, que era secretário do Arquivos de Freud. Esse material ficou inacessível até 1999, quando Eissler morreu e, a partir daí, começou a ser colocado em domínio público, processo que só deve acabar em 2057. Eissler tinha enorme interesse em defender a memória do pai da psicanálise e se essas entrevistas fossem positivas não teriam sido tornadas confidenciais. Muita coisa ainda será revelada, possivelmente conseguiremos rastrear outros pacientes, mas não acho que as novas histórias irão contradizer as estatísticas que já temos.
 
ISTOÉ -
Muitas pessoas afirmam hoje ter encontrado conforto na psicanálise. Não há nenhum valor nisso?  
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
No meu ponto de vista, neuroses, como histeria e obsessão, não são doenças mentais, são pedidos de socorro. A análise cumpre, nesses casos, o papel que a religião cumpria antes. As pessoas iam até o padre para buscar respostas e as encontravam. Qualquer uma das centenas de tipos de psicoterapias que existem hoje pode cumprir esse papel. Reconheço que, em alguns casos, pessoas com problemas pessoais podem encontrar conforto no divã. 
 
ISTOÉ -
Mas seus livros parecem tentar destruir a psicanálise.
 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Eu sou um acadêmico e meu único interesse é separar as verdades das lendas. Freud é apenas uma lenda. Ele reescreveu a história de acordo com seus propósitos pessoais.
 
ISTOÉ -
Essa sua postura crítica em relação à psicanálise acompanhou toda a sua carreira?
 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Não, no início eu era simpático à psicanálise e tinha interesse especial na escola Lacaniana. 
 
ISTOÉ -
E o que essa mudança significou profissionalmente? 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Eu era constantemente convidado para conferências e para escrever artigos em revistas até que eu publiquei meu primeiro livro mais crítico sobre Freud. A partir desse momento, não fui mais convidado para nada. Não se pode ser crítico à psicanálise sem sofrer as consequências disso. 
 
ISTOÉ -
O sr. também estudou a psiquiatria. Acredita que esse é um caminho mais válido para tratar doenças mentais?
 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
A psiquiatria não é uma teoria única, mas, de forma geral, fez enormes progressos, como se vê, por exemplo, nos diagnósticos de esquizofrenia, depressão e outras doenças. Do ponto de vista da cura, porém, ela não avançou. Temos várias drogas hoje que nos permitem controlar certos sintomas das doenças mentais, mas ainda não há cura para elas e nem mesmo se conhece suas causas. A psiquiatria tenta encontrar soluções, mas ainda não foi bem-sucedida. 
 
ISTOÉ -
Qual é o próximo mito que o sr. pretende desbancar?
 
MIKKEL BORCH-JACOBSEN -
Agora estou estudando a indústria farmacêutica. Sou muito crítico com as drogas psiquiátricas e, por isso, estou pesquisando esse universo do ponto de vista histórico.