Pesquisar este blog

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Derren Brown - Messiah

O placebo da fé



Fé, mesmo quando não fica aparente, é DESESPERO; ou uma resposta à vulnerabilidade, por exemplo, de não SABER... 

"Quem nada sabe em tudo crê" - Jan Neruda...

Carlos Sherman

Ver para Crer...


Caccia e eu...



O meu amigo Carlos Caccia publicou a mensagem acima, e recebeu o comentário abaixo:

A fé RACIOCINADA resolve isso.

Objetei:

O RACIOCÍNIO PULVERIZA A FÉ...

Fé e Razão são conceitos mutuamente exclusivos, e irreconciliáveis... A fé é exatamente a atitude torpe de dispensar a razão... A vã tentativa de conciliá-los, fé e razão, normalmente invoca truques e falácias, deixando antever o desespero de crer, ao invés da lucidez que espera para saber... 

Caccia é um pensador sofisticado, para poucos e bons... Parafraseando Guimarães Rosa, o que a vida espera de nós é coragem... Mas a genética não é igualmente generosa para todos... Portanto, inventamos a Ciência para testar a nossa lucidez, embora muitos insistam na ilusão, no delírio, e em viver como vítimas tácitas de perigosas alucinações - intercorrências de nosso processo evolutivo... Triste destino...

Carlos Sherman

Curto é Lúcido VIII




(..) A 'ciência' é a antítese da crença... Ou cremos ou sabemos... O divisor de águas naturalmente é a prova... Aliás, uma intercorrência absolutamente necessária quando pretendemos ser justo e não criar confusão... Não podemos acusar sem provas, nem postular verdades sem provas...

(..) Outro gigantesco equívoco é considerar 'crença' como sinônimo de sensibilidade... A crença, o desespero da crença anda lada a lado com as 'vulnerabilidades'... Quanto mais vulnerável, mais crente... Vulnerabilidade neurofisiológica, psicológica ou intelectual... "Quem nada sabe em tudo crê" - Jam Neruda...

(..) Não há nada de belo em crer... É exatamente o contrário... Lembrando a todos alguns dos 'hereges' que entenderam esta mensagem, como Cora Coralina, Drummond, Machado de Assis, Quintana, Pessoa, Borges, Neruda, Garcia Marques, Humberto Eco, Saramago, Jabor, Veríssimo, Varella, etc...

(..) Não existe droga mais poderosa do que a REALIDADE, e não entendo - e esta é uma pergunta retórica, afinal entendo - porque as pessoas fogem para drogas menores como a cocaína, a religião, o sobrenatural... A Biologia da Crença opera sobre vulnerabilidades, mas não sobre a 'sensibilidade'... Charles Chaplin, David Gilmour, Roger Waters, Lennon, McCartney, que o digam....

(..) Crer não é nobre, é desesperado... Crer não é decorrência da sensibilidade e sim do medo... Crer não é digno, na verdade denota severos desvios de confirmação... E tudo isso porque apela para a fantasia, ao invés de apaixonar-se pela vida REAL... A ciência foi inventada para testar a nossa lucidez... E alguém disse, e bem dito, que um crente não é mais feliz do que um descrente, assim como um bêbado não é mais feliz do que um homem sóbrio - acho que foi Bernard Shaw...

(..) Na verdade considero que o verbo 'crer' está intimamente relacionado com a 'fé'... Cremos, em função da adesão ao estado torpe da fé... Ou seja, precisamos atuar sem mínimas evidências, e crer, em função da teimosia da fé... E desculpem-me por ser um pouco duro com isso, mas insisto que não existe nobreza na fé, e ao contrário... Sei que pessoas de bem, como foi o meu caso, vivem e viveram imersas e no obscurantismo da fé, mas esta posição não é defensável como digna... Não deveríamos usar o verbo CRER... Se tenho evidências, SEI, e não preciso crer... Se não tenho evidências, não sei, e então não deveria me.manifestar, o que dirá 'crer'... Mas posso especular, o que também não pode ser confundido com 'crer'... Este é o resumo da ópera... Insisto que podemos esperar para saber, e aprender, sem o recurso da fé, sem o desespero de crer...

Carlos Sherman

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

~ Derren Brown ~ Fear And Faith - Pt-1 Full

Sobre a dignidade de tornar-se ciente...



Aliás, tenho certa admiração pelo personagem da fábula bíblica 'Adão' - e sua "colaboradora", Eva -, afinal Adão decidiu-de pela HONESTIDADE... Decidiu PENSAR, decidiu que seria importante conhecer a diferença entre o que é 'certo e errado', e percebeu que tal conduta, apesar da ameaça de morte por parte de deus, seria 'humanamente ética'... Qual seria o problema de deus com o 'discernimento'??? A menos que certos líderes judaicos estivessem interessados em "controlar o seu rebanho" - direto para o matadouro - sem questionamento, não consigo encontrar um boa razão para justificar a atitude divina... Bom, o castigo de deus não veio, e Adão viveu 930 anos... Nada mal, para um "pecador", de muitas formas bem 'original'... 

Optar pela consciência, optar por tomar 'ciência', ao invés do desespero da crença, na verdade é a escolha nobre em toda esta estória... Declarar-se um 'acéfalo' em Cristo não resume nenhuma honra, nem valor... Projetar o seu medo e os seus desejos sobre a REALIDADE não tem nada de honrado... Antes, parece patético e fraco... Esperar para saber é infinitamente mais defensável... Entender a diferença entre inexplicável e inexplicado, entender a aleatoriedade da vida, entender a própria vida, isso sim é nobre... Pensem, antes de dobrarem seus joelhos em submissão... 

Observem está maravilhosa noite de Outono, sua claridade, as estrelas no céu, a Lua que começas suavemente a minguar, um vento sul que insiste em acariciar o meu rosto, e tudo isso é único - mesmo que eu não possa conceber um projetista, um gerente geral, e que ameaça torturar à todos com sofrimento indizível por não entenderem os seus 'sinais', por não entenderem por exemplo que "leprosos são imundos", que a Terra está fixa no centro do universo, e que devemos apedrejar os nossos filhos rebeldes...

Despeço-me parafraseando Einstein, afinal somos todos ignorantes, mas não sobre as mesmas coisas... Existem muitas e maravilhosas fronteiras de conhecimento, desde que escolham a REALIDADE... Inventamos a ciência para testar a nossa lucidez - que falha com muito mais frequência do que crê a sua vã 'crença na crença', e de maneiras inusitadas, o que invoca as expressões delírio, ilusão e alucinação, quando falamos em crenças no sobrenatural... 



Carlos Sherman

PENSEM



A verdade não requer adjetivos... Sugerimos 'PENSEM', e em resposta recebemos um sonoro 'SUBMETAM-SE'... Não parece um troca justa...

Carlos Sherman

Hans Rosling: The good news of the decade?

Hans Rosling: Religions and babies

A verdade não tem adjetivos...





Publicaram:

Ao mesmo tempo em que a Rede Globo, chama meia dúzia de vagabundos, playboys e patricinhas de "heróis", tenta denegir a imagem dos verdadeiros heróis brasileiros, que diariamente colocam as próprias vidas em risco para te salvar de escombros, chamas, enchentes, proteger da ação de bandidos, traficantes, assassinos... E o pior, eles não fazem isso por um milhão Reais, como os "heróis" Globais e sim por um salário de miséria, que mal dá para dar moradia digna aos seus familares!! 
Campanha de valorização aos Profissionais de Segurança Pública de todo o Brasil, EU APOIO! Se você também apoia compartilhe!

Apoio os verdadeiros heróis com fardas... Repudio na mesma medida os bandidos de farda... Considero o BBB ridículo... Mas considero o eterno conspiracionismo anti-globo absurdo... A Globo é uma emissora aberta, GRATUITA, como outras, e basta mudar o canal... Vivem de propaganda e de agradar os seus anunciantes... Mude de canal... Só isso... Mas o maniqueísmo anti-globo é completamente infundado... A Globo, que não assisto, é disparada a melhor emissora aberta, tem Drauzio Varella, Jabor, Marcelo Gleiser... Não concordo com o oportunismo e a manipulação na chamada...

E preocupo-me com bandeiras e apoios incondicionais... 

Carlos Sherman

... o conforto onírico da fé ...




(..) E dói tanto que muitos preferem o conforto onírico da fé. Ora, a definição paulina de fé, trazida em Hebreus é clara: "a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem" (Hebreus 11:1). PROVA das coisas que não se veem!!! Fé é certeza, é prova, é a convicção de que uma coisa É TAL QUAL nós a concebemos; é uma firmeza universal, inelutável, reconhecidamente apta e bastante para isenção de qualquer julgamento... Esperança? Minha nossa, como confundir fé com esperança? Esta última diz respeito àquilo que desejamos que aconteça, é uma EXPECTATIVA daquilo que se deseja, é uma espera de REALIZAÇÃO DUVIDOSA... Ninguém precisa de fé para ter esperanças... rsrsrs... Na fé não há espaço para dúvidas. Inobstante, quando se trata de esperanças, as aspirações podem se concretizar ou não. Mais claro e hialino que isso, só o sol. Quanto ao "sentir" (rsrsrs), este se situa no campo das experiências anedóticas, ou seja, absolutamente impossíveis de serem provadas. É algo pessoal. Aquilo que um indivíduo sente, só é verdade para ele... O problema é quando resolvem impor esse sentir como verdade absoluta. A história já demonstrou que isso tem consequências desastrosas... Não é porque sinto algo, por mais puros que sejam meus sentimentos, que isso passa a ser verdade... Não é nosso desejo de que algo seja real, que torna as coisas reais de fato. Anatole France em "La révolte des anges" discorreu brilhantemente sobre o tema dizendo: "Se 5 bilhões de pessoas acreditam numa coisa estúpida, essa coisa continua sendo estúpida"... A psiquiatria já demonstrou às escâncaras que nem tudo que um indivíduo sente é real... se a mentira for tida como verdade, será verdade enquanto acreditarem nela? Claro que não... Para que algo seja tido como verdadeiro e adquira status de verdade, precisa ser submetido ao crivo da ciência. E a ciência ao longo dos anos vem destronando mentiras e derrubando mitos e dogmas injustificáveis. De minha parte, não penso ser uma escolha inteligente crer numa mentira só porque ela traz um consolo mendaz e infantil. Ainda bem que Darwin não fez essa escolha brilhantemente "inteligente"...rs... Muitas vezes procurar e saber a verdade é um sofrimento, mas é libertador! A supervalorização de crenças ou de sentimentos pessoais em detrimento das evidências subjacentes é uma hábil maneira de auto enganar-se... Para garantir-se um equilíbrio interior eficiente, penso que a verdade seja muito mais útil que a mentira. Afinal de contas, não fomos nós ateus que dissemos que "a verdade nos libertará"... 

(..) E se "muitos estão mais preocupados em derrubar dogmas e hábitos"... é porque dogmas e hábitos nefastos vêm matando e torturando pessoas ao longo dos séculos. É porque os tais dogmas e os tais hábitos, por mais desumanos e injustificados que sejam, refutam a verdade em detrimento do interesse dos oportunistas de plantão, atrasando o desenvolvimento da ciência, da humanidade, obstruindo o consolo e a cura que os métodos científicos procuram trazer a muitos que sofrem. Essa me parece uma realidade deveras preocupante. E a menos que uma pessoa seja extremamente ingênua ou extremamente cínica, ela se ocupará em fazer prevalecer a verdade e a liberdade, ainda que isso muito lhe custe.

(..) Talvez porque as pessoas associem felicidade com fé... ou, pior, com religiosidade. Elas não concebem que uma pessoa possa ser feliz em qualquer grau, como qualquer outra, sem crer em nenhum deus ou divindade. Acham anti-natural. Nós pensamos exatamente o contrário: como alguém consegue ser feliz sem ter liberdade de pensamento, deixando-se livremente garrotear e garroteando-se a si próprios com crenças gestadas por seus ancestrais quando tinham medo do escuro ou do trovão... Crenças em sua maioria, da era do bronze... Para nós é absolutamente desconcertante conceber que alguém fale com seres imaginários, que os ouça, que realmente se acredite tão importante para ser filho do criador do Universo, e advogar em seu favor, creia-se um escolhido, um eleito, um arauto da sabedoria.. rsrsrs... sabedoria essa que tem assento num livro que sofreu inúmeras falsificações, adulterações e falseamentos ao longo das eras... que sequer existe em seu original... um livro que trata de personagens fictícios, cuja existência história a ciência refuta solenemente e a própria religião jamais conseguiu provar... é interessante para nós o fato de não aceitarem a morte, o evento mais natural da vida (!!!) e a finitude das coisas... E de não encontrarem alegria na vida, no mundo, senão se apegando, apelando e fazendo barganhas com seres sobrenaturais... Mas a crença é atávica, tem raízes biológicas. Conquistar a liberdade de pensamento é para poucos. Para os poucos que verdadeiramente querem. Mas quem quereria? A fé é um belo consolo... quem se dispõe a viver sem ele?

Valdirene Destro

Fiat Lux



Fiat Lux

É incrível notar como milagres, revelações e deuses proliferaram no passado, quando ninguém sabia ler e escrever, e nada conhecíamos sobre a vida e o universo...

Carlos Sherman

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Cientistas desenvolvem exame para mapeamento do cérebro

Até 'Sai Baba'... Então precisaremos limpar tudo isso...



(...) Sucede que Hitchens andava pelo Sri Lanka em uma expedição de ajuda humanitária, em uma área povoada quase que exclusivamente por seguidores do mega-picareta, já falecido, Sai Baba... Só 'babando' mesmo para seguir este charlatão de segunda, e cuja seita continua viva até os nossos dias, com facções no Brasil, e ativa propaganda nas redes sociais... Este marginal perpetrava o truque circense, e mal executado, de cuspir bolas de ouro... Mas precisava pilhar a população miserável do sul da Índia e do Sri Lanka...

Mas Hitchens seguia em uma van, repleta de seguidores 'babenses', que haviam iniciado a viagem com um cerimonial de quebra de cocos, para garantir a proteção espiritual de Sai Baba... Mas não deu certo, afinal o motorista que conduzia freneticamente pelo nevoeiro terminou atropelando um motociclista... E lá estava o corpo estendido no chão, a quizumba formada, e a polícia queria prender o motorista... 

Hitchens então interveio, preocupado em permanecer ali, no meio do nada, afinal possuía credenciais como jornalista, em trajava o seu inconfundível terno branco, além do sotaque inglês, e considerando ainda que em meio à ignorância reinante ele seguramente era o mamífero mais articulado do pedaço... E assim sendo, os policiais liberaram a van para seguir viagem, enquanto os 'fiéis' já haviam se comunicado com os assessores de Sai Baba, que lhes garantiu que o espírito do próprio reverendo havia estado entre eles, na figura do tal 'inglês'... 

Pois bem, o homem atropelado morreu... E faço das reflexões de Hitchens minhas reflexões, quando penso: não teria sido melhor que o espírito de Sai Baba tivesse atuado sobre o motorista e evitado o acidente??? Este estado torpe de cegueira lógica, é conhecido pela Psicologia como 'desvio de confirmação'... Um atributo indissolúvel da Biologia da Crença... 

E está dito...

Carlos Sherman 

Desvio de Confirmação...



Fui perguntado: 'o que seria o desvio de confirmação?'... Desvio de confirmação é - por exemplo - considerar a bíblia um livro de 'amor' por sugerir que 'amemos uns aos outros'; mas depois não ligar quando ela, a mesma escritura, sugere a matança de estrangeiros, e daqueles que não creem no mesmo deus, chamando leprosos de imundos e deficientes físicos de párias... Desvio de confirmação é considerar a bíblia 'sagrada', porque assim como outros códices, sugere que não matemos us aos outros... E esquecer dos demais dizeres, onde a morte de 2,5 milhões de pessoas é descrita, por mera intolerância religiosa, além de sugerir o apedrejamento de filhos rebeldes, a morte de homossexuais e de pessoas que insistem em trabalhar no sábado... Desvio de confirmação é considerar belo quando um messias 'dá a outra face' para evitar revidar... Mas na sequência 'desviar a vista' dos textos 'sagrados',  quando este mesmo messias vem como "senhor da guerra" para mostrar a sua 'verdadeira face', promovendo a morte de toda a humanidade - pela segunda vez, vide 'arquinha de Noé' com os 'bichinhos' -, aludindo diretamente à "vingança de deus", e com indizíveis requintes de crueldade... Desvio de confirmação, é assistir o noticiário, que dá conta de um terremoto no Haiti, e da morte de milhares de pessoas; e entre os escombros de uma maternidade soterrada - com a mortes de centenas de pessoas, bebês, mães, enfermeiros e médicos -, uma mulher é resgatada com vida, e gritar: MILAGRE... Desvio de confirmação é uma tendência relacionada com a personalidade, um tendência comportamental inata, e que vai de mãos dadas com a desonestidade ou com o medo servil... E tal tendência poderá ser desestimulada ou ampliada pela experiência... A esfera religiosa, ou da fé no sobrenatural, são estímulos inequívocos para tais desvios, ou indicativos de outros problemas ilusório-alucinatórios, de decorrência neurofisiológica... 

Desvio de confirmação é o que os advogados dos acusados do mensalão tentaram encenar, assim como no caso dos Nardoni, Rugai, O.J. Simpson... Vem de mãos dadas com a técnica do espantalho, muito comum entre políticos, advogados e mágicos... 'Olhe para a minha mão direita', enquanto um edifício de 10 andares desaparece, sem que a sua cognição possa perceber o truque... 

E esta dito... 

Carlos Sherman 

Nathan Maior



Entre constelações de homens notáveis, poetas pensadores, reconheço o brilho de uma estrela, 'Nathan MAIOR'... Poeta Maior... Sei que a sua humildade recusará o título, mas insisto, e por favor, aceite com carinho...

Carlos Sherman

Leiam a Bíblia...


Estamos nos tornando mais 'cientes' - pela ciência -, e necessitando menos de 'crendices', e o sobrenatural torna-se, dia a dia, objeto das ciências naturais, ou se desfaz no ar... Evidentemente, as alucinações que precederam tais revelações, também vão se tornando, naturalmente, objeto de estudo da Neurociência Cognitiva... Estamos esperando para saber, ao invés de optar pelo desespero de crer... 

E estamos vivendo mais, e cada vez mais descrentes... Estamos vivendo mais e melhor... Na verdade a relação entre PIB per capita e crença é inversamente proporcional... Enquanto a relação entre PIB per capita e expectativa de vida é diretamente proporcional, assim como com a solidariedade e grau de instrução, donde se deduz que??? E a relação entre PIB per capita, é inversamente proporcional com a mortalidade infantil e com a violência, donde tamém se conclui que???

Estamos aprendendo sobre a beleza de viver, lúcidos, em substituição à obscuridade do 'pecado original', e estamos aprendendo sobre a aleatoriedade da vida, em substituição á falácia do 'livre arbítrio'... Vivemos melhor sem culpados e inocentes, mas encarando a verdadeira condição Hunana, troppo umana... 

E sem dúvida, entender como as coisas realmente funcionam, por meio da atitude cética e científica, alavancaram tal desenvolvimento - quase exponencial -, mas um importante passo também precisa também ser valorizado: ESTAMOS LENDO A BÍBLIA... 

Perdemos o medo de ler a bíblia, sem intermediários, e sem os efeitos nefastos da manipulação pela 'sugestão', e podemos encarar diretamente o que está escrito na bíblia... E estamos ofendidos com a sordidez de sua mensagem... Não existe maior instrumento contra a vã crendice do que sugerir a leitura das 'escrituras - ditas - sagradas'... Somente homens pouco atidos à honestidade intelectual, ou advogando por meio do franco desvio de confirmação, ou pessoas que não gozem de plena saúde neurofisiológica, seguirão impassíveis depois deste encontro... 

LEIAM A BÍBLIA, e depois expliquem porque sociedades que pretendem ser justas e solidárias, permitem a sua publicação e livre circulação... Não se trata de 'liberdade religiosa', e sim de 'ofensa à dignidade humana'... Leiam a bíblia, pode ser esclarecedor...

Atenciosamente.

Carlos Sherman

O Conselho de Metrodoro



Metrodoro de Lâmpsaco, filósofo grego membro do Jardim de Epicuro de Samos, retratado cerca de 500 anos após sua morte num mosaico romano (fim do século II a começo do século III).

O texto do mosaico diz algo assim:

"Nós nascemos apenas uma vez; é impossível nascer duas vezes e é necessário não mais existir eternamente [após a morte]. Mas você, embora não seja mestre do amanhã, descarte a fruição. A vida é gasta pela procrastinação e cada um de nós morre sem tempo suficiente nas mãos."

Epicuro de Samos fundou uma escola filosófica que era um estilo de vida, um caminho de temperança para a felicidade e o conhecimento. Combatia ardentemente as alegações das outras grandes escolas de Atenas: os acadêmicos (seguidores de Platão), os estoicos (seguidores de Zenão de Eleia entre outros) e os peripatéticos (seguidores de Aristóteles).

Os "epicureus" (epicuristas) são citados desfavoravelmente na Bíblia, e Dante, embora gostasse de Epicuro como pessoa, manda-o para o sexto círculo do inferno por causa de suas ideias. Thomas Jefferson, numa carta em 1819, diz a William Short "eu também sou um epicurista". A tese de doutorado de Karl Marx foi sobre Epicuro.

Não acredito que indivíduos ou escolas de pensamento possam conter todo o conhecimento do mundo (muito menos hoje), mas não tenho reservas quanto à maioria das ideias epicuristas, que atravessaram mares de tempo e resistência e continuam encontrando admiradores ilustres mais de 2300 anos depois.

Eu, também, sou epicurista. O nome do meu blog, "Tetrapharmakos in Vitro", é uma referência direta ao epicurismo de Diógenes de Oinoanda (Oinanda fica na atual Turquia), que escreveu as ideias de epicuro num muro de três metros de altura, endereçou as ideias a todas as pessoas do mundo todo independente de gênero, idade ou nacionalidade, abraçando uma ideia cosmopolita de cidadania internacional, coisa tão importante hoje.

E como estudante de doutorado tento sempre seguir o conselho de Metrodoro, nem sempre com sucesso.

Uma boa fonte: "The Cambridge Companion to Epicureanism" (2009), editador por James Warren.

Photo © 2008 Holly Hayes/Art History Images. All rights reserved.http://art-history-images.com/photo/553
Metrodoro de Lâmpsaco, filósofo grego membro do Jardim de Epicuro de Samos, retratado cerca de 500 anos após sua morte num mosaico romano (fim do século II a começo do século III).

O texto do mosaico diz algo assim:

"Nós nascemos apenas uma vez; é impossível nascer duas vezes e é necessário não mais existir eternamente [após a morte]. Mas você, embora não seja mestre do amanhã, descarte a fruição. A vida é gasta pela procrastinação e cada um de nós morre sem tempo suficiente nas mãos."

Epicuro de Samos fundou uma escola filosófica que era um estilo de vida, um caminho de temperança para a felicidade e o conhecimento. Combatia ardentemente as alegações das outras grandes escolas de Atenas: os acadêmicos (seguidores de Platão), os estoicos (seguidores de Zenão de Eleia entre outros) e os peripatéticos (seguidores de Aristóteles).

Os "epicureus" (epicuristas) são citados desfavoravelmente na Bíblia, e Dante, embora gostasse de Epicuro como pessoa, manda-o para o sexto círculo do inferno por causa de suas ideias. Thomas Jefferson, numa carta em 1819, diz a William Short "eu também sou um epicurista". A tese de doutorado de Karl Marx foi sobre Epicuro.

Não acredito que indivíduos ou escolas de pensamento possam conter todo o conhecimento do mundo (muito menos hoje), mas não tenho reservas quanto à maioria das ideias epicuristas, que atravessaram mares de tempo e resistência e continuam encontrando admiradores ilustres mais de 2300 anos depois.

Eu, também, sou epicurista. O nome do meu blog, "Tetrapharmakos in Vitro", é uma referência direta ao epicurismo de Diógenes de Oinoanda (Oinanda fica na atual Turquia), que escreveu as ideias de epicuro num muro de três metros de altura, endereçou as ideias a todas as pessoas do mundo todo independente de gênero, idade ou nacionalidade, abraçando uma ideia cosmopolita de cidadania internacional, coisa tão importante hoje.

E como estudante de doutorado tento sempre seguir o conselho de Metrodoro, nem sempre com sucesso.

Uma boa fonte: "The Cambridge Companion to Epicureanism" (2009), editador por James Warren.

Photo © 2008 Holly Hayes/Art History Images. All rights reserved. http://art-history-images.com/photo/553

Curto e Lúcido VI



(..) Brother, insisto, você diz textualmente: 'comportamental, genético, ou fruto dos dois aspectos'... Não está correto... O correto seria, 'inato, aprendido, ou fruto dos dois aspectos'... Onde 'inato' está relacionado, embora não seja sinônimo, à genético - afinal existe a vida gestacional... E 'aprendido', decorre de aprendizado, ou experiência.... Onde poderíamos subdividir ainda em experiência compartilhada e não compartilhada... O comportamento é a resultante da combinação entre é inato e aprendido, e está sendo mal utilizado para referir-se claramente à experiência ou aprendizado... Não sendo pois um input e sim um output... Não sendo, o comportamento, causa, e sim consequência... Apenas para colaborar com a boa utilização das terminologias, embora tenha entendido o seu ponto de vista, do qual compartilho... Mas está errado dizer 'comportamental, genética, ou ambos', e onde lê-se 'comportamental', devemos ler 'aprendizado' ou 'experiência'... E onde lê-se genética - apesar de correto -, seria mais adequado dizer 'natureza', ou 'características inatas'... Finalmente, existe ainda a confusão - e não me refiro ao post - entre 'genético' e 'herdado'... Mas essa é uma outra estória... Um abraço....

Carlos Sherman

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Qual é a cor do poder???



Resposta a um post sobre 'consciência negra', escravidão, etc... A mesma ladainha falaciosa e desinformada de sempre... Liguem menos para a vã sociologia, e liguem mais para o verdadeiro conhecimento; mesmo que a verdade atente contra as bandeiras que defendem!!! Pode ser chegado o momento de amadurecer, libertar o seu pensamento, e adotar uma postura ética - logo cética -, além dos interesses de um determinado grupo...

Comentei:

(..) Linda mulher... Mas todas as supostas 'etnias' foram escravizadas e escravizaram; sem exceção... Negros escravizaram negro e brancos... Zumbi chegou a possuir 400 escravos, quase todos negros ou pardos... A palavra 'escravo' vem do inglês 'slave', que vem de 'eslavos', humanos 'brancos de olhos azuis', escravizados ora por germânicos, ora por povos do mediterrâneo... Mas o nefasto costume de 'povos dominantes' escravizarem 'povos dominados' remete aos primórdios da civilização... O orgulho negro não merece nenhum 'orgulho', afinal decorre de racismo e ignorância... 

Não existem raças, somos todos descendentes de uma única mãe que viveu na África Oriental há cerca de 200.000 anos... O que deveríamos pensar de quem panfleta sobre o 'orgulho branco'??? Consideram que o orgulho tem cor??? O orgulho negro é diferente do orgulho branco ou amarelo??? E se este panfleto for lançado no Sudão? 'Todos pelo orgulho branco', 'viva a mãe caucasiana'... 

Seu Jorge e Neguinho da Beija-Flor estão muito mais próximos da genética européia do que da africana... Já Alcione, de pele mais clara, está mais próxima dos povos africanos... Reflitam... Como devemos tratar um filho albino de uma mãe negra? Será 'negro', 'branco', ou lançaremos mão da expressão racista: 'branco de alma negra'???

Qual é a REAL importância da quantidade de melanina na pele, além da beleza e da proteção contra raios UV??? Caráter, personalidade, musicalidade, ser bom ou mau, nada tem a ver com a quantidade de melanina na pele... Reflitam, e depois decidam se ainda precisam de bandeiras para o 'orgulho negro'... E reflitam ainda: qual é a cor do poder???

Carlos Sherman


Curto e Lúcido VII




Sobre energia cósmica, desconhecido, lei do retorno, etc...

(..) Não vejo como, mas.... Não existe tal lei... E infelizmente, se Buda realmente disse isso, esteve prejudicado pelo pleno desconhecimento sobre Genética, Neurociência, e sobre o entendimento em relação às alucinações, hipoxia, problemas nos lobos temporais e parietais.... Beijos....

(..) Querida, sobre 'lei do retorno' isso se chama desvio de confirmação... E se você realmente lutou e conquistou, significa conquista mesmo, rsrsrsrsrs... O 'desconhecido' remete ao desespero de crer, em lugar de esperar para realmente saber... E estamos muito mais sujeitos às ilusões e falsos positivos do que imaginamos.... Sinto desapontá-la, mas a crenças tácita no sobrenatural, no que não existe, é uma forma de fuga, ou mero desconhecimento das verdadeiras causas naturais por trás do fenômeno, desconhecimento sobre a aleatoriedade da vida, ou decorrente de distúrbios neurofisiológicos....

David Gilmour in Concert The Meltdown Concert 2002

Muito barulho por nada...

CHE, O SENHOR DE TODAS AS CONTRADIÇÕES... LIBERDADE PELO PAREDÃO, LIBERDADE PELA DITADURA, LIBERDADE PELO PENSAMENTO ÚNICO, PELO PARTIDO ÚNICO, PELA ÚNICA VIA DE RENDER-SE À MIRA DE SUA ARMA... MAS SEM PERDER A TERNURA, JAMAIS... TREMENDO CARA DE PAU, ASSASSINO E PSICÓTICO...


(..) Bons argumentos, mas com uma conclusão descabida... Yoani não é um farsa, e sim um exagero... Dizer o que outros disseram é o endosso do discurso, e não constitui - por si só - comprovação de 'fraude'... Tudo o que foi dito em seu texto é plausível, e também corrobora a minha visão, mas o título não coincide com a sobriedade do argumento... Belo texto, péssimo título... Yoani não é isso tudo, só isso... Nada mais... A perseguição cria mártires, e compramos sua idolatria... É Humano, troppo umano, e preocupante... Um abraço.... 

Carlos Sherman

Curto e Lúcido V




(..) Somente pontuando, de entrada, que a questão está mal colocada como 'Genética ou Comportamental'... A forma correta de colocar tal questão nos remete às características inata e adquiridas pela experiência, e é desta combinação que resulta o comportamento... Somente esclarecendo este ponto...

(..) Mas concordo que a 'intimidade' de cada um é um direito individual... Sem dúvida... E viver sua afetividade, por um ser humano do gênero masculino, feminino, um por várias humanos, ou por outras espécies animais, é um direito pessoal, inalienável... A opção sexual, derive ela de características inatas ou adquiridas, não interfere com os direitos de terceiros, sendo pois objeto da competência dos direitos individuais... Concordo com o vídeo, só ressaltando que as palavras poderiam ser melhor colocadas... Este marginal chamado Silas Malafaaia está polarizando a discussão para manipular os acéfalos em cristo, e cobrar o dízimo, que garanta a sua participação, nos anos vindouros, entre os 500 mais ricos da Forbes... E nada contra ser rico, pelo trabalho, e operando dentro da legalidade... Mas tudo contra capitanear uma instituição sem fins lucrativos, e portanto não sujeita à tributação, e figurar entre os homens mais ricos do país... Onde está a declaração de imposto de renda deste patife???

Carlos Sherman

Eike Batista e 'lições bíblicas'... Imbecilidade e cara de pau não tem limites...



Eike Batista e lições bíblicas... Imbecilidade e cara de pau, não tem limites...

Só faltava essa: "As 25 Leis Bíblicas do Sucesso - Como Usar a Sabedoria da Bíblia para Transformar sua Carreira e seus Negócios - Rubens Teixeira e William Douglas", com a 'benção' do mega picareta dos negócios, Eike Batista: "Este livro é uma alternativa e um exemplo para ajudar mais e mais pessoas a evoluir e a crescer."... Eike Bastita é famoso por engrupir as pessoas, captando muito dinheiro com NADA, o que se coaduna imediatamente com o negócio religioso: faturar alto, para entregar no post mortem, o equivalente a NADA, no melhor estilo 'Batista' - e com ares de superioridade... Tenho curiosidade em ler esta sandice: "A Bíblia é o melhor manual sobre o sucesso já escrito até hoje. Ao contrário do que se imagina, ela não trata apenas de religião, mas também de valores fundamentais para se construir uma base sólida para a vida profissional"... Sim, sucesso TOTAL... 

A fábula da 'criação' mal começa, e o primeiro espécime humano se revolta contra a própria condição de SUBMISSÃO à ignorância, e opta por PENSAR, sendo assim ameaçado de morte pelo 'presidente' do empreendimento, que também é seu pai... Mas este não cumpre sua ameaça demissão 'capital'... Belo exemplo... Depois projeto é colocado abaixo por ele mesmo, mesmo tendo a eternidade para sua elaboração - antes é claro, afinal eterno é eterno... Este é um marco da incompetência... Tempo infinito de projeto, com o aborto do mesmo ainda nas preliminares... 

Então o 'presidente-projetista' literalmente 'afunda' o 'mundo', o seu 'projeto', até o talo, matando toda a criação, menos uma família, e um patético par de cada uma das espécies, para começar um novo empreendimento... E porque recomeçar com a salamandra, o ornitorrinco, ou o tigre da Tasmânia - já extinto? Como ficamos com o Dinossauros, a arquinha, e a cronologia da vida na Terra? Por que mais tipos de besouros do que qualquer outra espécie? 

Sim, a bíblia não é somente um 'sólido exemplo administrativo', ela também salvaguarda 'valores fundamentais'... Será? Como por exemplo, o apedrejamento de filhos rebeldes, o sentenciamento de leprosos como imundos, e de deficientes físicos como indesejáveis, de homossexuais à morte... Doenças são possessões demoníacas, todas elas... Administração baseada em evidências... Ou não? A poligamia, e a venda de filhas também merece o nosso respeito, assim como a escravatura... O incesto, frequente, é exercido desde o início, afinal Adão e Eva só tiveram filhos do sexo masculino, Caim e Abel, rsrsrsrs, sendo que um matou o outro, rsrsrsrsrs... bela família... Ou seja, descendemos de um assassino do próprio irmão que comeu a mãe... Isso não é só patético, é doentio e terrível... E a tentativa de transformar tal sandice em guia de auto-ajuda, com a benção de um picareta, é mais do que insólito, é IMORAL... 

A bíblia ofende a dignidade humana, este livro ofende a inteligência humana... A inspiração bíblica, e desta obra vergonhosa e cínica, depende diretamente do grau de ignorância de quem lê... Gosto muito e em particular, do 'sucesso' na administração 'recursos humanos', e na gestão de de 'valores fundamentais', exemplificado em certa passagem bíblica; quando um 'homem de deus', membro da 'gerência', é objeto de chacota por parte de crianças, que decidem chamá-lo de 'calvo' - vulgo careca -, e o próprio deus então decide dar uma liçãozinha 'administrativa', mostrando toda a sua capacidade gerencial, e seu zelo pelos valores mais fundamentais - a vida por exemplo -, exemplificando como as coisas funcionam em seu empreendimento, e comanda a segurança, duas 'ursas', para que deem cabo destas crianças 'despedaçando-as'... Ou seja, '42 crianças são despedaçadas' por chamar um homem de 'careca'... Muito equilibrado da parte do 'senhor patrão'... Lindo exemplo, rsrsrsrs, e triste destino dos acéfalos em Cristo... 

E assim caminha a humanidade, mas não por muito tempo... A descrença, e consequentemente o verdadeiro sucesso, andam par e passo... A prosperidade coincide com elevado grau de instrução, mais solidariedade, menos violência, maior expectativa de vida, menor mortalidade infantil, e consequentemente mais e mais descrença... Confiram, todas as pesquisas, sem exceção, apontam na mesma direção, com destaque para estudo do Instituto Gallup: quanto mais descrente um país, mais próspero ele é... Eike Batista julga esperteza por prosperidade, e para provar tal tese, só mesmo a mal fadada bíblia - cruel e desonesta...

Renda per capita e religiosidade, prosperidade crendice, relações inversamente proporcionais...


Carlos Sherman 


Mais pode ser menos...



Eu nunca tive tal vício, rsrsrsrs; tenho outros, rsrsrsrsrs... E sinto-me plenamente representado pelo vídeo... Vale a pena reconsiderar o que realmente importa na vida... Queremos sempre 'mais', mais coisas, mais gente, e não nos preocupamos na mesma medida em que seja 'melhor'... Melhor em cada contato, cada relação, cada momento... Melhor de fato... 'Mais é melhor' seria fantástico, mas somente 'mais' e mais, mais contatos, mais acessos; não significa absolutamente nada... E como mostra o vídeo, 'mais' pode ser - e é - 'menos'... Muito menos... Beijos...

Carlos Sherman

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Bukowski, a idolatria...




Uma amiga publicou:

‎"Há bastante deslealdade, ódio, violência, absurdo no ser humano comum para suprir qualquer exército em qualquer dia. E o melhor no assassinato são aqueles que pregam contra ele. E o melhor no ódio são aqueles que pregam amor, e o melhor na guerra, são aqueles que pregam a paz. Aqueles que pregam Deus precisam de Deus, aqueles que pregam paz não têm paz, aqueles que pregam amor não têm amor. Cuidado com os pregadores, cuidado com os sabedores. Cuidado com aqueles que estão sempre lendo livros. Cuidado com aqueles que detestam pobreza ou que são orgulhosos dela. Cuidado com aqueles que elogiam fácil, porque eles precisam de elogios de volta. Cuidado com aqueles que censuram fácil, eles têm medo daquilo que não conhecem. Cuidado com aqueles que procuram constantes multidões, eles não são nada sozinhos. Cuidado com o homem comum, com a mulher comum, cuidado com o amor deles. O amor deles é comum, procura o comum, mas há genialidade em seu ódio, há bastante genialidade em seu ódio para matar você, para matar qualquer um. Sem esperar solidão, sem entender solidão eles tentarão destruir qualquer coisa que seja diferente deles mesmos." (Charles Bukowski)


Comentei:

Poderíamos aplicar Bukowski contra Bukowski, e o que teríamos??? Pregadores contra pregadores, rsrsrsrsr.... Para ser genial é preciso mais do que afrontar, chocar, invocar o eterno maniqueísmo... Bukowski tem algum valor, mas que não justifica a sua fama... O estilo 'maldito' sempre suscita a idolatria...

Carlos Sherman

O fim está próximo???


O fim está próximo???

Em uma reunião da Associação Americana de Ciência Avançada, que aconteceu esta semana em Boston, o físico Joseph Lykken declarou que a massa da partícula de Higgs, juntamente com informações existentes em outras partículas subatômicas, sugere que o nosso universo se mantém de forma instável e que ele pode ser engolido por um universo alternativo.“Se você usar todos os conhecimentos de Física que temos, por meio de cálculos simples podemos concluir que essa é uma má notícia”, disse Lykken. “Em algum ponto, bilhões de anos a partir de agora, tudo será eliminado”.A boa notícia é que uma catástrofe destas proporções deve acontecer na velocidade da luz, algo que impediria qualquer ser vivo de perceber o ocorrido. E, embora a teoria sugira que isso pode ocorrer a qualquer momento, pesquisadores afirmam que a humanidade está segura por muito tempo ainda.Em entrevista ao NPR, Joseph Lykken afirmou que a catástrofe funciona em forma de bolhas, com uma “flutuação quântica improvável”, algo que pode acontecer em um horário e lugar aleatório. “Em princípio, isso poderia acontecer amanhã, mas, em seguida, provavelmente isso seguiria para alguma galáxia distante. Por isso, ainda estamos seguros por bilhões de anos antes que isso chegue até nós”.
http://www.megacurioso.com.br/fim-do-mundo/35678-nosso-universo-pode-ser-engolido-por-realidade-alternativa-a-qualquer-hora.htm
Engolido por realidade alternativa a qualquer hora
Em uma reunião da Associação Americana de Ciência Avançada, que aconteceu esta semana em Boston, o físico Joseph Lykken declarou que a massa da partícula de Higgs, juntamente com informações existentes em outras partículas subatômicas, sugere que o nosso universo se mantém de forma instável e que ele pode ser engolido por um universo alternativo.“Se você usar todos os conhecimentos de Física que temos, por meio de cálculos simples podemos concluir que essa é uma má notícia”, disse Lykken. “Em algum ponto, bilhões de anos a partir de agora, tudo será eliminado”.A boa notícia é que uma catástrofe destas proporções deve acontecer na velocidade da luz, algo que impediria qualquer ser vivo de perceber o ocorrido. E, embora a teoria sugira que isso pode ocorrer a qualquer momento, pesquisadores afirmam que a humanidade está segura por muito tempo ainda.Em entrevista ao NPR, Joseph Lykken afirmou que a catástrofe funciona em forma de bolhas, com uma “flutuação quântica improvável”, algo que pode acontecer em um horário e lugar aleatório. “Em princípio, isso poderia acontecer amanhã, mas, em seguida, provavelmente isso seguiria para alguma galáxia distante. Por isso, ainda estamos seguros por bilhões de anos antes que isso chegue até nós”.
http://www.megacurioso.com.br/fim-do-mundo/35678-nosso-universo-pode-ser-engolido-por-realidade-alternativa-a-qualquer-hora.htm

Curto e Lúcido IV




Paulinha, você descreve uma boa pessoa, mas que amarga severos desvios de confirmação, apegada a praticamente todo o lixo esotérico do momento, espiritismo, 'energia cósmica', 'lei do retorno'... Esta fundamentando - em parte - a sua vida sobre 'falsos positivos'... Acreditar no sobrenatural com tanta devoção pode denotar problemas nos lobos temporais e até mesmo sinalizar um quadro de epilepsia - lembrando ainda que em 80% dos casos de epilepsia não existem convulsões, e descobrimos o problema em função das avassaladoras adesões ao sobrenatural... Alucinações são mais frequentes do que creem os que nada sabem sobre a mente humana... 

E o subsequente desvio de confirmação coletiva na catarse do culto, é absolutamente conhecido neurofisiologicamente, inclusive no espiritismo... Trata-se de uma fenômeno de simples indução e sugestão, vide Derren Brown - YouTube... Aceite a vida com coragem, apenas viva e seja feliz, não existe um diretor para este filme, e no final nós morremos mesmo... inexoravelmente... Não desperdice a sua vida com pataquadas e crendices... Defina um outro papel para a sua atuação... E mantenha a sua solidariedade intacta, apesar da lucidez...

Nada de inferno, nem de vida eterna, nem deuses, nem demônios, nem espíritos, nem leis sobrenaturais, apenas vulnerabilidade neural, evolutiva, e a incapacidade de conviver harmoniosamente com a aleatoriedade... A incapacidade de entender a aleatoriedade... Muitos, e naturalmente, estão aferrados à fenômenos causais, simplistas, e devotos de fantasias, amargando falsos positivos, e apartando-se da realidade... Inventamos a ciência precisamente para testar a nossa lucidez... Teste a sua... Somos apenas humanos, troppo umanos... E isso basta...

Carlos Sherman

Curto e Lúcido III



Qual é a função importante da religião??? Educação??? Recomendando o apedrejamento de filhos rebeldes? Será que a educação moderna não começa a ser estruturada com Piaget, etc? Leis? Olho por olho, dente por dente, quebradura por quebradura, o Código de Hamurabi ampliado? As nossas leis não decorrem minimamente de livros sagrados... A menos que considera razoável alugar a sua mulher e vender a sua filha, chamar leprosos de imundos, etc e tal... Qual é o papel da religião, além do que foi muito bem descrito pelo autor? Nada mais do que um grêmio de identidades, como partidos políticos, bandas de Rock, times de futebol... As religiões não durarão para sempre, entendam, a História é dinâmica, estamos próximos de enfrentar uma inflexão exponencial na descrença... E sabem o que ocorrerá??? O que ocorre na maioria dos países europeus, descrentes, na Nova Zelândia, Canadá, Japão, etc... Ou seja, maior instrução, maior expectativa de vida, menor mortalidade ao nascer, menos violência, mais solidariedade, etc e tal... Estudem levante os dados... Saiam de seu microcosmo, saiam do bairro, deixem de olhar para baixo, olhem longe, ao longe e saberão... Estudem...

Você alega que 'no seu caso, sem 'religião' - o que não perece ser uma resposta totalmente honesta -, mas acreditando em 'algo para além de nós', devo lembrá-la da falácia retórica nomotética, atribuindo nomes diferentes para os mesmos fins... 

Sobre pretensão, existe outra falácia envolvida, a completa inverão dos fatos... Note que a 'pretensão' e arrogância - cega - reside exatamente na cabeça de quem se considera escolhida, de quem considera que para si, ou para apenas para o homem, deve haver 'algo mais'... Outra completa inversão é dizer que 'seria muita pretensão achar que o ser humano é único'...  Na verdade a pretensão é sua, em achar que o ser humano é o único dentre os animais que merece um 'algo mais'... Somos mortais, passageiros, poeira cósmica, e você ainda diz que é 'pretensão' de nossa parte, descrentes no sobrenatural e em fantasias, ao invés de entender que é exatamente você que espera um tratamento especial, e que na verdade você chama de 'deus' - em maiúsculo, mas me recuso a reproduzir... 

Mas como este 'deus' está formatado??? Por que considera um 'deus', e se diz sem religião, se as alusões a ele só estão cunhadas em velhos livros folclóricos??? Um caso categórico de desvio de confirmação... Incrível... Esta fantasia, não poderia ser amor, universo, energia, poesia, como você diz, por que não precisamos de outros atributos para tais conceitos... Na verdade, o seu 'sei lá o que', é mera falácia nomotética, medo, fantasia, e está bem descrito no texto... Estudem, dignifiquem suas vidas...

Carlos Sherman

Curto e Lúcido II



Rodrigo, você está subvertendo o ônus da prova... É simplesmente uma questão de tempo a perder... Deus existe tanto como o unicórnio cor de rosa, ou o Grande Jujú da Montanha, e o monstro de Lockness... Acreditar no sobrenatural com tanta devoção pode denotar problemas nos lobos temporais e até mesmo sinalizar um quadro de epilepsia - lembrando ainda que em 80% dos casos de epilepsia não existem convulsões, e descobrimos o problema em função das avassaladoras adesões ao sobrenatural... Alucinações são mais frequentes do que creem os que nada sabem sobre a mente humana... 

E o subsequente desvio de confirmação coletiva na catarse do culto, é absolutamente conhecido neurofisiologicamente... Trata-se de uma fenômeno de simples indução e sugestão, vide Derren Brown... Aceite a vida com coragem, apenas viva e seja feliz, não existe um diretor para este filme, e no final nós morremos mesmo... inexoravelmente... Não desperdice a sua vida com pataquadas e crendices... Defina um outro papel para a sua atuação... 

Nada de inferno, nem de vida eterna, nem deuses, nem demônios, apenas vulnerabilidade neural, evolutiva, incapaz de conviver harmoniosamente com a aleatoriedade... Incapaz de entender a aleatoriedade... Aferrados à fenômenos causais, simplistas, e devotos de fantasias, amargando falsos positivos, e apartando-se da realidade... Inventamos a ciência precisamente para testar a nossa lucidez... Humanos, troppo umanos... 

Carlos Sherman

Curto e lúcido...




Publicaram:

"Às vezes queremos seguir um caminho, mas Deus nos conduz por outro. Só lá na frente é que saberemos o porquê de as coisas acontecerem de acordo com a vontade da vida e não como queremos."

Observei:

Ou entenderemos, finalmente, que só existe a vida, a aleatoriedade da vida, e basta; sem a necessidades de invocar deuses - nenhum deles... Viver basta, viver de forma lúcida e realista, sem subterfúgios sobrenaturais... A coragem de viver... Humanos, troppo umanos...

Carlos Sherman

Deuses que descem de espaçonaves...





Um suposto 'ateu' declara que acredita em ETs em um chat 'ateísta'... Comentei:

(..) Esta é uma sua atitude 'crente'... Não importa tanto assim qual seja o objeto do fervor... Lamentamos... Mas ser ateu, não crer eu deuses, é uma proposição de tipo 'negativa', é uma negação... Não diz muita coisa... Avalio um argumento pelo seu enunciado positivo, e não a partir de negações... Sou um homem livre, pensante, ético - logo cético -, vivo em uma mundo natural sujeito às leis naturais, mortal, 'ciente' de que a crença no sobrenatural decorre problemas ou características neurais, desvios de confirmação, interesses, etc... Quero dedicar minha vida e conhecimento a aliviar o sofrimento de outros humanos... Estas são proposições positivas... Como pode ver, ser ateu não é nada... O que faremos com o conhecimento de que deuses são alucinados dentro das diversas culturas, entre outros conhecimentos, é mais importante do que a mera negação, e é na realidade o que nos define... 

O 'crente em ETs', sugeriu que eu estudasse o assunto, e que me surpreenderia... Mandei de primeira:

(..) Você deve estar brincando? Eu estive pessoalmente com o débil mental do general Uchoa, na época o maior ufólogo do Brasil - um louco varrido -, esperando discos voadores em Brasília, rsrsrsrsrsrs... Sei mais do que gostaria sobre o assunto... Não perca o seu tempo com asneiras... Posso ajudá-lo, e puder despir-se da 'fé em UFOs'... Mas insisto, troque o baseado, rsrsrs, ou largue de uma vez....

Então outro espertão apareceu:

Carlos, refute os thetans, xenu e Ashtar Sheran! Quero ver, bonzão!

Desembainhei:

Deve ser piada... Em caso de piada, gostei muito, rsrsrsrs... Em caso de não ser uma piada, cabe aos propositores de tal sandice - i.e., o sincretismo cristão com espaçonaves -, apresentar as devidas provas de sua VGM - Viagem Geral na Maionese.... E sempre lembrando, que cabe ao propositor o ônus da prova... Não podemos pois, provar a inexistência do que não existe... Mesmo se eu fosse bom pra caralho em refutações, eu ainda precisaria ser um imbecil para perder tempo com esta.... Mas tenho certeza que é uma piada, rsrsrsrs, então desconsidere a opção 'levar à sério'...

Carlos Sherman

Não são os EUA que financiam Yoani; é a esquerda arcaica | Carta Capital

Não são os EUA que financiam Yoani; é a esquerda arcaica | Carta Capital


Padre Não Consegue Responder Como Todos os Humanos Vieram de Abel e Caim...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Jean Wyllys responde a Silas Malafaia

BBC - 4-6 - A Historia da Ciencia - Podemos ter energia ilimitada? - par...

BBC - 4-6 - A Historia da Ciencia - Podemos ter energia ilimitada? - par...

BBC - 4-6 - A Historia da Ciencia - Podemos ter energia ilimitada? - par...

BBC - 4-6 - A Historia da Ciencia - Podemos ter energia ilimitada? - par...

BBC - 4-6 - A Historia da Ciencia - Podemos ter energia ilimitada? - par...

BBC - 4-6 - A Historia da Ciencia - Podemos ter energia ilimitada? - par...

BBC - A História da Ciência - O que há lá fora? (lista de reprodução)

BBC - 3-6 - A Historia da Ciencia - Como chegamos até aqui? - parte 6 final

BBC - 3-6 - A Historia da Ciencia - Como chegamos até aqui? - parte 5

BBC - 3-6 - A Historia da Ciencia - Como chegamos até aqui? - parte 4

BBC - 3-6 - A Historia da Ciencia - Como chegamos até aqui? - parte 3

BBC - 3-6 - A Historia da Ciencia - Como chegamos até aqui? - parte 2

BBC - 3-6 - A Historia da Ciencia - Como chegamos até aqui? - parte 1

BBC - 2-6 - A Historia da Ciencia - Do que o mundo é feito? - parte 6 final

BBC - 2-6 - A Historia da Ciencia - Do que o mundo é feito? - parte 5

BBC - 2-6 - A Historia da Ciencia - Do que o mundo é feito? - parte 4

BBC - 2-6 - A Historia da Ciencia - Do que o mundo é feito? - parte 3

BBC - 2-6 - A Historia da Ciencia - Do que o mundo é feito? - parte 2

BBC - 2-6 - A Historia da Ciencia - Do que o mundo é feito? - parte 1

"Qual é o segredo da vida? - Parte 6" [BBC - A História da Ciência]

"Qual é o segredo da vida? - Parte 5" [BBC - A História da Ciência]

"Qual é o segredo da vida? - Parte 4" [BBC - A História da Ciência]

"Qual é o segredo da vida? - Parte 3" [BBC - A História da Ciência]

"Qual é o segredo da vida? - Parte 2" [BBC - A História da Ciência]

"Qual é o segredo da vida? - Parte 1" [BBC - A História da Ciência]

"O que nos faz humanos? - Parte 6" - [BBC - A História da Ciência]

"O que nos faz humanos? - Parte 5" - [BBC - A História da Ciência]

"O que nos faz humanos? - Parte 4" - [BBC - A História da Ciência]

"O que nos faz humanos? - Parte 3" - [BBC - A História da Ciência]

"O que nos faz humanos? - Parte 2" - [BBC - A História da Ciência]

"O que nos faz humanos? - Parte 1" [BBC - A História da Ciência]

Pobreza: nosso estado natural...





Uma moça deixou um comentário que na realidade reflete a posição de muitos:

"Só tem um problema nisso tudo: nossos recursos são limitados e o espaço urbano e a terra arável também. Como resolver isso? Além, claro, das desigualdades sociais imensas sem necessidade. Pra que precisamos de bilionários? Por que uma pessoa precisa de tanto dinheiro às custas da miséria de muitos?"

Observei:

O vídeo é simples, didático e REALISTA... Muito bom... Carolina, 'bilionários' decorrem de impulsos inatos orientados à ambição, combinados com as oportunidades... Não é tão simples quanto parece perguntar: 'pra que precisamos de bilionários?'... Os Rockfeller já comeram literalmente 'merda', e seus descendentes são bilionários... Não é uma questão moral e sim 'natural'... Pra que precisamos de 'religião', e de status, e de joguinhos, e de astrologia, silicone, cocares, calças saruel, pinturas tribais nos rostos, tatuagens e gravatas??? Não é tão simples assim, afinal somos diferentes... E tão diferentes que utilizamos diferentes meios, aferimos diferentes performances, e diferimos ainda em termos de objetivos... De forma que, em igualdades de condições obteremos sempre resultados diferentes - a menos que sejamos gêmeos monozigóticos... 

O problema é sempre o mesmo, o debate político, moral, sociológico, filosófico, sem um mínimo de conhecimento sobre 'O que nos faz Humanos' - título da obra homônima de Matt Riddley... Não é uma questão de 'intenção', de querer ser rico, ou de desejar oprimir aos pobres, porque ricos são malvadões... Toda esta incessante vitimologia, assim como a falácia do 'bom selvagem' são bem tipificadas por este vídeo... 

Isso não implica em não fazer nada, mas sim em entender que estamos assim por razões naturais, e não maquiavélicas... Embora existam pessoas maquiavélicas... A aleatoriedade joga um papel muito mais forte em nossas vidas do que imaginamos, e este é outro lado da mesma estória dentro da História... E o meu comentário trata apenas de alertar que: 'antes de empunhar bandeiras, e enquanto manifesta a sua indignação, procure entender como a vida e o homem realmente funcionam'... Posso ajudar dizendo que o livre-arbítrio é uma falácia - assim como o determinismo um mito -, não existem almas, nem a vida eterna, o universo não é moral em nenhuma de suas instâncias, e não somos a imagem e semelhança de nenhum entre os quase dois mil deuses - alucinados pela saga humana... 

Carolina, não podemos escolher o que as pessoas querem ou de que precisam, mas podemos limitar os seus direitos - até certo ponto... Mas precisaremos antes entender como isso se manifesta, geneticamente, neurofisiologicamente, evolutivamente, e só assim poderemos ajustar os nossos acordos sociais e leis para viver melhor coletivamente... Mas a liberdade sempre será um atributo essencial, enquanto humanos - troppo umanos... Liberdade para ambicionar, enriquecer, lutar, ou mesmo alucinar... O que precisamos é disponibilizar o conhecimento, educar melhor, para que melhores escolhas sejam procedidas, por cada ser humano errante como nós... O aparente controle sobre a nossa condição, não é mais do que aparente... 

Só podemos suscitar a reflexão, e fazer a nossa parte, felizes por dispor de alguma ou muita lucidez... Sendo essa, ao que tudo indica, a tendência da maioria... Mas muitas vezes duvido deste ponto em particular, e minhas pernas chegam a tremer... E se estivermos sentenciados pela alucinação??? Parece que não, e a maior prova disso é que estamos melhorando em todos os aspectos que denotam adaptabilidade, saúde, solidariedade, paz... Basta que alguns crentes ensandecidos entendam o valor de usar 'camisinha', rsrsrsrs, ou outro método anti-conceptivo, para continuarem desfrutando das delícias do sexo, que caminharemos de forma mais tranquila... Mas esta problemática também é de certa forma inata... O fervor é inato, a causa é cultural... Muito embora a super-população é uma flagrante prova de nossa vigorosa adaptabilidade ao planeta - até aqui... Atingimos o cume deste processo, e agora, o que virá??? Menos discursos e mais conhecimento poderão responder à esta questão... 

Carlos Sherman

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A Fascinante Evolução do Olho





A Fascinante Evolução do olho
Cientistas já têm uma visão clara de como surgiram nossos olhos tão complexos
Por Trevor D. Lamb

O olho humano é um órgão extremamente complexo; atua como uma câmera, coletando, focando luz e convertendo a luz em um sinal elétrico traduzido em imagens pelo cérebro. Mas, em vez de um filme fotográfico, o que existe aqui é uma retina altamente especializada que detecta e processa os sinais usando dezenas de tipos de neurônios. O olho humano é tão complexo que sua origem provoca discussão entre criacionistas e defensores do desenho inteligente, que o têm como exemplo básico do que chamam de complexidade irredutível: um sistema que não funciona na ausência de quaisquer de seus componentes e, portanto, não poderia ter evoluído naturalmente de uma forma mais primitiva. Mesmo Charles Darwin admitiu em 'A Origem das Espécies', de 1859 – que detalha a teoria da evolução pela seleção natural –, que pode parecer absurdo pensar que a estrutura ocular se desenvolveu por seleção natural. No entanto, apesar da falta de evidências de formas intermediárias naquele momento, Darwin acreditava que o olho evoluíra dessa maneira.

Não foi fácil encontrar uma evidência direta para essa teoria. Embora pesquisadores que estudam a evolução do esqueleto possam documentar facilmente a metamorfose em registros fósseis, estruturas de tecidos moles raramente fossilizam. E mesmo quando isso ocorre, os fósseis não preservam detalhes suficientes para determinar como as estruturas evoluíram. Ainda assim, recentemente biólogos fizeram avanços significativos no estudo da origem do olho, observando a formação em embriões em desenvolvimento e comparando a estrutura e os genes de várias espécies para determinar quando surgem os caracteres essenciais. 

Os resultados indicam que o tipo de olho comum entre os vertebrados se formou há menos de 100 milhões de anos, evoluindo de um simples sensor de luz para ritmos circadianos e sazonais, há cerca de 600 milhões de anos, até chegar ao órgão sofisticado de hoje, em termos ópticos e neurológicos, há 500 milhões de anos. Mais de 150 anos após Darwin ter publicado sua teoria revolucionária, essas descobertas sepultam a tese da complexidade irredutível e apoiam a teoria da evolução. Explicam ainda porque o olho, longe de ser uma peça de maquinaria criada à perfeição, exibe falhas evidentes – “cicatrizes” da evolução. A seleção natural não leva à perfeição; ela lida com o material disponível, às vezes, com efeitos estranhos. 

Para entender a origem do olho humano é preciso conhecer eventos ocorridos há muito tempo. Nós, seres humanos, temos uma linha ininterrupta de ancestrais que remonta a quase 4 bilhões de anos até o início da vida na Terra. Cerca de 1 bilhão de anos atrás, animais multicelulares simples se separaram em dois grupos: um com estrutura de simetria radial (parte superior e inferior, mas não anterior e posterior), e outro de simetria bilateral, com os lados direito e esquerdo espelhando imagens do outro lado, terminando em uma cabeça. Após cerca de 600 milhões de anos, os bilaterais se dividiram em dois grupos importantes: um deu origem à grande maioria dos animais sem coluna vertebral, os invertebrados; e outro, cujos descendentes incluem nossa própria linhagem de vertebrados. Logo após essas duas linhagens se separarem, ocorreu uma incrível diversidade de estruturas animais: a explosão cambriana que deixou sua famosa marca nos registros fósseis de 540 a 490 milhões de anos atrás. Essa explosão evolutiva lançou a base para a origem de nossos tão complexos olhos.

COMPOSTO VERSUS CÂMERA
o registro fóssil revela que durante a explosão cambriana surgiram basicamente dois tipos diferentes de olhos. O primeiro parece ter sido composto da versão observada atualmente em quase todos artrópodes (insetos, crustáceos e aracnídeos). Nesse tipo de olho, uma série de unidades idênticas de geração de imagens – cada uma constitui uma lente ou um refletor – irradia luz para alguns elementos sensíveis a ela, denominados fotorreceptores. Os olhos compostos são muito eficazes para animais de pequeno porte, pois oferecem um amplo ângulo de visão e resolução espacial moderada em volume pequeno. No Cambriano, essa acuidade visual pode ter dado aos trilobitas e a outros artrópodes primitivos uma vantagem de sobrevivência sobre seus contemporâneos. No entanto, olhos compostos são impraticáveis em animais maiores, pois o olho teria de ser enorme para proporcionar visão em alta resolução. Assim, com o aumento do tamanho do corpo, também aumentaram as pressões seletivas favorecendo a evolução do olho tipo câmera.

Nos olhos tipo câmera, todos os fotorreceptores compartilham uma única lente que foca a luz e estão dispostos como uma lâmina (a retina) que reveste a superfície interna da parede ocular. Moluscos têm olhos tipo câmera que lembram os nossos, mas seus fotorreceptores são idênticos ao encontrado em insetos. Os vertebrados apresentam um tipo diferente de fotorreceptores, que nos mandibulados (inclusive nós) ocorrem em duas modalidades: cones para a visão diurna e bastonetes para a visão noturna.

Há muitos anos, Edward N. Pugh Jr., na época na University of Pennsylvania, e Shaun P. Collin, então na University of Queensland, Austrália, e eu formamos uma equipe para tentar descobrir como os diversos tipos de fotorreceptores poderiam ter evoluído. O que constatamos foi além da resposta a essa questão, fornecendo um cenário convincente para a origem do olho dos vertebrados. 

Como outros biólogos antes de nós, Pugh, Collin e eu observamos que muitas características marcantes do olho dos vertebrados também ocorrem em todos os representantes atuais de um ramo principal da árvore dos vertebrados: a dos vertebrados mandibulados. Esse padrão sugere que os vertebrados com mandíbulas herdaram os caracteres de um ancestral comum e que nosso olho já evoluíra por volta de 420 milhões de anos quando os primeiros vertebrados mandibulados (que provavelmente se assemelhavam aos modernos peixes cartilaginosos, como os tubarões) patrulhavam os mares. Concluímos então que nosso olho tipo câmera e seus fotorreceptores devem ter raízes ainda mais profundas e voltamos a atenção para os vertebrados sem mandíbulas, com quem compartilhamos um ancestral comum há cerca de 500 milhões de anos. 

Queríamos examinar a anatomia desse animal em detalhe e assim decidimos observar um dos poucos animais modernos desse grupo: a lampreia, peixe semelhante à enguia, com boca em forma de funil estruturada para sugar em vez de morder. Acontece que esse peixe também tem um olho tipo câmera completo, com cristalino, íris e músculos oculares. A retina da lampreia chega a ter uma estrutura em três camadas como a nossa e suas células fotorreceptoras se assemelham bastante aos nossos cones, embora não pareçam ter desenvolvido bastonetes mais sensíveis. Além disso, os genes que regulam muitos aspectos da detecção da luz, do processamento neural e do desenvolvimento do olho são os mesmos que comandam esses processos em vertebrados com mandíbulas.

Essas semelhanças surpreendentes com o olho de vertebrados mandibulados são numerosas demais para terem surgido de forma independente. Um olho essencialmente idêntico ao nosso deve ter existido no ancestral comum dos vertebrados com ou sem mandíbulas há 500 milhões de anos. Nesse ponto, meus colegas e eu não conseguimos deixar de questionar se poderíamos rastrear a origem do olho e de seus fotorreceptores ainda mais longe. Infelizmente, na próxima faixa a ser estudada pela lógica, não há representantes vivos das linhagens que se separaram da nossa nos últimos 50 milhões de anos, mas encontramos indícios no olho de um animal enigmático conhecido popularmente como peixe-bruxa.

Como a lampreia, seu parente próximo, ele tem a forma de uma enguia, sem mandíbulas. Costuma viver no leito oceânico, onde se alimenta de crustáceos e de carcaças de outros animais marinhos. Quando ameaçado, libera um muco extremamente viscoso. Embora esse peixe seja um vertebrado, o olho é bem diferente do modelo comum: não apresenta córnea, íris, cristalino nem todos os músculos de apoio. A retina tem apenas duas camadas de células em vez de três. Além disso, os olhos ficam encaixados profundamente sob uma área de pele translúcida. Observações no comportamento do peixe-bruxa sugerem que seja praticamente cego, localizando o alimento pelo olfato aguçado. 

Esses animais compartilham um ancestral com as lampreias, que talvez tenham tido um olho tipo câmera. Assim, o olho do peixe-bruxa deve ter se degenerado dessa forma mais avançada; é isso que a existência desse estado mais precário revela. Tomando o exemplo dos peixes cegos em cavernas, sabemos que os olhos podem sofrer degeneração significativa e até mesmo podem ser perdidos completamente em menos de dez mil anos. Mas o olho desse peixe manteve-se igual por centenas de milhões de anos. A persistência sugere que embora o animal não use o olho para enxergar nas profundezas do oceano escuro, o órgão é essencial para a sobrevivência. A descoberta gera outras implicações. O olho do peixebruxa pode ter permanecido nesse estado rudimentar devido a uma falha no desenvolvimento; assim, sua estrutura atual representaria a arquitetura de um estágio evolutivo anterior. 

Ao observar melhor a retina do animal podem surgir suposições sobre o papel do olho. Na retina normal, de três camadas dos vertebrados, as células da camada média, conhecidas como bipolares, processam informações dos fotorreceptores e transmitem os resultados para os neurônios de saída, cujos sinais viajam até o cérebro para interpretação. Mas a retina de duas camadas do peixe-bruxa carece de células bipolares intermediárias, ou seja, os fotorreceptores conectam-se diretamente com os neurônios de saída. Nesse sentido, o sistema nervoso da retina do peixe-bruxa assemelha-se ao da glândula pineal − pequeno corpo secretor de hormônios do cérebro de vertebrados. A glândula pineal modula o ritmo circadiano e, nos vertebrados não mamíferos, contém células fotorreceptoras que se conectam diretamente com os neurônios de saída, sem células intermediárias; em mamíferos, essas células perderam a capacidade de detectar luz.

Em 2007, parcialmente fundamentados por esse paralelo com a glândula pineal, meus colaboradores e eu propusemos que o olho do peixe-bruxa não está envolvido na visão, mas fornece informações à parte do cérebro do animal que regula o essencial ritmo circadiano, além de atividades sazonais como alimentação e reprodução. Assim, talvez, o olho ancestral dos protovertebrados que viveram entre 550 milhões ou 500 milhões de anos, primeiro serviu como um órgão não visual, e só mais tarde o poder de processamento neural e os componentes ópticos e motores necessários para a visão espacial evoluíram.

Estudos de desenvolvimento embriológico do olho dos vertebrados apoiam essa hipótese. Quando a lampreia está na fase larval, vive em leito de riachos e é cega. Nesse estágio de vida, o olho assemelha-se ao do peixe-bruxa, com estrutura simples, soba pele. Quando a larva sofre metamorfose, o olho rudimentar cresce substancialmente, desenvolve uma retina de três camadas, cristalino, córnea e músculos de apoio. Depois, o órgão emerge na superfície como o olho tipo câmera dos vertebrados mandibulados. Muitos aspectos do desenvolvimento de um indivíduo espelham eventos que ocorreram durante a evolução de seus antepassados, assim podemos, com cautela, usar o desenvolvimento do olho da lampreia para relatar a nossa reconstrução de como o olho evoluiu.

Cicatrizes da Evolução - O olho dos vertebrados, longe de ser concebido de forma inteligente, contém inúmeros defeitos que atestam a sua origem evolutiva. Entre os defeitos que degradam a qualidade da imagem, estão uma retina invertida, que força a luz a atravessar corpos celulares e fibras nervosas antes de atingir os fotorreceptores 1 ; vasos sanguíneos que se espalham pela superfície interna da retina, provocando sombras indesejadas 2 ; fibras nervosas que se juntam, projetam-se numa abertura única na retina e viram o nervo óptico, criando um ponto cego 3 . O sistema ocular dos mamíferos também apresenta indícios intrigantes de sua origem evolutiva durante o desenvolvimento embrionário. Benjamin E. Reese e seus colaboradores da University of California em Santa Barbara constataram que os circuitos da retina de mamíferos começam um pouco como o dos peixes-bruxa, com os fotorreceptores conectando-se diretamente com os neurônios de saída. Então, em um período de semanas, as células bipolares amadurecem e se inserem entre os fotorreceptores e os neurônios de saída. Essa sequência é exatamente o padrão de desenvolvimento esperado para confirmar se a retina de vertebrados evoluiu de um órgão de duas camadas, acrescentando poder de processamento e componentes de formação de imagens. Portanto, parece perfeitamente plausível que esse estágio inicial e simples de desenvolvimento representa o resquício de um período de evolução anterior à criação do circuito de células bipolares na retina e antes do surgimento do cristalino, córnea e músculos.

ASCENSÃO DOS RECEPTORES
enquanto estudávamos o desenvolvimento das três camadas da retina, surgiu outra questão relativa à evolução do olho. As células fotorreceptoras em todo o reino animal se distribuem em duas categorias distintas: rabdoméricas e ciliares. Até recentemente, muitos cientistas acreditavam que os invertebrados usavam as rabdoméricas, enquanto vertebrados usavam as ciliares, mas, na verdade, a questão é mais complexa. Na grande maioria dos organismos, os fotorreceptores ciliares são responsáveis pela detecção de luz para fins não visuais, como regular o ritmo circadiano, por exemplo. Em contraste, os receptores rabdoméricos detectam a luz com o propósito explícito de permitir a visão. Tanto os olhos compostos dos artrópodes quanto os olhos tipo câmera dos moluscos – como os do polvo, que evoluíram de forma independente dos olhos tipo câmera dos vertebrados – usam fotorreceptores rabdoméricos. Mas o olho dos vertebrados usa fotorreceptores ciliares para detectar a luz para a visão.

Em 2003, Detlev Arendt, do Laboratório Europeu de Biologia Molecular em Heidelberg, na Alemanha, relatou evidências de que o nosso olho ainda retém descendentes dos fotorreceptores rabdoméricos, que foram modificados para formar os neurônios de saída que enviam informações da retina para o cérebro. Essa descoberta indica que a nossa retina contém os descendentes das duas classes de fotorreceptores: as ciliares, originalmente fotorreceptoras, e as rabdoméricas, transformadas em neurônios de saída. A evolução funciona exatamente assim, pressionando uma estrutura existente para um novo propósito; a descoberta de que os fotorreceptoras ciliares e rabdoméricos desempenham papéis diferentes em nosso olho em comparação com os olhos de invertebrados acrescenta ainda mais peso à evidência de que o olho dos vertebrados foi construído num processo natural.

Para tentar entender por que os fotorreceptores ciliares triunfaram como sensores de luz na retina de vertebrados, enquanto a classe rabdomérica evoluiu para neurônios de projeção, analisei as propriedades de seus respectivos pigmentos sensíveis à luz, as rodopsinas, assim denominadas devido à molécula da proteína opsina que contêm. Em 2004, Yoshinori Shichida e seus colegas da Universidade de Kyoto, no Japão, mostraram que bem no início da evolução dos pigmentos visuais de vertebrados, ocorreu uma mudança que tornou a forma do pigmento ativada pela luz mais estável e, portanto, mais ativa. Postulei que essa mudança também bloqueou a rota de reconversão da rodopsina ativada de volta à sua forma inativa, que no caso de rodopsinas rabdoméricas requer a absorção de um segundo fóton de luz; basicamente, uma via bioquímica foi necessária para recolocar a molécula em alerta para o sinal de luz. Assim que esses dois elementos foram colocados na devida proporção, eu supus que os fotorreceptores ciliares tiveram uma vantagem distinta sobre os fotorreceptores rabdoméricos em ambientes como o oceano profundo, onde os níveis de luz são muito baixos. Então, alguns cordados primitivos (ancestrais dos vertebrados) podem ter conseguido colonizar nichos ecológicos inacessíveis a animais que dependiam de fotorreceptores rabdoméricos – não porque a opsina ciliar melhorada garantia mais visão, mas por propiciar um modo melhorado de sentir a luz, permitindo que os relógios sazonais e circadianos tenham noção de tempo. 

Para esses cordados primitivos, habitantes de reinos mais escuros, os fotorreceptores rabdoméricos menos sensíveis e que dispunham, junto com os ciliares, teriam sido virtualmente inúteis e assim estariam livres para assumir um novo papel: de neurônios transmissores de sinais ao cérebro. (Nesse ponto, eles não precisavam mais de opsinas, e a seleção natural as teria eliminado dessas células.)

NASCE UM OLHO
Agora que os meus colegas e eu tínhamos ideia de como os componentes da retina dos vertebrados se originaram, quisemos entender como, há cerca de 500 milhões de anos, o olho evoluiu de um órgão sensor de luz não visual para esse que forma imagens. Novamente encontramos indícios em embriões em desenvolvimento. No início do desenvolvimento, a estrutura neural que dá origem ao olho se projeta em um dos lados formando dois sacos ou vesículas. Depois, as vesículas se dobram, formando uma retina em forma de C que reveste o interior do olho. Provavelmente a evolução prosseguiu de forma bem semelhante. Nossa hipótese é que um proto-olho deste tipo – com uma retina em forma de C, de duas camadas, composta de fotorreceptores ciliares no exterior e neurônios de saída oriundos de fotorreceptores rabdoméricos no interior – evoluiu em um ancestral de vertebrados entre 550 e 500 milhões de anos. Ele serviu como propulsor de um relógio interno, e talvez para ajudá-lo a detectar sombras orientar o organismo de modo apropriado. 

Na etapa seguinte do desenvolvimento embrionário, enquanto a retina dobra-se para o interior, forma-se o cristalino, oriundo de um espessamento da superfície externa do embrião, ou ectoderma, que protrai no espaço curvo vazio formado pela retina em forma de C. Por fim, essa protrusão se separa do resto do ectoderma, tornando-se um elemento de livre flutuação. Parece provável que uma sequência de transformações muito semelhantes ocorreu durante a evolução. Não sabemos exatamente quando aconteceu, mas em 1994, cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, mostraram que os componentes ópticos do olho podem ter evoluído facilmente em 1 milhão de anos.

Com o surgimento do cristalino para captar a luz e focar imagens, a capacidade de o olho coletar informações melhorou muito. Esse progresso teria criado pressões seletivas favorecendo o surgimento de processamento de sinal melhorado na retina além do que a simples ligação de fotorreceptores para neurônios de saída oferecia. A evolução satisfez essa necessidade, modificando o processo de maturação das células para que algumas células em desenvolvimento em vez de formar fotorreceptores ciliares se tornassem células bipolares da retina que se inserem entre a camada de fotorreceptores e a de neurônios de saída. É por isso que as células bipolares da retina são tão semelhantes aos bastonetes e cones, embora não tenham rodopsina e recebam a entrada não da luz, mas da substância química liberada pelos fotorreceptores. 

Embora os olhos tipo câmera proporcionem um amplo campo de visão (basicamente em torno de 180 graus), na prática nosso cérebro consegue processar apenas uma fração da informação disponível a qualquer momento devido ao número limitado de fibras nervosas que ligam o olho ao cérebro. Sem dúvida, os olhos tipo câmera primitivos enfrentaram uma limitação ainda mais séria, pois se supõe que tivessem ainda menos fibras nervosas. Assim, houve pressão seletiva considerável para a evolução dos músculos para movimentarem os olhos. Esses músculos deviam existir há 500 milhões de anos, porque a estrutura deles na lampreia, cuja linhagem remonta a essa época, é quase idêntica à dos vertebrados mandibulados , inclusive nós, seres humanos. Para todos os aspectos engenhosos da evolução ocorridas dentro do olho dos vertebrados, há vários caracteres decididamente deselegantes.

Por exemplo, a retina está invertida, então a luz tem de passar por toda a sua espessura, através das fibras nervosas intermediárias e corpos celulares que dispersam a luz e degradam a qualidade da imagem, antes de atingir os fotorreceptores sensíveis à luz. Os vasos sanguíneos também cobrem a superfície interna da retina e lançam sombras indesejáveis na camada de fotorreceptores. A retina tem um ponto cego onde fibras nervosas que passam por toda a sua superfície se reúnem antes de canalizar pela retina e surgir por trás dela como nervo óptico. E a lista vai longe.