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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Crer pode ser prejudicial à Saúde...




Como parte do senso comum, as pessoas sempre consideraram que a religião, ou crenças em geral, fazem bem à saúde... Na realidade, diversas experiências comprovaram que a religião não tem nenhuma eficácia, e não vai além do efeito placebo – quando auto-sugestionamos a nós mesmos que uma medicação ou rito tem algum efeito sobre nós e sobre a vida... Em experimentos com novos medicamentos, é comum comparar o grupo que está ingerindo o medicamento, com um grupo de controle, que está ingerindo um 'medicamento' de aparência idêntica, mas sem nenhum efeito – o placebo... As pessoas que ingerem o placebo, relatam efeitos, que na realidade só ocorreram em sua fértil imaginação... Desta forma, se o percentual do grupo de controle se equipara com o grupo que realmente ingeriu o medicamento, novos testes deverão ser feitos... O efeito placebo pode ter atuado em ambos os casos, ou seja, o medicamento pode não funcionar...

Um estudo na renomada ‘Duke University’, em Durham - NC, USA -, mostrou que, além do que já haviam apontado nos experimentos anteriores, ou seja, a completa ineficácia da oração, ou do engajamento religioso, sobre a qualidade de vida de uma pessoa, a crença pode na verdade, prejudicar o cérebro e a saúde, e até mesmo, encolher uma parte do cérebro...

O estudo, comparou indivíduos religiosos a indivíduos que não crêem, para medir o nível ou o efeito da depressão em 268 pessoas, com idades variando entre 58 e 84 anos... Durante as ressonâncias magnéticas, os cientistas constataram que havia uma diferença significativa no tamanho do hipocampo – região do cérebro relacionada à emoção e à formação da memória...  

Essa diminuição, que é comum em pessoas com Alzheimer, e pode ser causada nos crentes pelo stress que os religiosos passam devido à crença; pois eles necessitam ‘lutar’ pelo que acreditam, indo contra as evidências da vida e da natureza... Além disso, estão fadados a um ‘julgamento’ constante, e ao cumprimento de normas e regras de conduta, que muitas vezes ferem o bom senso... Estão em constante observação de seus atos, e em constante negociação de absolvição... Pedindo perdão, implorando ou justificando seus atos... Muitas vezes, contra da sua natureza, ou a própria natureza, ou contra as nossas melhores práticas de convívio social... Isso faria com que alguns hormônios, que diminuem o tamanho do hipocampo, com o passar do tempo, acabem sendo liberados em demasia, produzindo um perigoso e danoso efeito...




Os pesquisadores responsáveis alertam que novos estudos sobre o tema serão feitos – como é de praxe em qualquer atividade realmente científica – para comprovar, descartar ou evoluir nas conclusões sobre o assunto... Deixo a inquietude, e a reflexão, no sentido de que, o que consideram conseqüência – diminuição do Hipocampo -, possa traduzir-se, na realidade, em causa... Ou seja, a natureza do indivíduo, pode desencadear um processo hormonal que culmine, tanto na obsessão pro crenças, como na diminuição do Hipocampo... E com realimentação... Existem estudos neste sentido, com importantes avanços...





Enquanto um ser humano intoxica-se da certeza de que tudo funciona de acordo com uma fábula simplista e misteriosa, ele deixa de aprender, e buscar explicações, e de evoluir mentalmente e intelectualmente... De certa forma, uma parte de sua vida, está sincronizada com um pensamento de 3.800 anos atrás, onde toda a vasta compreensão de como a vida funciona, era completamente desconhecida... Esta luta entre o conhecimento de hoje, e a crença de ontem, afeta o cérebro e afeta a vida...


Sabemos hoje, que as crenças no sobrenatural são infantis e absurdas, assim como sabemos que as doenças 'já não são possessões demoníacas'... E condenaremos a todo aquele que negligencie o tratamento médico a uma criança enferma, por pura crendice... Já não aceitamos que crendices sejam consideradas em juízos legais... Mas porque aceitamos que escolas doutrinem e adestrem crianças em crendices e absurdos? Sendo que o preço de trazê-las à realidade será imenso... Porque não tocamos nos interesses poderosos, endinheirados e nefastos das dita religiões? Permitir que crianças sejam 'catequizadas', e 'condicionadas' pelos mantras e ladainhas religiosas, é como permitir o abuso de crianças, segundo advertiu Richard Dawkins... Temos que repensar esta questão e repensar o estudo em nosso país... Podemos empreender uma revolução estimulando a 'pensabilidade' - aspecto genuíno da atividade filosófica...


Crer é mais fácil do que pensar... Por isso tantos crentes, e por isso tão poucos pensadores... Mas as conseqüências podem ser severas... Crer é prejudicial à saúde...

Carlos Sherman

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