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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Adolescência e Rebeldia não estão relacionadas...




Adolescência e Rebeldia não estão relacionadas... Não necessariamente... Adolescência e intensidade, identidade, sim... Rebeldia é só uma opção, e existem outras...


Um amigo postou sobre jovens, adolescência, e diferença de gerações... O tema foi bem comentado, e em geral, todos relatam problemas ou preocupações com a adolescência... Mas a minha experiência é bem diversa do senso comum...

E comentei...

Sou pai de duas adolescentes, 16 e 17, e tudo está fluindo muito bem... Sem rebeldia, sem crises, sem conflitos... A adolescência é marcada por um intenso desenvolvimento neural, e que pode causar muita inquietação, além de toda sorte de possibilidades... Mas isso pode ser canalizado de forma bem positiva... Acho que este também foi meu caso... Não experimentei nenhuma rebeldia que mereça ser comentada...


Não se trata de uma mar de rosa, mas sim de um mar de amor, e entendimento... Com debates de opiniões e conceitos, mas muito, muito entendimento e respeito - bidirecional... E sempre pela via do diálogo...



Carregamos muito na tinta quando tratamos da adolescência, e isso decorre da intensidade das mudanças que ocorre nesta fase... Assim como na primeira infância... Mas uma série de problemas bioquímicos e psicossociais, estão à espreita, e a adolescência é só uma oportunidade... Nós, minha esposa [Erika], minhas filhas [Isabela, Karol], o Bono – nosso Lulú - e eu, estamos vivendo na mesma geração, e somente com bagagens bem diferentes... Por exemplo, entendo a música do tempo delas, e elas entendem a minha, curto alguma coisa do som delas, e elas curtem um pouco mais do meu... Acompanho o que rola neste momento, e estou ligado... Estou descobrindo bandas atuais, e que estão nascendo no tempo delas... A vida é um processo contínuo, e estabelecer gerações através do abcedário, é como pensar que viramos a página: 'X agora Z'.... Não, não funciona assim... Isso é verborragia... Mas elas vão depurando muito bem o que vale a pena ser vivido - neste ou naquele tempo - e o que é perda de tempo... Assim como eu... E acho que querem se parecer conosco... Está tudo em cima...



A questão - embora seja bem mais complexa - pode ser resumida em exemplo, intimidade, respeito, carinho, e sem hipocrisias... Estamos bem, e acho que continuaremos bem... Estamos juntos, e gostamos de viver juntos... Curti a vida intensamente, e acho que elas farão o mesmo.... E sabem, pelo exemplo, que para curtir não é necessário fazer ‘muita merda’, rsrsrsrsr... Bom, faremos algumas, rsrsrs, mas podemos curtir sem destruir ninguém, nada, nem a si mesmo - por dentro e por fora... E não escondo os meus erros e aprendizados... Tenho orgulho dos meus erros, porque coincidem com o meu crescimento e amadurecimento... Alguns amigos ficam surpresos porque comento sobre experiências com drogas, sexo, e outros temas polêmicos na frente das minhas filhas... Na verdade comento diretamente com elas... Sei que e elas estão lidando com estes temas aqui e agora, e quero que saibam, sem hipocrisia, o que fiz, o que penso... O que penso pode servir de base de raciocínio e de ponto de partida para a  identidade... Mas cada uma busca por suas próprias respostas... Lembrando sempre que, a despeito de caraterísticas inatas, temos muita afinidade sobre o que é a vida, como vivê-la e porque... Lembrando ainda que, isso foi construído através da vida e de nosso intenso e maravilhoso convívio...



Sobre álcool, por exemplo, optamos por deixá-las provar bebidas em casa, por ocasião de alguma festividade, quando estavam com 15 e 16... As festinhas com os amigos delas, já incluíam bebidas, e parte da moçada bebia escondido dos pais.. Desmistificamos isso, e cada uma, dentro de casa, suavemente, descobriu o que gostava ou não, e os seus limites... O resultado foi fantástico: desmistificação, e consequentemente certo desinteresse... Ou melhor dizendo, amadurecimento...

Nenhuma rebeldia começa puramente na adolescência... Educar é um processo que começa no berço, e antes dele, porque começa em nós, PAIS... Não falei sobre um ponto crucial, a identidade... Passamos a vida, todos, buscando algum tipo de identidade, e a adolescência, mais uma vez, é intensa neste sentido também... E nessa hora, o seu exemplo como pai e mãe, e a familiaridade delas com os valores de nossa família, será confrontado com outros exemplos, valores e grupos... Acho que elas definitivamente curtem a nossa vida, e o casal que formamos também... Os conceitos éticos, a atitude frente à vida, a busca pelo conhecimento e pela verdade... Compartilhamos conhecimento, que antes parecia fluir sempre no sentido pai para as filhas, mas gradativamente, tenho que dividir as lições com elas... E como muito orgulho e lágrimas nos olhos... Passo a vida emocionado com a paternidade, e com minha família...





Tenho um complicador extra, a Isabela é filha de meu primeiro casamento... E a Karol é minha filha adotada, sendo filha biológica de minha esposa atual... Conquistamos – todos - um lindo convívio como família... A 'minha e a dela' agora são nossas filhas... Todos contribuíram em nossa relação familiar... A Isa e a KK são irmãs verdadeiras, e se amam sem limites... Tenho um excelente relacionamento com a mãe da minha filha biológica, e somos muito amigos, o que sempre facilitou em relação ao convívio da Isabela com a nossa separação... A minha esposa atual se relaciona muito bem com a minha filha e com a mãe dela – minha ex-esposa... De vez em quando saímos como família estendida, rsrsrsrs... Os quatro, mais a mãe da Isa... E tem o Bono, o Luluzinho, lindo, o bebê da casa... Este é mimado por todos... Todos os 5, rsrsrsrsrs... Então somos 6...



Quando conheci minha esposa atual - há 6 anos - a KK estava com 11 anos, e optei pelas duas... E tive que conviver com uma educação - ou talvez até com a falta dela - bem diferente dos meus princípios... A Isa foi educada sem nunca ter sido castigada ou agredida por mim, ou por ninguém... Resolvi tudo com dedicação de tempo à educação da minha bebê, e muito, mas muito diálogo... 100%... A Karol estava acostumada a desafiar a autoridade e ser castigada de alguma forma, até mesmo física... Minha esposa teve uma infância difícil, e apesar de todo o amor, não tinha a menor idéia sobre como educar a KK... Afinal, foi afastada de sua mãe aos 7 aninhos, e não tinha referências, senão traumas e vazios... Assim foram quase 3 filhas, porque a minha esposa também trazia muita carência... Ela também não tinha tempo para conviver com sua filha, porque precisava trabalhar... A Isa sempre teve a mãe e o pai por perto, e muito dedicados e presentes... Optamos por acompanhar o crescimento dela, para que se parecesse conosco... Mas a Karol parecia esperar por um pai, e por mim... E a Isa aceitou que eu assumisse outra filha, e ganhou uma linda irmã... Com exemplos de senso de justiça e ética, carinho e atenção, conquistei minha segunda filhinha, sem subtrair amor da primeira... Rsrsrs, elas sempre serão pequeninas... Estão moças, lindas, e estou curtindo muito as minhas filhas; as paqueras, os amigos, o descortinar do mundo... Mas faço parte da turma... O tio Sherman, que tem uma banda de Blues aos 46, foi surfista e skatista, ainda esquia, rsrsrs... É engenheiro, empresário, mas escreve um livro sobre ‘quase tudo’, além de ótimas dicas sobre as mulheres - e meninas...  Rsrsrsrsrs... Isso na visão deles, rsrsrs... Como os adolescentes se enganam, rsrsrs... E ainda por cima o tio Sherman é modesto pra caramba, rsrsrsrs... 


Mas é isso aí... Estamos curtindo e muito... Agora é a hora do vestibular, e estamos juntos nessa também... A Isabela vem morar definitivamente conosco em 2012...



Não alimentem - ou realimentem - esta falsa certeza de que a adolescência é - necessariamente - um momento de rebeldia e crise... Não é... A adolescência é um momento intenso no desenvolvimento neural, e uma excelente oportunidade para assegurar os acertos de toda uma vida, como pai e mãe...

Me empolguei geral, rsrsrs, mil desculpas a todos... 

Saudades meu irmão [Alex Urbano]...


Carlos Sherman

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