Este é o resultado de um trabalho escolar que minha filha Karoline apresentou com seu grupo, no Colégio Dante Alighieri, no Terceiro Ano do Segundo Grau; abrangendo as disciplinas de Sociologia e Filosofia... Tive o prazer de ser convidado por eles como orientador e revisor, e aqui está:
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A
História é um Processo Contínuo
Nosso Mundo em
Constante Transformação
"Moro em minha própria casa
Não imito ninguém.
Rio-me de todos os mestres,
Que nunca riram de si mesmos"
NIETZSCHE, Friedrich
A
Gaia Ciência
Para
avaliar o impacto de Nietzsche, sua obra, sua ideologia e sua “filosofia
literária” sobre o mundo contemporâneo; devemos primeiramente definir e
tipificar tais “idéias e conceitos”. Precisamos ainda, considerar o efeito da
personalidade de Nietzsche sobre sua obra, posto que, como afirma Bertrand
Russell “Nietzsche, embora acadêmico, foi um filósofo literário”, portanto, sua
Filosofia não tem o necessário formalismo acadêmico; e esta reflexão explica,
em grande parte, a má utilização da obra de Nietzsche por regimes totalitários,
assim como a má interpretação do conceito de “individualismo”. Nietzsche é tão
famoso e importante como controverso, e trataremos de exprimir nossa opinião
sobre o efeito de sua filosofia sobre o mundo contemporâneo e suas facetas
políticas.
Sobre
Nietzsche, duas questões essenciais devem ser analisadas. Primeiramente, Nietzsche
propõe o desafio de “questionar os dogmas, as tradições e os valores morais da
humanidade”. Enfrenta com coragem o completo rompimento com o “senso comum”,
sentenciando:
“Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o
matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O
que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu
exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a
água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos
de inventar? A grandiosidade deste ato não será demasiada para nós? Não teremos
de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca
existiu ato mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a
fazer parte, mercê deste ato, de uma história superior a toda a história até
hoje! — NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência, §125.”
Neste
sentido, Nietzsche abre as portas para o Niilismo, e para o próprio Positivismo.
Nas palavras de Heidegger: “Nietzsche é o fim da Metafísica”. E devemos brindar
duplamente. O Niilismo reclama que “não existe sentido moral para a vida”;
enquanto o positivismo diz que “o conhecimento científico é a única forma de
conhecimento verdadeiro”. Tudo aquilo que não puder ser provado pelas diversas
disciplinas do pensamento científico, pertencente ao domínio
teológico-metafísico; caracterizado por crendices e vãs superstições. E sendo esta, portanto, a melhor forma de
transformar a sociedade e a vida em nosso planeta; tendo, as gerações
anteriores, relegado tal papel ao paraíso e à vida eterna. Nossa vida é finita,
tratemos de pensar e encontrar os melhores caminhos, aqui e agora.
Por
outro lado, Nietzsche propõe os conceitos de “individualismo” e a "lei do
mais forte". Conceitos mal apropriados pelo nazi-fascismo, a exemplo das
idéias de Engels e Marx, que analogamente, foram mal apropriadas pelo
totalitarismo cruel de Lenin e Stalin. Alguns conhecedores apenas dos aforismos
de Nietzsche, tendem a confundir o conceito de “individualismo” como a
justificativa para as práticas Neo-Liberais.
Analisar
o impacto de tais idéias em nossos dias, não é tarefa fácil, tendo em conta que
Nietzsche não viveu para ver o fracasso cínico do comunismo, e os crescentes
desafios da voracidade capitalista, teorizada pelo escocês Adam Smith; a
Democracia tantas vezes travestida, e a ascensão, e o início da derrocada dos
regimes Teocráticos; assim como os exemplos interessantes de algumas
Sociais-Democracias Européias, ainda que persistam a mácula e a contradição dos
sistemas monárquicos.
A
Ciência mostrou ser a melhor opção. “Tomar ciência, entender, comprovar, antes
de julgar”. E tirar a Metafisica do
caminho foi um grande passo, cujo golpe de misericórdia coube a Nietzsche; e
como resultado do esforço e da entrega de grandes homens. Na verdade,
continuamos “tentando” completar este passo. E o mundo dito civilizado, começa
a entender que “as melhores práticas de convívio”, não vieram de livros
sagrados, nem da mítica deísta, teísta, etc. Outros homens, livres pensadores, edificaram
nosso acervo de “melhores práticas” de convívio, os nossos “acordos sociais”, e
o nosso conhecimento; “iluminando” o futuro “sempre” incerto. Mas a tarefa é
contínua, a história é contínua. “Levantemo-nos”! É a nossa vez de aportar
verdadeira contribuição. De joelhos nada poderemos fazer. O Silogismo de Dostoiévski,
"Se Deus está morto, então tudo é permitido", não floresceu. O Método
Científico consolida-se como caminho Ético, em todas as áreas do conhecimento
humano.
Com
a ajuda da Neurociência Cognitiva e disciplinas relacionadas, avançamos em
saber como a mente funciona, e a falácia medieval do Livre Arbítrio enfrenta
fortes ataques, tendo os seus dias contatos. O Vaticano admite que: “Darwin
estava certo”; mas apenas recua para dizer que “então Deus criou o macaco”; e “negociará”
novos recuos, até chegar, “quem sabe”, nas bactérias. Mas quantos anos,
décadas, o séculos serão necessários?
John
Nash, interpretado por Russell Crowe em “Uma Mente Brilhante”, ganhou o Nobel
na vida real por modelar matematicamente o Capitalismo Neo-Liberal; contando ao
mundo, entre outras coisas, que o “altruísmo” é, sobretudo, uma decisão
INTELIGENTE. Encontramos um pouco de Nietzsche aqui, mas sem a amargura
literária. Nash “prova” que uma sociedade onde “cada um lute somente por si”, como
preconizou Smith, não é o melhor caminho; e seus membros tratarão de lutar entre
si, e esta sociedade deverá estabilizar, para depois decair. De forma que, não
por questões metafísicas nem divinais, mas por considerações de cunho prático,
decorrentes de nossas boas práticas (científicas), devemos empenhar uma parte de
nossos recursos em melhorar nosso entorno. Isso serve de sustentação para Leis
Anti-Truste e Anti-Cartel, nos países capitalistas desenvolvidos, e dispostos a
regulamentar um jogo livre, mas justo. Tais conceitos servem à Ecologia e ao
Desenvolvimento Sustentável.
A
recente crise americana mostra “mais uma vez”, pois a história é contínua e
cíclica, uma faceta biológica e uma tendência genética - notada por Nietzsche -, e
que necessitamos moderar: a ganância e o poder sem limites. Uma ciranda, uma “corrente”
orquestrada pelo capital especulativo (assistir 'Inside Job'), deixou de joelhos a
economia mais forte do mundo. E provocou “tsunamis” por todo o globo. As melhores
práticas de convívio provaram o valor inegociável da liberdade, mas o Governo
deve ser o guardião das regras, para que o jogo de “oferta e procura” resulte
em benefício. E, tendo o populismo sido abolido e esquecido, poderemos lutar
por países realmente desenvolvidos, e baseados na igualdade de oportunidades e na gestão “técnica”. Abaixo os populistas de carteirinha, e esperemos que Lula tenha
sido o último dos moicanos em Terras
Brasilis. E Assim Falou Zaratustra:
NÃO MAIS!
As
Teocracias estão sendo desafiadas, Tunísia, Egito, Líbia, etc. Não demos graça
à Deus. São homens inteligentes e íntegros que estão lutando. E o mundo dito
livre, deve levantar-se em nome da Democracia e dos Direitos Humanos, mas sem
exceções. Vamos “ajudar” a Líbia, mas teremos que mexer com a Arábia Saudita, e
isso conflita com interesses americanos e europeus. Não seremos verdadeiramente
reformadores, se permanecerem feudos e exceções. Islã é “submissão”, e devemos
dizer: NÂO MAIS! A todos, e a todo tipo de submissão.
A
China precisará enfrentar suas severas contradições, jogando com um pseudo-comunismo
de um lado, e um severo capitalismo multinacional de outro. Um “ornitorrinco”
político-econômico totalitário, a serviço de uma casta quase “imperial”, que
controla um partido único, com idéias monolíticas, absolutas, velhas, e
oportunistas; submetendo grande parte da população mundial a um regime de
trabalho desumano, sem liberdade de expressão, e sem liberdade para dizer: NÃO
MAIS!
Desde
uma postura “Iconoclasta”, esperamos que as conquistas de Nietzsche, gritem
mais forte do que os contenciosos e maus entendidos. Juntemos nossas vozes ao
coro de grandes homens como Voltaire, Bertrand Russel, Comte, Darwin, Sócrates,
Aristarco, Copérnico, Kepler, Galileu, Isaac Newton, Faraday, Planck, Einstein,
Dráuzio Varella, Sagan, Dawkins; não como “super-homens”, mas apenas para
dignificar nossa vida, frágil, finita, e tão bela.
NÃO
ASSISTAM O “BBB”, ESTUDEM, DIVIRTAM-SE, DANCEM, NAMOREM, ESCUTEM MÚSICA, LIGUEM
PROS AMIGOS, LEIAM UM LIVRO, SAIAM, ROLEM NO CHÃO COM O CACHORRO... MAS NÃO
ASSISTAM O “BBB”, RSRSRSRSRSRS...
Escrito por:
KK
(irmã do KoKô), Ciçazinha, MiuChui Tatui, Mareolandia, Gabi-Zona, etc... Ahhhh,
EU....
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