A mais violenta tempestade solar dos últimos cinco anos atingiu hoje a atmosfera terrestre, perturbando as comunicações via rádio e forçando algumas companhias aéreas a modificar trajetos para evitar regiões polares.
Foram reportadas ocorrências de perturbações nas comunicações via rádio e no sistema GPS, segundo Susan Hendrix, uma porta-voz da NASA.
Uma interrupção momentânea das transmissões via rádio obrigou algumas companhias aéreas a modificarem as rotas dos aviões para evitar as regiões polares, acrescentou, precisando desconhecer pormenores.
A NASA limita-se a seguir a tempestade solar desde a formação até atingir a atmosfera terrestre, sublinhou.
Como as anteriores, esta tempestade é suscetível, em função da intensidade magnética, de perturbar mais ou menos a distribuição elétrica, o sistema GPS e as comunicações por rádio satélite, bem como o transporte aéreo que está dependente destas comunicações.
A primeira erupção de plasma solar, libertação de massa coronária, na origem desta tempestade verificou-se às 00:00 TMG (mesma hora em Lisboa). Uma hora depois seguiu-se uma segunda erupção na mesma região solar, de acordo com a NASA.
Os ventos cósmicos carregados de partículas solares, avançavam a grande velocidade - entre 100 quilómetros por segundo e 2.500 quilômetros por segundo - e atingiram a atmosfera terrestre hoje cerca das 10:45 TMG, de acordo com o último boletim da Administração dos Oceanos e da Atmosfera Norte-Americana (NOAA).
As previsões, de acordo com as quais esta tempestade podia atingir o nível três numa escala de cinco, concretizaram-se dada a forte intensidade das radiações solares e da força geomagnética, precisou a NOAA.
Na quarta-feira, a NASA tinha anunciado que esta tempestade solar podia potencialmente atingir níveis elevados de intensidade e que os efeitos podiam fazer-se sentir até sexta-feira.
A Agência Espacial Norte-Americana não considerou necessário tomar medidas especiais para os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (EEI), que orbita em torno da Terra a 350 quilômetros de altitude.
Joseph Kunches, um cientista da NOAA, anunciou na quarta-feira que esta tempestade era provavelmente uma das mais poderosas desde dezembro de 2006. O campo magnético destas partículas solares é muito forte. A colisão com o campo magnético da Terra, que protege o planeta destas agressões solares, pode desencadear trovoadas magnéticas.
O aumento do número de erupções solares - a última das quais ocorreu a 23 de janeiro - é normal relativamente aos ciclos de atividade solar de cerca de 11 anos que, para este período, devia atingir o pico em 2013, explicou a NASA.
A intensificação das erupções solares é também mais frequente quando o Sol termina um ciclo de atividade para iniciar um outro muito mais ativo, como é o caso desde janeiro de 2008.
As tempestades solares observadas há vários séculos provocaram, às vezes, fortes perturbações. Em 1989, uma grande parte do Québec, no Canadá, ficou às escuras na sequência de uma paragem do sistema de distribuição de eletricidade.
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