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sábado, 10 de novembro de 2012

Acéfalos em Cristo



“Se alguém não tem razão para não usar a razão, então essa posição é indefensável. Não há razão para aceitar o fideísmo”.

— Norman Geisler

Examinemos a fé e a razão:

A fé 'crê' - pelo dogma - que a Terra está no centro do Universo... Só que pela razão - e pela ciência - 'sabemos' não é verdade, e por estarmos certos, estamos usando - você e eu - a Internet, via satélite... A fé 'crê' - pelas escrituras 'sagradas' que as doenças são decorrentes de possessão demoníaca - todas -, e trata leprosos por imundo, e deficientes físicos por indesejáveis... Só que pela razão - pelo bom uso do cérebro - sabemos que não é assim, a lepra e causada por um bacilo, a deficiência física congênita tem origem genética ou na má formação gestacional... E conhecer a verdadeira causa da doenças nos levou a aumentar a expectativa de vida e diminuir a mortalidade infantil... Enquanto Jesus habitou este planeta, na condição humana, a expectativa de vida era de no máximo 40 anos - sendo que ele próprio esteve abaixo desta marca... -, a mesma que o Homem de Cro-Magnon, nosso ancestral do Paleolítico Superior, cera de 40.000 AEC - Antes da Era Comum... Vale lembrar ainda, que até o final da Idade Média, ou Idade das Trevas - período em que a religião dominou o mundo -, em 1500, o quadro não havia sido alterado... Hoje vivemos quase o dobro, ou mais, principalmente nos países mais descrentes, e portanto mais atidos ao uso do cérebro - e da razão... 

Sugerir que abandonemos o racionalismo para debater a fé - tese do fideísmo -, no diria Espinoza, trata de sugerir a obediência, mas concluo pela orientação à SUBMISSÃO... Submeta-se, esta é a ordem, e o meio vem pelo abandono do bom uso de nossos cérebros...

Sempre lembrado que tudo isso é sumamente falacioso, assim como falaciosos foram, os truques do neo-platônicos do hedonismo cristão kantiano... Também a oposição entre senciência e racionalidade é no mínimo absurda... O que muitos erroneamente insiste em chamar de RAZÃO, refere-se - hoje sabemos - à capacidade cerebral de analisar o risco... Alguns operam no curto ou no curtíssimo prazo, enquanto outros temem o futuro, e operam no menor risco... Sendo o exercício amplo do prazer - tão negado por muitos crentes - também uma função cerebral... Nem alma nem 'coração'... Funções cerebrais, como o ato de pregação religiosa, cercado de razões, entre elas, as muitas de ordem econômica... Sendo o ato de escrever, e debater, amplamente comandados pelo cérebro racional...

Tendo desconstruir tais falácias, gostaria ainda de dizer que, efetivamente, em alguns momentos a atividade cerebral realmente atinge o seu nível mínimo... Quando estamos dormindo, catalépticos, ou em coma... Presumo que tais estados não admitem um debate, nem mesmo a tomada de decisões... E existe um estado terminal, onde, efetivamente, cessa toda e qualquer atividade neural... Tal estado é mais conhecido como 'morte cerebral', e decreta o fim da vida... Isso foi antes da invenção da vida após a morte, e continuando sendo para uns e outros - muitos - que estão interessados na realidade...

Finalmente, e prometo que não me estendo mais, gosto de analisar o comportamento de certos humanos notáveis, e notáveis céticos, como: Drummond, Quintana, Cora Coralina, Pessoa, Saramago, Eco, Neruda, entre tantos outros, como Dennet, Sagan, Einstein, Darwin, Cajal, Mendell, e mais, Lennon, McCartney, Gilmour, Drauzio Varella, Caetano Veloso, Chico, etc, e me pergunto: estes homens teriam falhado no uso da razão ou na sensibilidade??? Homens sem fé, teriam contribuído para o bem da humanidade??? Deixo como uma espetada irônica, sei muito bem que homens desta envergadura, assim como Russell, Nietzsche, Onfray, Shermer, entre tantos mais, Chaplin, Patch Adams, e muitos mais, nunca preferiram o estado catatônico... Mantiveram suas mentes sempre saudáveis, livres e abertas... E por isso são efetivamente notáveis pelo exemplo, e nunca pela autoridade e coerção... Assim digo...

Carlos Sherman


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