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domingo, 27 de janeiro de 2013

E quanto a ti, Morte...




E quanto a ti, Morte...
Walt Whitman

"E quanto a ti, Morte, e a ti, amargo abraço da mortalidade, é inútil tentarem alarmar-me.
A parteira acorre ao seu trabalho sem demora,
Vejo a mão pressionado, recebendo, sustendo,
reclino-me nos umbrais das delicadas portas flexíveis,
E observo a saída, e observo o alívio e a libertação.

E quanto a ti, Cadáver, penso que és bom adubo mas isso não me ofende,
Aspiro o doce perfume das rosas brancas crescendo,
Toco as folhas como lábios, toco o peito lustroso dos melões.
E quanto a ti, Vida, reconheço que és o resíduo de muitas mortes,
- não duvido que eu próprio já morri mil vezes.
Escuto o vosso murmúrio, ó estrelas do Céu,
Ó sóis, ó erva dos túmulos, ó perpétuas transferências e promoções,
Se não dizeis nada que poderei eu dizer?

Do turvo charco na floresta do Outono,
da lua que desce os precipícios do crepúsculo sussurrante,
Caí, centelhas do dia e do acaso, caí sobre as hastes negras que apodrecem no estrume,
Caí sobre o lamento incoerente dos ossos secos.

Levanto-me da lua, levanto-me da noite,
Percebo que a luz débil é o reflexo do meio-dia,
E desemboco no que é firme e central desde o rebento grande ou pequeno."

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E lá vou eu, rsrsrsrsrs... Tenho os meus argumentos contra a 'auto-ajuda', mas não posso desmerecer o imenso valor desta reflexão:

"Se Você não gostar do meio em que está, se estiver infeliz, se sentir só, se achar que as coisas não estão acontecendo, mude de ambiente. Pinte um novo pano de fundo. Rodei-se de novos atores." - Leo Buscaglia... 

Busque novas testemunhas para a sua vida, e um novo cenário, para um novo papel... 

Whitman, inefável, indelével... 


Carlos Sherman

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