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sexta-feira, 19 de abril de 2013

O Fundamentalismo...




Publiquei uma objeção em um post:

Características neurais são a causa do fundamentalismo, o que causa grandes transtornos comportamentais e sociais - e não o contrário...

O autor da publicação replicou:

Que estudo faz esse link causal entre a genética e o fundamentalismo Carlos Leger Sherman Palmer? O texto acima destaca os aspectos sociais (ou seja, o impacto da família sobre os membros mais novos) como um fator chave para o desenvolvimento do sofrimento psíquico neste futuro adulto. Este texto não é de minha autoria. Eu compartilhei porque concordo com a abordagem. Mas deixa eu ver se eu estou compreendendo a sua reação ao texto? Você discorda, é isso?

Exatamente... E existe quase unanimidade nesta discordância, nos meios científicos; i.e., não somos produto inequívoco do meio - compartilhado e não compartilhado -, e nem majoritariamente... A Teoria da Tábula Rasa esta refutada e é falaciosa... Este é o ponto nevrálgico aqui... Os meios compartilhado e não-compartilhado importam, mas muito menos do que postulava a nossa vã 'sociologia', e importam muito menos do que a nossa 'natureza'...

Todos os estudos importantes em neurociência apontam na mesma direção, ou seja, o elemento obsessivo na compulsão religiosa - entre outras compulsões - decorre em grande medida da 'natureza', de características inatas, e não do meio... Por inato entendo a genética traduzida e fisiologia pela via gestacional e por meio dos imprintings - marcas no cimento fresco de nossa neurofisiologia durante a etapa neonatal... De forma simplificada o 'fervor' é inato, a 'religião' é aprendida... A obsessão é inata, a causa a ser defendida é aprendida... De forma que o 'fundamentalismo' decorre do fervor, e não da bandeira a ser defendida... Entende??? 

Mas precisaremos estudar também o efeito da opressão política e da vulnerabilidade à sugestão... Estive no Irã, 75% da população não quer o regime teocrático, mas estão silenciosamente submetidos... O opressão é outro capítulo...

Mas posso recomendar muita coisa que suporte isso, desde de Judith Harris, que abre as portas de nossa  percepção para o tema, a Pìnker, o grande nome na cena, passando inequivocamente por Matt Ridley, Damásio, Sacks, etc... Ou seja 'em princípio', o enunciado está na contra-mão do conhecimento disponível e aceito...

Carlos Sherman


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