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domingo, 19 de outubro de 2014

Marilena Chauí alucina, historicismo, fascismo, Nietzsche, Espinosa, Meslier, Lucrécio...



Marilena Chaui é a epítome da imbecilidade intelectualóide... Uma crente no historicismo demostrando cabalmente, em verso e prosa, porque ainda não compreendeu que o "faxismo" - leiam fascismo - não passa de uma linhagem que começa na 'República' vegetariana de Platão, viaja na escolástica aristotélica, é sacralizada na pia batismal cristã, depois é retomada por Kant, Hegel, Marx, Hitler, Lenin, Husserl, Heidegger, Sartre, Foucault, imersos em autoridade, um repositório de severos desvios cognitivos, exacerbando o culto ao ídolo, e a submissão do rebanho...
A doutrina do "povo escolhido", neste caso "o povo" abaixo da linha 'média' em termos de qualidade de vida; a doutrina do messias infalível, neste caso "presidenta"; a doutrina da revelação, neste caso o "populismo" mais execrável possível em direção ao Nirvana, levando no bolso a Petrobrás, o Mensalão, além. muito dinheiro em calcinhas e cuecas... O falso apelo ao coletivo, ao sacrífico da maioria pela "causa"; liderando de seus gabinetes, bem distantes daqueles que vivem do bolsa família, posando ao lado de Temer, Calheiros, Collor e Sarney... Embora o pior do palanque seja o "Lulinha Paz e Amor", o maior criminoso à solta neste país... Pois será a classe média, o pensamento médio, abaixo da cúpula e acima da alienação torpe, embora involuntária, que poderá recomendar a cassação, pelo voto, do mandato de tais salafrários...
Chauí, das profundezas de sua podridão pseudo-intelectual, só poderia estar preocupada... E tal discurso sociopata só poderia mesmo vir da cátedra de 'filosofia'... Como uma personagem esdrúxula como Marilena Chauí é capaz de citar "desvios cognitivos"? Marilena é um prato feito para o estudo Neurocientífico quando alega que 'termos médios' nos trazem algum tipo de malefício... A semântica distorcida do termo "classe" é o que menos importa, bastando apenas dizer que a 'média' está melhor em termos qualitativos e quantitativos...
E isso se deve ao fato, também historicista, de que uma cúpula dominante de 'reis-filósofos', líderes indefectíveis, deve mandar em um povo pobre e oprimido pela falta de instrução, incapaz de indicar o cinismo, a desonestidade, o ódio, e o caráter dialético especioso contido em tais discursos... Só isso justificaria o ódio à "média", e que garante aos países mais solidários do mundo sua destacada condição... Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Alemanha, Inglaterra, Franças, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Noruega, Islândia, Japão, Estados Unidos, com as mais baixas taxas de mortalidade infantil, os menores índices de mortes violentas, a maior expectativa de vida...
Senhora Marilena Chaui, é a força da "média" - e se preferir "da classe" média -, que você certamente não precisou estudar, arbitrando a realidade do alto de sua escrivaninha, que garantiu e garante que a 'média' seja mais feliz... Estupidez maior não há, e só mesmo o velho chavão populista, historicista, crente, autoritário e fascista, justificaria tanta estupidez...
Carlos Sherman

QUEM ESTÁ DESPERTANDO O "ÓDIO DE CLASSE" COMO DISSE O GRANDE MENTIROSO E ESTELIONATÁRIO DO BRASIL NÃO É A "ELITE BRASILEIRA", E SIM ELE E TODO O SEU PARTIDO ! A Classe média brasileira é composta por 54 % da população brasileira. Sua renda per capita varia de R$ 300,00 a
R$ 1.020,00 Reais por mês e movimenta 58% da economia. Se fosse um país seria a 18a nação em consumo. É dessa parte do povo brasileiro que vocês do PT tem ódio ???
Fonte1:http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/02/classe-media-brasileira-e-o-18-maior-pais-do-mundo-em-consumo.html
Fonte2:http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-02/classe-media-brasileira-representa-54-da-populacao
  • Ricieri Taglietti Perfeita análise
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  • Sergio Antunes Falou TUDO! E com brilhantismo! Ela não quis usar a palavra Burguesia por causa do cheiro de mofo que tal vocábulo possui, então resolveu, com sua língua bífida, regurgitar o veneno na classe média. Espero que, um dia, ela morda a própria língua!
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  • Ismail Gomes Sabe muito pouco o significado de capitalismo e é o que somos
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  • Séfora Rosa Tenho NOJO dessa mulher!
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  • Sandro Góes Em questão de política, assim como em muitas outras, eu estou com o Espinosa: "Os filósofos concebem as emoções que se combatem entre si, em nós, como vícios em que os homens caem por erro próprio; é por isso que se habituaram a ridicularizá-los, deplorá-los, reprová-los ou, quando querem parecer mais morais, detestá-los. Julgam assim agir divinamente e elevar-se ao pedestal da sabedoria, prodigalizando toda espécie de louvores a uma natureza humana que em parte alguma existe, e atacando através dos seus discursos a que realmente existe. Concebem os homens, efetivamente, não tais como são, mas como eles próprios gostariam que fossem. Daí, por conseqüência, que quase todos, em vez de uma ética, hajam escrito uma sátira, e não tinham sobre política vistas que possam ser postas em prática, devendo a política, tal como a concebem, ser tomada por quimera, ou como respeitando ao domínio da utopia ou da idade de ouro, isto é, a um tempo em que nenhuma instituição era necessária. Portanto, entre todas as ciências que têm uma aplicação, é a política o campo em que a teoria passa por diferir mais da prática, e não há homens que se pense menos próprios para governar o Estado do que os teóricos, quer dizer, os filósofos" (Espinosa, Tratado Político).
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Sandro, que tal Nietzsche: “O que nos incita a olhar uma metade dos filósofos com desconfiança e a outra metade com ironia, não é o fato de percebemos como são ingênuos, nem como erram e se enganam com facilidade e frequentemente. Não é também sua infa...Ver mais
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  • Sergio Antunes Nietzsche suplantando kant e Espinosa.... Normal.
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  • Sergio Antunes Ah! Foi superior a Schopenhauer também...
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Rsrsrsrsr... Espinosa esteve 'quase lá', fez um bom trabalho, 'pero'... Kant terminou de forma 'imperativa' e 'categórica', apodítico, volta e mais voltas para terminar em uma falácia nomotética para o meu deus... Nietzsche chegou lá, mas com sua personalidade depressiva, uma intercorrência neuropsicológica, apesar da ácida lucidez... Neste trio, só lamento Kant, e daí refulge o idealismo alemão... Uma desgraça para a humanidade... A Alemanha chega atrasada na festa dos estados europeus, assim como o império russo, e daí decorre toda a sorte de descalabro historicista e fascista... Lucrécio arquiteta o assassínio de deus, o impagável Jean Meslier é o verdadeiro autor, Nietzsche leva a fama... Hegel, Marx e Engels precisariam de uma nova revelação messiânica... E assim terminamos o século XIX e enveredamos no século XX... Recomendo doses cavalares de Tony Judt e meu amigo Michel Onfrayy... Esqueçam Husserl, Heidegger, Sartre, e Foucault... Não deixem de conferir Hume, William James, Paine, Adam Smith, Russell... A lucidez é o nosso bem mais precioso... Abraços...
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  • Carlos Leger Sherman PalmerClaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaarrrrrrrrrrrroooooooooooooooooooo... Schopenhauer!!! Claro... E Albert Camus...
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  • Sandro Góes Nietzsche, apesar desta crítica citada por você (Carlos), teve em Espinosa o seu precursor: "Estou inteiramente espantado, inteiramente encantado! Tenho um precursor e que precursor! Eu não conhecia quase nada de Espinosa; que eu agora ansiasse por ele foi uma “ação do instinto”. Não só, que sua tendência geral seja idêntica à minha — fazer do conhecimento o afeto mais potente — em cinco pontos capitais de sua doutrina eu me reencontro, este pensador, o mais fora da norma e o mais solitário, me é o mais próximo justamente nestas coisas: ele nega o livre-arbítrio —; os fins —; a ordem moral do mundo —; o não-egoísmo —; o mal —; se certamente também as diferenças são enormes, isso se deve mais à diversidade de época, de cultura, de ciência. In summa: minha solidão, que, como sobre montes muito altos, com freqüência provocou-me falta de ar e fez-me o sangue refluir, é ao menos agora uma dualidão. —Maravilhoso!" (Nietzsche, Carta a Franz Overbeck de 30 de julho de 1881)
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Sandro, elogiei Espinoza e Nietzsche... Mas Espinoza teve os seus péssimos momentos, com severos equívocos e distorções, onde podemos notar a clara influência das ideias de Maimônides – ‘Guia dos Perplexos’ -, além do triste legado agostiniano sobre suas palavras: 

    "Concluí tudo o que queria explicar a respeito do poder da mente sobre as emoções e sobre sua liberdade. Pelo que foi dito, vemos em que consiste a força do homem sábio e quanto ele ultrapassa o ignorante que é conduzido apenas pela concupiscência. Pois o homem ignorante não apenas é agitado de muitas maneiras por causas externas e nunca desfruta da verdadeira paz de espírito, mas também vive inconsciente, por assim dizer, de Deus e das coisas, e tão logo cessa de sofrer, cessa também de ser. Por outro lado, o homem sábio, enquanto for considerado como tal, raramente comove seu espírito, mas sendo consciente, por uma certa necessidade externa, de si mesmo, de Deus e das coisas, nunca cessa de ser e sempre desfruta da verdadeira paz de sua alma." 

    Este é o famoso capítulo de encerramento da Ética, muito citado nos círculos 'ditos' filosóficos... Spinoza afunda aqui em juízo moral, execrando o ignorante, e endeusando o sábio, e desprezando o 'SEXO'... Mas em outra passagem evolui espetacularmente, tangenciando o que viria a ser a refutação do falacioso conceito de 'livre-arbítrio', embora ainda preso ao desígnio moral divino: 

    "Se as coisas devessem ser diferentes do que são, isso envolveria uma mudança na vontade de Deus, e essa não pode ser mudada (como nos foi muito claramente demonstrado pela perfeição de Deus): portanto, as coisas não poderiam ser de outro modo senão como elas são. (Ética, Parte I, nota 2 à proposição XXXIII.)“Genial... Como consequência, conclui Espinoza:“[um] homem livre [não pensa] em nada menos do que na morte; e sua sabedoria é uma meditação não sobre a morte, mas sobre a vida"

    Tudo já está determinado e as pessoas são "livres" - evoluindo o conceito agostianiano de que “são livres apenas para pecar” - apenas no sentido limitado de que são “livres para aceitar os eventos em vez de apenas sofrê-los."... Spinoza avança e hesita, tropeça, e até cai... mas muda para sempre a História do Pensamento Humano... Spinoza esteve quase lá!!! Para quem não conheceu a Darwin, Mendel e Cajal, podemos dizer tratar-se de um gênio; um gênio perturbado, rsrsrsrs, muito perturbado, mas inegavelmente um gênio...

    Carlos Sherman
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Leiam Espinosa ou Spinoza para melhor entender seu legado... Insisto, um gênio que deixou masrca indeléveis, e também pensou e disse muito besteira... Como iconoclasta estou em liberdade para aproveitar o melhor de Espinosa sem nenhum tipo de devoção cega...
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Nietzsche, repito, foi bem mais coerente, mas disse suas besteiras... É um dos autores que mais cito e respeito, não obstante denoto alguns de seus escorregões... Uma questão de personalidade, e dos limites do corpus de conhecimento de seu tempo... Nie...Ver mais
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  • Sandro Góes Espinosa não desprezava o 'SEXO', Carlos. Em seu tratado da reforma do intelecto ele apenas apregoa a moderação da concupiscência, ou seja, sexo é bom como um meio para alcançar a felicidade e não um fim em si mesmo. 
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Ele não conhecia a Evolução... Ele moralizou o sexo, e isto está errado... O sexo move a vida, está na base da vida, é parte e causa... Nossos cérebros da savana africana estão dotados deste impulso, mas vivendo em um mundo bem mais complexo... por isso insisto, e agradeço o elevado nível do debate, 'Espinosa esteve quase lá'... A Ética, que tive o prazer de e em português e latim, está recheada de confusões de ordem moral e com "deus" se escondendo por trás de todas as questões... Relevei tudo isso para focar em suas contribuições, mas denuncio que o culto a Espinosa é exagerado...
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Mesmo assim, e sempre, no seu caso, um diálogo de altíssimo nível... Você já me inspirou a muitas reflexões... Obrigado...
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Espinosa antecipou vários aspectos da neurociência... Foi um pensador arguto e genial...
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  • Carlos Leger Sherman Palmer "[...] uma criancinha acredita apetecer, livremente, o leite; um menino furioso, a vingança; e o intimidado, a fuga. Um homem embriagado também acredita que é pela livre decisão de sua mente que fala aquilo sobre o qual, mais tarde, já sóbrio, preferiria ter calado. Igualmente, o homem que diz loucuras, a mulher que fala demais, a criança e muitos outros do mesmo gênero acreditam que assim se expressam por uma livre decisão da mente, quando, na verdade, não são capazes de conter o impulso que os leva a falar. Assim, a própria experiência ensina, não menos claramente que a razão, que os homens se julgam livres apenas porque são conscientes de suas ações, mas desconhecem as causas pelas quais são determinados. Ensina também que as decisões da mente nada mais são do que os próprios apetites: elas variam, portanto, de acordo com a variável disposição do corpo. Assim, cada um regula tudo de acordo com o seu próprio afeto e, além disso, aqueles que são afligidos por afetos opostos não sabem o que querem, enquanto aqueles que não têm nenhum afeto são, pelo menor impulso, arrastados de um lado para outro. Sem dúvida, tudo isso mostra claramente que tanto a decisão da mente, quanto o apetite e a determinação do corpo são, por natureza, coisas simultâneas, ou melhor, são uma só e mesma coisa, que chamamos decisão quando considerada sob o atributo do pensamento e explicada por si mesma, e determinação, quando considerada sob o atributo da extensão e deduzida das leis do movimento e do repouso [...]" Spinoza, Ética, parte III, esclarecimento proposição II)
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Olha que beleza: "Não é por julgarmos uma coisa boa que nos esforçamos por ela, que a queremos, que a apetecemos, que a desejamos, mas, ao contrário, é por nos esforçarmos por ela, por querê-la, por apetecê-la, por desejá-la, que a julgamos boa." (Spinoza; Ética; parte III esclarecimento proposição IX)
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Isso antecipa William James em 2 séculos, e a Neurociência em 4 séculos...
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Hoje sabemos que 'não choramos porque estamos tristes, mas ficamos tristes porque choramos'... Tudo é disparado pela emoção, ou seja, por neurotransmissores apertando botões de neuroreceptores que tratarão de desencadear comportamentos animados... Sendo assim, poderíamos dizer que Espinosa precde William James como o pai da Neurociência... Sem, no entanto, deixar de notar que ele ainda ficou preso ao seu próprio 'imperativo categórico': deus... Um 'Deus Sive Natura', o que é uma espécia de falácia nomotética... Por isso digo 'quase lá!'....
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Deixou duas reflexões do 'filósofo' e livre-pensador, Fernando Pessoa: "Os Deuses são a encarnação do que nunca poderemos ser. O cansaço de todas as hipóteses…"
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Uma resposta que pessoa daria ao gênio de Espinosa: “Mas se Deus é as árvores e as flores
    E os montes e o luar e o sol,
    Para que lhe chamo eu Deus?

    Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
    Porque, se ele se fez, para eu o ver,
    Sol e luar e flores e árvores e montes,
    Se ele me aparece como sendo árvores e montes
    E luar e sol e flores,
    É que ele quer que eu o conheça
    Como árvores e montes e flores e luar e sol.” - ‘Alberto Caeiro’, heterônimo de Fernando Pessoa (‘O Guardador de Rebanhos’; quinto poema; 1925)
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  • Sandro Góes Espero que um dia você tenha a oportunidade de ler outras obras de Espinosa e, talvez, o compreenda melhor. Pois ele não foi um asceta como muitos pensam. Vou postar um trecho de um artigo que estou escrevendo sobre a superação da superstição através do intelecto na teoria do conhecimento de Espinosa. Se você gostar e tiver interesse em ler o artigo inteiro, posso te mandar por e-mail. "No Tratado da Emenda do Intelecto, Espinosa começa a reorganização de suas ideias a partir da experiência de sua própria vida. "Desde que a experiência me ensinou ser vão e fútil tudo o que costuma acontecer na vida cotidiana, e tendo eu visto que todas as coisas de que me arreceava ou que temia não continham em si nada de bom nem de mau senão enquanto o ânimo se deixava abalar por elas, resolvi, enfim, indagar se existia algo que fosse o bem verdadeiro e capaz de comunicar-se, e pelo qual unicamente, rejeitado tudo o mais, o ânimo fosse afetado; mais ainda, se existia algo que achado e adquirido, me desse para sempre o gozo de uma alegria contínua e suprema" (ESPINOSA, 1997, §1, p. 45).
    Em sua busca pelo bem verdadeiro, Espinosa se debatia internamente para encontrar um modo pelo qual conseguisse conciliar a vida cotidiana, que considera como o supremo bem as riquezas, as honras e a concupiscência, e um novo modo de vida que lhe desse para sempre o gozo de uma alegria contínua e suprema. Em um primeiro momento, Espinosa entende que são dois modos de vida contrários entre si, e que, portanto, seria contraditório viver estas duas vidas. Então, tudo o leva a crer que só poderia se decidir por uma delas. "Como, pois visse que tudo isso obstava a que me dedicasse ao novo modo de vida, e, mais ainda, tanto se lhe opunha que eu devia necessariamente abster-me de uma coisa ou de outra, achava-me forçado a perguntar o que me seria mais útil; porque, como disse, parecia-me querer deixar um bem certo por um incerto" (ESPINOSA, 1997, §6, p. 46).
    Após esta decisão indagatória, Espinosa chega à conclusão de que, estes bens, se forem considerados como meios, e não como um fim em si mesmo, não precisará abandoná-los, mas sim utilizá-los como modo de condução ao fim pelo qual são procurados. Ao elaborar algumas regras de vida, Espinosa faz com a vida cotidiana o que pretende fazer com o intelecto, ou seja, um realinhamento ou reorganização das coisas que precisamos fazer para viver uma vida cotidiana. "(...) depois que vi a aquisição de dinheiro ou a concupiscência e a glória só prejudicarem enquanto são procuradas por si e não como meios para as outras coisas; se, porém, são buscadas como meios, terão então uma medida e não prejudicarão de modo algum, até, pelo contrário, muito contribuirão para o fim pelo qual são procuradas(...)" (ESPINOSA, 1997, §11, p. 47). Não obstante, o sumo bem é a tomada de consciência da relação do sujeito com tudo que está ao seu redor. É a compreensão de que não existe nada de bom ou mau em si mesmo, que o que temos é uma relação com as coisas, e que, esta relação, pode ser boa ou má. 
    Depois de afirmar e que o sumo bem é a compreensão da unidade e da totalidade das coisas. Espinosa faz um esforço para demonstrar que o alcance do sumo bem não deve ser uma realização individual, mas sim coletiva. Pois, como sua filosofia é de cunho social, ele entende que o encontro deste sumo bem deve ser compartilhado com o máximo de indivíduos possível. "Este é, portanto, o fim ao qual tendo: adquirir uma natureza assim e esforçar-me por que muitos a adquiram comigo; isto é, pertence também à minha felicidade fazer com que muitos outros entendam o mesmo que eu, a fim de que o intelecto deles e seu apetite convenham totalmente com o meu intelecto e o meu apetite. E para que isso aconteça, é preciso entender tanto da Natureza quanto baste para adquirir semelhante natureza; a seguir, formar uma tal sociedade como é desejável para que o maior número chegue a isso do modo mais fácil e seguro" (ESPINOSA,1997, §14, p. 47).
    Sendo assim, o homem do intelecto é também o homem da imaginação, mas em aspectos diferentes. Nós não precisamos abandonar a imaginação e nem os bens, cujo qual esta mesma imaginação, considera como bens verdadeiros. Pois, de fato, são bens verdadeiros desde que saibamos a sua justa medida na ordem e conexão na natureza. Pois, como diz Espinosa em sua Ética: “A ordem e a conexão das ideias são as mesmas que a ordem e a conexão das coisas” (ESPINOSA, 2007, p. 87)."
  • Carlos Leger Sherman Palmer Tenham um lindo domingo, preciso terminar meu livro, obrigado pelo papo de altíssimo nível, e adoraria receber outros comentários e aprender... Deixem aqui, e depois confiro... Abraços SandoSandro GóesSergio AntunesRicieri Taglietti e Dinancir Quennehen Freire...
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Amigo, tenho todas as obras que pude conseguir de Espinosa, e bem conheço seus fundamentos, só não idolatro sua figura... Respeito, aprendo, cito, considero como um homem livre-pensante, revolucionário, etc, etc, etc, e mesmo assim denuncio o seu culto... Espinosa também disse muita besteira, e tenho uma coleção delas... Mesmo Nietzsche tem seus momentos decepcionantes, até Sagan... O ponto chave aqui é a temperança e a integridade intelectual na análise, evitando a todo custo a 'idolatria'... Vou conferir o que escreveu, e em breve retomamos o papo com o maior prazer... POr hora, muito obrigado...
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  • Sandro Góes A Natureza que é idêntica à Deus é diferente daquilo que chamamos de natureza. Isso que chamamos de natureza é a natureza naturada, ou seja, criada. Deus ou seja Natureza é natureza naturante (produtora) e natureza naturada (produzida). Por isso a necessidade de chamá-la Substância/Deus/Natureza.
  • Carlos Leger Sherman Palmer Já discorremos sobre isso antes, lembra?
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Sandro Góes, es solo un truco... O deus de Espinosa existe, situa-se no plano do real, é único e eterno, e age em função de sua natureza, causa livre de todas as coisas, tudo está nele de dele dependem, sem ele nada pode existir ou ser concebido, todas as coisas decorrem de sua potência infinita, tudo o que pensa ou não, sendo pois incorpóreo, não estando sujeito à paixões e preferências, sem espírito, não estando sujeito à nenhum tipo de vontade, sendo a causa imanente de tudo, sendo sua obra existência coincidentes, sendo portanto a única substância a existir na natureza... Ok... Mas como podemos evidenciar tudo isso??? Esta figura nomotética e sofisticada, é criada por Espinosa como exercício do mero constructo... E daí a minha crítica... Ele fez mais do que Descartes e Kant, bem mais, e refiro-me à descrição de deus, mas ainda assim, e precisaremos encarar isso: Espinosa persistiu no erro...

    Espinosa poupa deus, e mais do que isso, no Tratado Teológico-Político, ele escreve coisas como: 

    "Então Deus revelou-se aos apóstolos por meio de mente de Cristo, como anteriormente havia se revelado a Moisés por meio da voz celestial. E portanto, a voz de Cristo, como aquela ouvida por Moisés, pode ser considerada a voz de Deus. E neste sentido podemos dizer que a Sabedoria Divina, ou seja, uma sabedoria que ultrapassa a humana, assume uma natureza humana em Cristo."... 

    Manipulações sofismáticas perdidas... Espinosa não pode ser endeusado sob nenhum pretexto... Sua obra é moderna, mas apresenta inconsistências, e até decepções... O deus de Espinosa, apesar de reformado, ainda assim é DEUS...
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Leia isso: "Deus revelou-se aos apóstolos na mente de Cristo"...
  • Carlos Leger Sherman Palmer Você conferiu o Tratado Teológico-Político?
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  • Sandro Góes Eu também estou ocupado (preparando uma aula para amanhã), mas não resisto trocar umas ideias com você... rsrs. Mas também não idolatro ninguém, só acho que há alguns mal entendidos a respeito do seu entendimento sobre Espinosa. É muito comum essa leitura asceta sobre ele, e se eu puder ajudar a resolvê-los... conte comigo.
  • Carlos Leger Sherman Palmer Rsrsrsr, obrigado, faço das suas minhas palavras... Então sigo um pouco mais...
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Espinosa esta inserido no Zeitgeist - conceito que remonta a Herder, antes de Hegel, mas que não se refere aqui, e em absoluto, ao movimento homônimo, conspiracionista e fanfarrônico - do século XVII, o séculos da Luzes, e suas ideias são consoantes os ditos com "Libertnos Barrocos" (Onfray, 2009)... A Filosofia de Espinosa, mais do que decuplica a força filosófica de Descartes, e antecede o que virá com Kant... Este último não aprendeu com Espinosa, e tratou de contra-atacar... Sem sucesso... Espinosa passa adiante como inspiração para as "Ultra-Luzes"... E finalmente deus estará morto, mas não pela geração de Espinosa... 

    Espinosa mostraria o caminho, Meslier seria o algoz, e Nietzsche levaria os créditos... O mundo ganhou com todos estes homens... O esquisitão Espinosa fez um bom trabalho...

    Mas:

    "Se as coisa devessem ser diferentes do que são, isso envolveria uma mudança na vontade de Deus, e essa não pode ser mudada (como foi muito claramente demonstrado pela perfeição de deus - rsrsrs, o riso é meu, afinal não aguento o exercício do mero constructo); portanto, as coisas não poderiam ser de outro modo senão como elas são. (Ética, Parte I, Nota 2, à proposição XXXIII)...
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Perdão: "SE AS COISAS FOSSEM DIFERENTES..."
  • Carlos Leger Sherman Palmer Lembre-se de Frenando Pessoa: “Mas se Deus é as árvores e as flores
    E os montes e o luar e o sol,
    Para que lhe chamo eu Deus?

    Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
    Porque, se ele se fez, para eu o ver,
    Sol e luar e flores e árvores e montes,
    Se ele me aparece como sendo árvores e montes
    E luar e sol e flores,
    É que ele quer que eu o conheça
    Como árvores e montes e flores e luar e sol.” - ‘Alberto Caeiro’, heterônimo de Fernando Pessoa (‘O Guardador de Rebanhos’; quinto poema; 1925)
  • Carlos Leger Sherman Palmer Insistir em chamar de deus, acreditar em Cristo como seu mensageiro, denota um panteísmo-cristão...
  • Carlos Leger Sherman Palmer Por que não chamar a natureza de natureza?
  • Sandro Góes Por causa da divisão entre naturante e naturada.
  • Carlos Leger Sherman Palmer Espinosa ensaia o esvaziamento dos desígnios morais do Universo, embora cite 'deus', ao invés de natureza... Teria sido realmente um texto moderno se Espinosa tivesse dito NATUREZA, mas este ajuste ainda não seria suficiente, afinal Espinosa ainda fala em 'VONTADE', e isso complica muito... Mas Espinosa conclui esta passagem de forma entusiástica, alegando que um "homem livre" não deve pensar "em nada menos do que na morte; e sua sabedoria é uma meditação não sobre a morte, mas sobre a vida"... Costumo dizer que 'entenda a morte, e entenderá a vida', e já não me recordo de onde, e com quantos homens notáveis aprendi o aforismo e o conceito... Mas Espinosa privou-se de alguns dos prazeres que demarcam a natureza humana, como o sexo, o afeto, o afeto compartilhado... E canalizou sua humanidade para uma espécie de castidade ou celibato auto-imposto, ao que tudo indica, casando-se com a Filosofia... E foram felizes para sempre... Deus, e os seus algozes estavam errados, e nada pôde - e porquanto não existe - contra a integridade intelectual e humana... Deus nada pôde contra Ben Michel...

    Carlos Sherman
  • Carlos Leger Sherman Palmer Mas Lucrécio, 1700 anos antes colocou a natureza no lugar dela, e deixou deus de fora... Spinosa certamente leu o 'De Rerum Natureza', de forma que considero com uma involução de Lucrécio...
  • Carlos Leger Sherman Palmer Em termos de Ciência natural nada ganhamos com Espinosa, fique com Lucrécio... Em matéria de neuropsicologia Espinosa é 'o cara'...
  • Carlos Leger Sherman Palmer E em matéria de cortar deus do teatro da vida, invoquemos a Jean Meslier, este maravilhoso maldito...
  • Sandro Góes É deveras muita coisa para digerir... e é preciso tempo, coisa da qual não disponho agora. Mas prometo voltar a este post depois. Um grande abraço, meu amigo. foi um grande prazer poder conversar com um espírito tão elevado. 
  • Carlos Leger Sherman Palmer Nietzsche sincretiza tudo isso, num estado depressivo de dar gosto, mas este era o seu destino psicológico... E aqui temos um timinho de peso: Leucipo, Demócrito, Epicuro, Lucrécio, Sexto Empírico, Meslier, Espinosa, Hume, Nietzsche, James, Russell, e tal...
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  • Carlos Leger Sherman Palmer Ok irmão, lindo domingo, linda vida...
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