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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sinfonia da Ciência - Ode ao Cérebro

Steven Pinker - Fronteiras do Pensamento

Daniel Dennett - Fronteiras do Pensamento

Charlie Rose - Eric Kandel

Carl Sagan - O Centro de Todas as Coisas - The Center of all Things (Leg...

Carl Sagan - SETI Decida escutar - capítulo 5

Carl Sagan Cosmos (11/11) A Persistência da Memória 1980

Carl Sagan: The Gift of Apollo (A dádiva da Apollo) - legendado

Eram os Deus Astronautas?



Seriam as Igrejas cópias de Naves Espaciais, ou seriam as Naves Espaciais cópias de Igrejas?










Ou não seria nada disso? Sendo as abóbadas apenas um estilo arquitetônico intuitivo, de origem babilônica, e que se generalizou no Império Romano?



Ahh, mas esse negócio de envolver História, conhecimento, isso não é legal, não é espetacular, espetaculoso, não é extra-qualquer-coisa, super, mega, não é master, nem plus... Tem que ter algum mistério, ou não? Tem que ter alguma coisa oculta, como nas brincadeiras infantis... Para que possamos desvendar... Tchan, tchan, tchan, tchan...








Seriam os Capitólios espalhados pelo mundo, Washington, Havana, Buenos Aires, etc, provas - inequívocas - das conexões destes povos com alienígenas, ou seriam apenas construções feitas à partir da mesma referência arquitetônica, e outra vez, meta questão de estilo? Mardona, Fidel, Chavez, você crê que são normais, mortais, humanos?





Eram os deuses astronautas? Ou astronautas, sem diploma, drogados ou não, com severos traços de esquizofrenia, estão plantando estes e outros absurdos?










Cristo era um Allien como muitos afirmam - rsrsrsrsrsrs - assim como o Papa - este com certeza -, ou estão usando drogas muito pesadas, e muita maionese foi esparramada no planeta?

Ou alguns tem maionese no lugar de cérebro? Que cérebro?







Mas um site super 'entendido' diz ABRA SUA MENTE, TUDO É POSSÍVEL... Sim, mas tome cuidado apenas para O SEU CÉREBRO NÃO CAIR NO CHÃO...

Apesar das piadinhas, esta paranoia coletiva muito me preocupa... 

PENSO, LOGO RIO...

Carlos Sherman


DRÁUZIO VARELLA - Pra que serve uma relação?




DRÁUZIO VARELLA - Pra que serve uma relação?

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.

Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.

Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo.

Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.

Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.

Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois!!

Dr. Dráuzio Varella


DISCOS VOADORES, VOCÊ ACREDITA?




DISCOS VOADORES, VOCÊ ACREDITA?

Esta foi a questão colocada por um internauta...

Ao mesmo tempo em que publicava ‘velho e podre’: “Eram Os Deuses Astronautas” de Erich von Daniken, repleto de baboseiras... Clássico do besteirol esotérico mundial... E chamando como sempre de ‘documentário’, embora seja na realidade apenas um conjunto de bobagens, sem a apresentação de nenhum documento ou prova, além da ladainha de Erich, do tipo ‘sermão evangélico’, ‘conspiração do 11 de Setembro’, e ‘Elvis não morreu’...

‘Provando’ que 2 mais 2 são – com certeza - 13...

Diz ainda - o post - tratar-se de um ‘livro de grande sucesso em todo o mundo no final da década de 60 e toda década de 70, escrito em diversos idiomas. Para escrever este livro, o autor necessita de conhecimento’... Sim, e por que? Harry Potter, o Senhor dos Anéis, venderam muito mais, e foram publicados até em persa – e possuo os exemplares... Só porque alguém escreve besteiras, comerciais, vende em vários países, não deixam de ser besteira...

Não tardaram em aparecer seguidores do ôba-ôba, mal informados e muito ‘seguros’ e suas opiniões – como sempre:

‘Lógico que acredito...’
'Sim... só não acredito é que uma "sociedade" extraterrena evoluída perderia tempo com este humanidade chucra!!!’
‘Ora, por que não? Acreditamos em tantas disparidades da humanidade, como não acreditar na coerência extra-terrestre?’
‘Claro’
‘Com certeza’

E por aí foi... Nenhum cético - definição: aquele de olha com cuidado, que olha de perto, que olha detidamente -, ninguém com conhecimento, nem seriedade... Zero, afinal, não é legal ficar falando sério... Viajar na maionese é mais divertido e excitante... Afinal, assim caminha a humanidade... Com, destaque para ‘lógico que acredito’ e ‘coerência extraterrestre’... Sim, é tudo muito ‘lógico’... Milhares de pessoas, ao mesmo tempo, e durante décadas, escondem fenômenos extraterrestres da opinião pública... Na NASA... Assim como ‘inventaram’ que o homem foi à lua... Milhares de pessoas mentindo e teatralizando juntas... Isso em várias missões, gastando trilhões de dólares, e com acidentes e mortos no percurso de décadas... Tudo inventado, é claro... Não é? Assim como os OVNIs, UFOs, ‘mas é claro’ e ‘lógico’ que existem... Só aparecem para loucos, isolados, em segredo... E os programas como o SETI, que o próprio Sagan liderou, para procurar vida extraterrestre, sem dúvida esconde algo, ou muito... Vale lembrar que o SETI teve cortes no orçamento exatamente por falta de retorno... E como não teria sido fantástico dizer ao mundo ‘encontramos’... Mas não pode ser simples assim como o WTC, que foi derrubado pelo governo americano... Tudo isso muito LÓGICO... E coerente...



Coerência Extraterrestre é foda, rsrsrsrs... Perdoem o linguajar... Sim, muito coerente... O universo tem cerca de 1022 estrelas, e estamos aqui, um ‘Pálido Ponto Azul – Carl Sagan, perdido (ou escondidos) ao redor de uma estrela relativamente pequena neste imenso Universo... Mas, seres inteligentes conseguem nos localizar em seu GPS cósmico, não é verdade? Mas para pousar na Terra necessitam de figurinhas desenhadas no deserto de Nazca...Tudo muito LÓGICO e COERENTE... Ou não? Rsrsrsrsrs...

Mas chegou a minha vez:
Recomendo sério estudo e - sobretudo - a leitura de tudo o que foi escrito por Carl Sagan, além do célebre 'Auto-Engano' de Eduardo Giannetti... Como participante da Royal Society of London, estudioso e escritor de Ciências, com destaque para as áreas de Astrofísica, Neurociência, Biologia e Genética, posso assegurar tratar-se de pura crendice, e tão vulgar quanto qualquer outra crença - astrologia, tarô, duendes, bruxas, espíritos, deuses e demônios... E decorre do mesmo processo: desconhecimento, seguido de propensão à fantasia, as artimanhas do auto-engano mental em ação, ou simples charlatanismo - obedecendo à lei da oferta e da procura pelo sobrenatural, diante da simples impossibilidade e incapacidade de viver naturalmente...



Considero lamentável, e terrivelmente prejudicial à Humanidade...

Mas teremos que conviver com tais falácias, propagadas pela ignorância generalizada, enquanto avança a educação... E mesmo após o crescente desenvolvimento humano, contar em sua maioria, com pessoas tratadas com os antídotos contra este tipo de baboseira, ainda assim contaremos humanos intoxicados pelo ôba-ôba esotérico, e sem condições de identificar a magnitude e beleza do mundo NATURAL... Sinceramente, é isso que penso sobre este tipo de vídeo... Infantil, oportunista, tóxico, fruto do desconhecimento... Assistam Sagan, aprendam de fato:
The Sagan Series (part 1) - NASA The Frontier Is Everywhere - Legendado
www.youtube.com



Considere como Carl Sagan trata do tema em “O Mundo Assombrado pelos Demônios”, leitura essencial, e sua última manifestação sobre o tema... Declarando o seu repúdio e preocupação, claramente, em mais de um capítulo... Sagan explica como:

“Somos bombardeados regularmente com relatos extravagantes de UFOS divulgados por publicações sensacionalistas, mas é raro ouvirmos algo sobre a sua merecida reprovação. Isso não é difícil de compreender: o que vende mais jornais e livros, o que acumula ibopes mais elevados, o que é mais divertido de acreditar, o que repercute mais os tormentos de nosso tempo – naves alienígenas acidentadas ou trapaceiros experientes pilhando os crédulos?”



Respeitosamente, se possuem interesse sério pelo tema, dediquem-se e estudem e aprendam a refutar e recusar materiais sensacionalistas, conspiratórios e falaciosos como este... E boa sorte... Contem comigo sempre que o assunto for a VERDADE...

E afinal minha resposta é:
NÃO, JÁ NÃO CREIO EM NADA... POSSO CONHECER MUITO SOBRE UM TEMA OU NÃO, MAS NÃO SAIO POR AÍ ACREDITANDO EM COISAS... PORQUE A MINHA CRENÇA, A MINHA FANTASIA OU VONTADE DEVE SER RESPEITADA, ACIMA DA VERDADE E DOS FATOS? NÃO, NÃO CREIO EM NADA... POSSO SABER OU NÃO SABER, MAS NÃO PUBLICO MINHA SIMPLES VONTADE DE QUE SEJA ASSIM E ASSADO, POR RESPONSABILIDADE E ÉTICA... 

QUERO CONTRIBUIR COM A HUMANIDADE... JÁ BASTA DE TUMULTO, CONFUSÃO E FALSIDADE... DE FORMA QUE NÃO, NÃO CREIO EM NADA... MAS SEI... EU SEI QUE TUDO O QUE FOI DITO NÃO FOI SUSTENTADO POR PROVAS E SEI QUE TUDO O QUE FOI DITO FOI AMPLAMENTE REFUTADO POR PROVAS... DE FORMA QUE, CIENTIFICAMENTE, À LUZ DO MÉTODO, COM O DUPLO CEGO ACIONADO,  O CETICISMO E O MÉTODO, POSSO ASSEGURAR, POR INÚMEROS CAMINHOS TRATAR-SE DE MERA FALÁCIA, BESTEIRA, ABOBRINHA... ISSO SE NÃO FOSSE TÃO TÓXICO E PERIGOSO... NÃO CAIAM NESSA... NÃO ENTREM NAS NAVES DO CHARLATANISMO, DO AUTO-ENGANO, OU DA ESQUIZOFRENIA... PODE SER UMA VIAGEM SEM VOLTA, OU MESMO, NA MELHOR DAS HIPÓTESES, UMA ENORME PERDA DE TEMPO...
AUTO-AJUDEM-SE... JÁ!!!

Carlos Sherman


The Sagan Series (part 1) - NASA The Frontier Is Everywhere - Legendado

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Pra variar, que tal um pouco de realidade???




Cecília,

Bom dia, na verdade a ‘liberdade’ em relação à ‘magia, ao sobrenatural’, bruxas, anjos, deuses e demônios, sempre foi bem maior – ao longo da história -, e felizmente vem decrescendo... Isso ocorre, à medida em que estudamos e aprendemos, em lugar de crer em nossas fantasias e em tudo o que vai em nossas mentes... A neurociência entende bem, parte do processo de auto-engano, ao qual estamos fadados - uns mais do que outros... Somente para que você tenha uma idéia, a Bíblia dá conta de que ‘todas as enfermidades são possessão demoníaca’, mas livros de medicina da Inglaterra do final do século XVIII, dão conta de que ‘apenas parte das doenças’ são possessão demoníaca, como por exemplo, a Dengue... Como você já deve saber, nem a Dengue e nem nada é possessão demoníaca, e estamos avançando a passos largos, no sentido de dar mais clareza sobre as causas e a vida natural, a um número cada vez maior e crescente de pessoas... ‘Auto-ajude-se’, e trate de descobrir como as coisas realmente funcionam, antes de abraçar causas metafísicas... Onde muitos ‘ainda’ vêem mistério, existe apenas complexidade... Basta desvendá-la, e pronto, os fantasmas descem pelo ralo... Foi assim comigo, e é assim com todo aquele que decide entender ao invés de –apressadamente – crer na fantasia mais exótica que lhe vêm à mente... É simplesmente uma questão de estudar mais e ter uma atitude responsável: ‘se não sei, então não saio por aí professando abobrinhas’... Porque atrapalha, e muito, falar sobre o que não se sabe...

Insisto em que o maior problema são as pré-suposições... Mais do que o desconhecimento... Quem desconhece, sabe, humildemente, que desconhece... Quem pré-supõe conhecer, mas não conhece – nem minimamente -, precisará desintoxicar-se de suas crenças antes de ‘começar’ a aprender...





Fico chocado enquanto passo pelos canais da televisão aberta e à cabo... Programas religiosos, em abundância, novela com fenômenos sobrenaturais, anjos, espíritos, etc, programas na TV à cabo sobre 'coisas sobrenaturais', seriados sobrenaturais, vampiros, lobisomens, bruxas, magos, etc, a febre de Harry Potter, O Senhor do Anéis, super-heróis, OVNIs, UFOs, e por aí vai... E quase nada de realidade, e quase nada de educação, e quase nada em instrução, de fato... Lamentável... O que a televisão não faz para ganhar grana? O que a indústria da fantasia esotérica não faz para faturar?

Mas as bancas de jornais e revistas, as livrarias, também estão infestadas do perigoso e belicoso besteirol esotérico... Existem federações espíritas por todo o Brasil, existem editoras esotéricas - em geral... Viajou na maionese, está publicado... Por que ou por 'quanto'? Não passam evidentemente de negócios, mas ocupando o espaço da educação ou do complemento à educação... Passeava como meu cachorro, cético como eu, e fiquei surpreso com a exposição de imbecilidades diante de banca de jornais... Contei dezesseis publicações esotéricas em destaque, e nenhuma publicação científica sobre a REALIDADE - em destaque...  

Vivemos um momento ‘mágico’ sim, mas não por acreditar que 'magia' seja algo mais do que um truque... Vivemos em um momento especial, porque nunca estivemos tão perto de entender profundamente ‘como a mente funciona’... Na realidade já sabemos muito, e num crescente exponencial, que remonta a apenas algumas décadas... Mas no futuro próximo, que conto em poucos anos, sabermos incrivelmente mais... Estudem neurociência!!! Disse às minhas filhas, que estão em pleno vestibular, que pensem seriamente na área de neurociência – muito insipiente no Brasil -, por meio da Biologia, da Psicologia, da Psiquiatria, ou na medicina em geral, ou mesmo através da Filosofia...



É isso aí Cecília, prezo muito a vida de qualidade, e conheço as artimanhas do auto-engano, e prezo muito a verdade e a humanidade, de forma que sempre que possível, quero oferecer conhecimento onde existem crenças absolutamente infundadas e infantis; e que causam severo dano, e já causaram muitas mortes no passado... Crenças mataram mais do que qualquer outra causa na história da humanidade.... 

Contra o charlatanismo e a desonestidade – estelionatária -, onde residem a maioria esmagadora dos processos ditos ‘esotéricos’ – astrologia, tarô, cristais, homeopatia, espiritismo, ect e tal -, o caminho é a justiça... E muito do que se considera ‘sobrenatural’ advém de enganos profundos, esquizofrenia, ou outras patologias relacionadas... De qualquer forma, uma parte significativa de todo o auto-engano religioso, esotérico, metafísico, e ditos ‘espirituais’, decorre de fenômenos mais simples – e bem conhecidos - relacionados à mente, e podem ser plenamente solucionados com a simples mudança de paradigma... Entender ao invés de crer... Isso  é inteligente e ÉTCO...

Uma linda vida a você...  

ÉTICO, LOGO CÉTICO !!!

Carlos Leger Sherman Palmer



domingo, 27 de novembro de 2011

Os 10 Maiores Mitos Sobre o Cérebro Humano




Os 10 Maiores Mitos Sobre o Cérebro Humano
Autora: Laura Helmuth
Tradução e comentários: Carlos Sherman

Nota minha:
Laura Helmuth é editora da área científica, escreve para a revista Science, e esteve por 4 anos no Smithsonian. O O Instituto Smithsoniano  é uma instituição educacional e de pesquisa associada a um complexo de museus, fundada e administrada pelo governo dos Estados Unidos. Com grande parte de seus prédios localizados em Washington, D.C., o instituto compreende 19 museus e sete centros de pesquisa, e tem 142 milhões de itens em suas coleções. Foi fundado para a promoção e disseminação de conhecimento pelo cientista britânico James Smithson (1765-1829). No testamento de Smithson, ele declarou que se o herdeiro, seu sobrinho Henry James Hungerford, morresse sem deixar descendentes, o patrimônio dos Smithson deveria ser doado ao governo dos Estados Unidos para a criação de um "estabelecimento para a expansão e difusão de conhecimento entre os homens". Após Henry James morrer em 1835 sem deixar herdeiros, o presidente Andrew Jackson informou o Congresso do patrimônio de Smithson, que consistia de 100.000 moedas de ouro e 500.000 dólares (9.235.277 em valores de 2005). O Instituto Smithsoniano foi então estabelecido como um truste por uma lei do Congresso, sendo funcionalmente e legalmente um órgão do governo dos Estados Unidos.



Repetido na cultura pop por um século, a noção de que os seres humanos só usam 10 por cento de nossos cérebros é falsa. Varreduras mostraram que grande parte do cérebro está envolvida, mesmo durante tarefas simples.

1. Nós usamos apenas 10 por cento de nossos cérebros.
Soa tão convincente, um número preciso, repetido na cultura pop por mais de um século, e o que implicaria em dizer que gozamos de enormes reservas de poderes mentais inexplorado. Mas o que, supostamente, não foi utilizado – 90% -, esta reserva, não pôde ser encontrada. Cérebros são caros, e é necessária muita energia para construir cérebros durante o desenvolvimento fetal e na infância, também para mantê-los na vida adulta. Evolutivamente, não faria sentido para transportar cerca de 90% de tecido cerebral em excesso, e sem utilização. Experimentos utilizando scans (PET ou fMRI), mostram que grande parte do cérebro está envolvida, mesmo durante tarefas simples; e mesmo lesões, em partes diminutas do cérebro podem ter profundas consequências para a linguagem sensorial, movimento, percepção, ou emoção.
Na Verdade, sim, possuímos algumas reservas cerebrais. Estudos - autópsias - mostram que muitas pessoas têm sinais físicos da doença de Alzheimer (tais como placas amilóides entre os neurônios) no cérebro, embora não tenham sido afetadas. Aparentemente, podemos perder algum tecido cerebral e ainda funcionar muito bem. E as pessoas com maior pontuação em testes de QI, se estiverem motivadas, podem ainda render mais, sugerindo que nem sempre levamos nossas mentes a 100% da capacidade.
Não usamos 100% não, mas certamente não temos 90% de reserva.



2. Memórias “Flashbulb" – flshs ou lampejos de memória - são precisas, detalhadas e persistentes.
Todos nós vivemos a experiência de flashes ou lampejos de memória, que parecem tão vívidas e exatas, apesar de instantâneas, geralmente de algum evento chocante, dramático, como o assassinato do presidente Kennedy, a explosão do ônibus espacial Challenger, e os ataques de 11 de setembro de 2001. As pessoas se lembram exatamente onde estavam, o que estavam fazendo, e como vivenciaram a experiência, com quem eles estavam, o que viram e ouviram.
Vários experimentos muito bem elaborados, estudam a memória dessas pessoas, imediatamente após uma tragédia e meses mais ou anos mais tarde. Os indivíduos analisados, tendem a ser confiantes de que suas memórias são precisas, alegando que as memórias “flashbulb” são mais vivas do que outras memórias. Podem ser vívidas, mas as lembranças sofrem decaimento ao longo do tempo, assim como a memória convencional. As pessoas esquecem detalhes importantes e adicionam incorreções, sem consciência de que estão recriando uma cena confusa em suas mentes ao invés de invocar uma reprodução perfeita e fotográfica.



3. Existe um decaimento – da atividade mental - depois dos 40 (ou 50 ou 60 ou 70) anos.
É verdade, algumas habilidades cognitivas entram declínio à medida que envelhecemos. As crianças são melhores em aprender novas línguas do que os adultos, e nunca jogue um jogo de concentração contra alguém com 10 anos de idade, a menos que você esteja preparado para ser humilhado. Os adultos jovens são mais rápidos do que os adultos mais velhos, por exemplo, para julgar se dois objetos são iguais ou diferentes, e podem mais facilmente memorizar uma lista de palavras aleatórias, e ainda serão mais rápidos para contar de trás pra frente, aos sete anos.
Mas a versatilidade das habilidades mentais melhoram com a idade. Vocabulário, por exemplo. Pessoas mais velhas conhecem mais palavras e compreendem as sutilezas linguísticas. Dado um esboço biográfico de um estranho, eles são melhores juízes de caráter. E obtém maior pontuação em testes de ‘sabedoria social’, tais como, como resolver um conflito. E as pessoas, enquanto amadurecem, se tornam cada vez mais eficientes em vez controlar as próprias emoções e encontrar significado em suas vidas.



4. Nós temos cinco sentidos.
Claro, visão, olfato, audição, paladar e tato, são descritos como os nossos principais sentidos. Mas dispomos de muitas outras maneiras de sentir o mundo à nossa volta, e descobrir o nosso lugar nele. A ‘proprioception’ é uma noção de nossos corpos de nosso eu físico, e de como estão posicionados. ‘Nociception’ registra a sensação de dor. Temos também um senso de equilíbrio no ouvido interno, que serve por sua vez ao olho, o estabelecimento da visão, assim como para a sensação de temperatura do corporal, e a noção da aceleração e passagem do tempo.
Em comparação com outras espécies, porém, os seres humanos estão em desvantagem. Morcegos e golfinhos usam o sonar para localizar a presa, alguns pássaros e insetos podem ‘ver’ a luz ultravioleta; cobras detectam o calor das presas pela temperatura - sangue quente -; ratos, gatos, focas e outras criaturas usam seus bigodes "vibrissas" para analisar as relações espaciais ou detectar movimentos; tubarões sentem o campo elétrico na água; pássaros, tartarugas e até mesmo bactérias orienta-se pelo campo magnético da terra.
Você já deve ter topado com estes mapas sobre a detecção de gosto na língua, e o diagrama que mostra que as diferentes regiões são sensíveis ao sal, os sabores doce, azedo ou amargo? Este também é um mito.



5. Cérebros são como computadores.
Falamos de velocidade de processamento do cérebro, sua capacidade de armazenamento, os seus circuitos paralelos, entradas e saídas. A metáfora falha em praticamente todos os níveis: o cérebro não tem uma capacidade ou área de memória, que está esperando para ser preenchida; não executa cálculos matemáticos como um computador faz; e até mesmo nos princípios visuais básicos, a nossa percepção não é passiva, recebendo inputs para reconhecer a imagem, e isso porque nós ativamente interpretamos, antecipamos e prestamos atenção seletivamente aos diferentes aspectos do mundo visual.
Há uma longa história de comparações entre o cérebro e a tecnologia, e questionando sobre qual seria o mais avançado, impressionante e – de forma muita vaga - misterioso. ‘Melhor seria dizer complexo’ – nota minha. Descartes comparou o cérebro a uma ‘máquina hidráulica’. Freud comparou emoções com o acúmulo de pressão em um ‘motor a vapor’. O cérebro mais tarde se assemelhava a uma ‘central telefônica’ e depois um ‘circuito elétrico’, antes de evoluir para um ‘computador’; ultimamente, tem sido comparado a um ‘browser ou navegador Web (Internet). Essas metáforas desfilam clichês: emoções colocadas no cérebro "sob pressão", e comportamentos como circuitos... Pra que?
'Na verdade, computadores foram projetados, tendo por base circuitos neurais, mas a analogia reversa não é muito feliz por muito motivos, e com as novas compreensões sobre o cérebro, revisaremos nossos computadores' - nota minha...



6. O cérebro é hard-wired (circuito elétrico).
Este é um dos legados ‘míticos’ mais duradouros, a metáfora de que "cérebros são circuitos elétricos". Há alguma verdade nisso, como acontece com muitas metáforas: o cérebro está organizado de uma forma padrão, com certas partes especializadas para assumir determinadas tarefas, e os ‘bits’ são conectados ao longo do sistema neural (semelhantes a uma rede elétrica), e comunicando-se, em parte, através da liberação de íons (pulsos elétricos). ‘Em parte porque, enquanto o neurônio é percorrido por uma corrente elétrica, as sinapses – ou conexões – entre neurônios ocorre por via quimica’ – nota minha.
Mas, uma das maiores descobertas da neurociência nas últimas décadas, versa sobre a ‘plasticidade’ do cérebro. Em pessoas cegas, partes do cérebro que normalmente estão associadas à visão, assam a estar dedicadas à audição. Alguém que pratica e aprende uma nova habilidade, como aprender a tocar violino, "reestrutura" as partes do cérebro que são responsáveis ​​pelo controle motor fino, para empreender esta tarefa. Pessoas com lesões cerebrais podem recrutar outras partes do cérebro para compensar o tecido perdido.



7. Uma ‘cacetada’ na cabeça pode causar amnésia.
Ao lado de ‘bebês separados ao nascer’, o tema fovorito das novelas é: Alguém sofre um trágico acidente e acorda no hospital, incapaz de reconhecer os seus entes queridos, ou se lembrar de seu próprio nome ou história. E a única cura para essa forma de amnésia - é claro - é outra ‘cacetada’ na cabeça.
No mundo real, existem duas principais formas de amnésia: anterógrada (incapacidade de formar novas memórias) e retrógrada (a incapacidade de recordar eventos passados). O paciente mais famoso da ciência da amnésia foi HM, que se tornou incapaz de formar novas memórias, após uma cirurgia que removeu, em 1953, a maior parte de seu hipocampo. HM era capaz de se lembrar de eventos anteriores à cirurgia, mas era incapaz de aprender novas habilidades e vocabulário, mostrando que a codificação "episódica" e a memória de novas experiências, se baseia em diferentes regiões do cérebro, assim como as habilidade. ‘As habilidades parecem estar registradas no cerebelo, enquanto o córtex registra a memória episódica. Mas o hipocampo joga uma papel fundamental no processo de selecionar a memória de trabalho que está sendo processada no lobo frontal, quando de nossa consciência, e armazenar no córtex para posterior utilização. Sem o hipocampo, HM deixou de armazenar novas experiências, e após uma ou duas horas de conversação consciente, esquecia tudo o que estava passando’ – nota minha.
A amnésia retrógrada pode ser causada pela doença de Alzheimer, traumatismo crânio-encefálico (pergunte a um jogador da NFL), deficiência de tiamina ou outros insultos ao cérebro. Mas uma lesão cerebral superficial, não pode, seletivamente, prejudicar memória autobiográfica muito menos trazer de volta.



8. Nós sabemos o que nos faz felizes.
Esta questão parece insolúvel. Rotineiramente, superestimamos ‘o que’ ou ‘como’, algo ou alguém, nos faz felizes; uma festa de aniversário, pizza de graça, um carro novo, a vitória do nosso time, ganhar na loteria ou criar os nossos filhos. O dinheiro em geral deixa as pessoas mais felizes. Sabemos que, estatisticamente, a classe pobre declara-se menos feliz do que a classe média, mas a classe média se sentem tão feliz quanto os ricos. Nós superestimamos os prazeres do isolamento e do descanso lazer e subestimam a felicidade que sentimos nas relações sociais.
Por outro lado, as coisas que mais tememos não nos fazem tão infelizes quanto imaginamos. Manhãs de segunda-feira não são tão desagradáveis ​​como as pessoas prevêem. Aparentemente, insuportáveis tragédias – a paralisia, a morte de um ente querido – são motivos de desespero, mas este tipo de infelicidade não durar tanto quanto as pessoas imaginam. E somos, notavelmente, resistentes.



9. Nós vemos o mundo como ele é.
Nós não somos receptores passivos de informação externa, que simplesmente entra em nosso cérebro através de nossos órgãos sensoriais. Em vez disso, procuramos ativamente por padrões (como um cão dálmata que, de repente, encontramos em meio a um campo de pontos pretos e brancos), por sua vez situações ambíguas causam engano, quando nos fixamos em nossas expectativas (isso é um vaso, isso é um rosto, isto é um rosto em um vaso) e perdemos completamente os detalhes daquilo que não estamos esperando.
Em um famoso experimento de psicologia, foi solicitado a um extenso grupo de expectadores de uma partida de basquete, para contar quantas vezes a bola era passada de uma jogador a outro. Metade do grupo, no entanto, não notou que havia um cara vestido de gorila no meio da partida.
Nós temos uma capacidade limitada de prestar atenção (falar ao celular enquanto dirigimos pode ser tão perigoso quanto dirigir bêbado), e abundância de preconceitos – ‘ou pré-suposições’ (nota minha) -sobre o que esperamos ou queremos ver. Nossa percepção do mundo não é apenas "bottom-up" (de baixo para cima), construída de observações objetivas e organizadas em camadas, de forma lógica. É "top-down" (de cima para baixo), impulsionada por expectativas e interpretações – ‘e fazendo com que as coisas se encaixem’ (nota minha).



10. Homens são de Marte, mulheres são de Vênus.
Este é um dos mitos mais vulgares e preconceituosos, e amplamente repercutido, e profundamente mal interpretado, na história da ciência que se propõe a fornecer explicações biológicas para as diferenças entre homens e mulheres. Neurocientistas eminentes, em certa altura, afirmaram que as estruturas do tronco, tamanho da cabeça ou cérebro, e gânglios espinhais, eram responsáveis ​​pela incapacidade das mulheres para pensar criativamente, logicamente, ou até praticar a medicina. Hoje as teorias de comportamento são muito mais sofisticadas: os homens supostamente têm hemisférios cerebrais mais especializadas, enquanto as mulheres apresentam circuitos de emoção mais elaborados. Embora existam algumas diferenças (pequenas e não correlacionadas com qualquer capacidade em particular) entre os cérebros masculino e feminino, o principal problema com a sua correlação com o comportamento, é que as diferenças sexuais na cognição são maciçamente exageradas.
Esperamos que as mulheres superarem os homens em testes de empatia, por exemplo. Mas o resultado aponta para o fato de os homens são particularmente bons em testes de empatia, ou obtêm resultados tão bons ou melhores do que as mulheres. O mesmo padrão esperado, é revertido, para os testes de raciocínio espacial, onde as mulheres se saem melhores do que os homens. Sempre que os estereótipos são trazidos à tona e aplicados à mente, até mesmo em questões simples, as diferenças sexuais são exageradas. Mulheres, estudantes universitárias, dizem que as mulheres vão mal nos testes. então faça mal feito. Mulheres, estudantes universitárias, disseram que as mulheres vão bem nos testes, então faça bem feito. Entre vários países, e ao longo do tempo, se arraigou a crença de que os homens são melhores do que as mulheres em matemática, mas existem entre os países, enormes diferenças entre os scores para homens e mulheres em matemática. Isso não significa que as meninas na Islândia tem os hemisférios cerebrais mais especializados do que as meninas na Itália.

Sandro Botticelli.... Vênus e Marte...


Diferenças sexuais são determinantes e muito importantes para nós, quando estamos à procura de um companheiro, mas quando se trata daquilo que o cérebro faz a maior parte do tempo - perceber o mundo, a atenção direta, aprender novas habilidades, codificar recordações, comunicar-se (não, as mulheres não falam mais do que os homens), estabelecer juízo sobre outras pessoas, interpretar emoções (não, os homens não são inaptos para a emoção) - homens e mulheres têm sobrepostas quase todas as suas habilidades.