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sábado, 31 de janeiro de 2015

HUMANO, TROPPO UMANO



HUMANO, TROPPO UMANO...

Eu acompanhava um bate-papo afro-exaltado... Todos enaltecendo o que consideravam a "cultura negra", e sempre com apimentados comentários sobre o racismo... Então desfraldei o seguinte corolário:

"Todos viemos de uma mesma mãe que viveu na África Sul Oriental há cerca de 150.000 anos..."

Fui enaltecido, e choveram "likes"... Então arrisquei um segundo corolário:

"E todos, neste tempo, possuíamos a pela clara por baixo de uma pelagem que ainda nos cobria, como ocorre com outros primatas até hoje - vide chimpanzé... Éramos todos africanos e brancos... Humanos, troppo umanos..."

O silêncio foi desconcertante, o debate acabou... "Cri, cri, cri..."... 'Finito'...

O sectarismo, infelizmente, é uma característica inata, e operava no sentido primitivo de definir a diferença entre NÓS e ELES... Penas brancas contra azuis, brancos contra negros, corintianos contra sãopaulinos, católicos contra protestantes... Mas hoje, com o amplo acervo de nosso processo humanitário e pacificador, nosso amplo acervo científico e ético, podemos amordaçar tais impulsos com civilidade, garantindo os direitos individuais...

Mas a África, onde começou nossa jornada, ainda é o continente que mais atenta contra os direitos individuais, onde a escravidão ainda é praticada e o racismo reina como em nenhuma outra parte... Centenas de ONGs comandadas por europeus e americanos tentam impedir que crianças albinas tenham seus membros mutilados e vendidos como amuletos da sorte - para o azar delas; ou sejam simplesmente atiradas em verdadeiros campos de concentração para "brancos"...

Zulú, o cara dos Palmares, e cuja possível data da morte é utilizada para celebrar a "consciência negra", foi o maior proprietário de escravos de que se tem notícia: 400 - lá em seu quilombo... Escravos, embora com elevada concentração de melanina na pele - como Zulú - só que cativos... Só mesmo a morte de Zulú poderia demarcar o início de uma luta contra a escravidão da qual ele foi algoz - e nunca um libertador... Homens brancos lutaram de fato pela humanização de nossas leis e instituições - e por acaso, já que a quantidade de proteção contra raios UV em nossa pele nada revele sobre o caráter...

Saldemos o Iluminismo e o Humanismo pela civilidade... E tais movimentos, ao contrário do que reza a ignorância conspiracionista reinante, não foram protagonizados por nenhuma classe dominante ou por representantes da elite... Livres-pensantes detectaram o escândalo das crendices, e fustigaram a verdade... Homens como você e eu - presumo...

Considere o risco: TUDO O QUE VOCÊ PENSA QUE SABE PODE ESTAR ERRADO!!! Assustado? Não? Então lamento informa que seguirá cego e trôpego... Boa sorte...

Carlos Sherman

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