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terça-feira, 31 de maio de 2011

Tudo se resolve na Cuca...




Estou em São José do Rio Preto, uma viagem relâmpago, são quase 02:00hs, mas não perderia esta resposta por nada deste mundo, rsrsrsrs... 'Sim amiga'... Tudo se resolve no cérebro... A velha divisão da antiguidade clássica, corpo e mente, levada a cabo pelos romanos em "mens sana in corpore sano", e encaminhada pelo cartesianismo, não procede... Assim como não procediam, o ‘éter’, a ‘alma’ (anima), nem a Terra estava no centro do universo; e o platonismo que definia tudo como perfeito e esférico também viajou na maionese....

Infelizmente a defasagem entre o conhecimento disponível e a praxis social é imensa... Sim, tudo inequivocamente se resolve no  cérebro... Nossa fabriqueta de emoções na verdade é o hipotálamo... Mas isso só descreve a realidade... Continuamos sentindo emoção pura, descrevendo como sentimento na linguística, e nos relacionando do mesmo jeito... Só que podemos expandir a experiência tirando os maus entendidos do caminho... O grande problema aqui é ‘tão simples’, mas não é fácil de aceitar, e de entender... Estamos treinados na ‘achologia’, mas estamos acostumados a ‘tomar ciência a partir de evidências’...

A emoção pura é resolvida no cérebro, e é pura... De certa forma, involuntária... O sentimento é a descrição verbal da emoção sentida... E o sentimentalismo é a descrição de uma emoção que não existiu, rssrsrsrsr... Ou seja, sentir emoção pura é o máximo... Conto o meu tempo vivido pela emoção sentida... Emoção... E o que nos torna muito humanos é a capacidade de compartilhar emoções, pela fala... Pela língua... É nesta hora que surgem os termos de referência, os sentimentos... Claro que o que sinto como "êxtase", deve ser bem diferente da dona Maria, mas descrevemos da mesma forma, com a mesma palavra... Ou seja, na fala, na língua, perdemos algo...

Busquei a companhia de pessoas que pudessem se aproximar da minha percepção da vida e sensibilidade, para compartilhar com elas pura emoção... Curto isso... Acho sublime compartilhar... E melhor ainda quando podemos compartilhar a mesma percepção sem emitir som... Sem palavras... O "efeito residual" da dualidade corpo e mente, em nosso tempo, está travestido na discussão ‘razão vs sentimento’... Costumo parafrasear Pessoa, ‘o sentimento é apenas alimento para o meu intelecto’...  Não existe tal divisão... A maior prova disso é que homens sensíveis como Drummond, Neruda, Pessoa, Borges, Chaplin, Jorge Amado, Veríssimo, Eco, Varella, foram ou são eminentemente céticos... Onde está o problema com estes caras, rsrsrsrs? Não pensam ou não sentem? Todos céticos, todos cientes de que não existe nem alma, nem separação entre razão e sentimento...

Nossa sensibilidade é ‘atiçada’, sobretudo, pela inteligência... E inteligência, no meu conceito, é a ‘medida da capacidade de reconhecer padrões’... Parece pouco, parece frio, mas não é... É a verdade, é simples, e maravilhosa... A neurociência responde por esta disciplina...

O maior problema, como disse, é que nossa fantasia está treinada, nosso senso de realidade não... Sentir a força de encarar a realidade, e ainda assim seguir maravilhado, é a essência  de uma vida que vale a pena ser vivida... Será sublime, poética e ÚTIL...

Beijos, e cama, rsrsrsr...

Carlos Sherman

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